Guilherme 05/01/2020
Pax vobiscum
Um livro que agradaria muito as horas de lazer de Dom Quixote, tem várias façanhas de cavaleiros misteriosos que lutam por uma causa nobre ou por uma donzela de beleza inigualável; vilões que aparentemente são movidos pelo mais puro ódio adquirido por uma vida de vícios; um rei que busca seu trono de volta, que está ocupado pelo seu indigno irmão. Só faltam alguns monstros fantásticos para o romance ficar perfeitamente encaixado na biblioteca do nosso nobilíssimo fidalgo.
E o livro começa bem, eu diria que as primeiras 100 páginas são espetaculares, Walter Scott descreve as cenas como se estivesse pintando um quadro cheio de detalhes , em algumas partes ele apresenta pessoas da cabeça aos pés, literalmente.Não obstante, a partir de um momento os diálogos começam a ficar muito enfadonhos, longos demais e não levam a lugar algum. Em uma das partes que deveria ser uma das mais extasiantes, a conquista de um castelo, o narrador deixa dois personagens que estão longe da luta descreverem-na, e isso deixa toda cena muito chata.
A minha edição diz que o editor do livro não gostou da morte de certo personagem, então ele simplesmente obrigou o autor a ressuscitá-lo, e isto foi uma das coisas mais estúpidas que eu já vi na literatura. Mas enfim, se a história tivesse seguido o padrão apresentado nos primeiros 25% eu teria gostado muito mais.