moraes_psi 17/12/2021
SURREALISMO BELO, MAS TÃO BREVE, QUE NEM ANDRÉ BRETON SE CONECTARIA
Lançado originalmente em 1945, Areias Movediças, do escritor nobel mexicano Octavio Paz, é parte retirada da coletânea de contos "Aguila o Sol?" acrescida de ilustrações do artista, também mexicano, Gabriel Pacheco.
Quero primeiro, justamente, destacar essas pinturas surrealistas de Gabriel Pacheco, que casam perfeitamente com o texto. E parabenizar a escolha da editora por um padrão de tamanho maior que o livro convencional e impresso em papel couche brilho, onde temos a possibilidade de adentrar mais nas artes.
Mas quanto aos textos, apesar de me encantar com o que chamamos de "realismo mágico" e ter uma clara influência dos seus colegas do movimento latino-americano, muitas vezes é difícil de se conectar, com seus sentidos escondidos entre nuvens negras. E talvez "nuvens negras" seja uma boa definição geral pros contos de Areia Movediça, que passa por difíceis sentimentos humanos, densos e dúvidas. Sem dúvida a escrita de Paz é incrível, mas que são textos tão breves, que o mergulho não consegue ser tão intenso.
Conhecido mais por seus diversos e elogiados ensaios e por suas poesias (da qual já tive o prazer de me aventurar em pesquisas pela internet), recomendo aos demais leitores, mas com ressalvas de que provavelmente o melhor de Paz não está nessa obra.
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