@_leandropaixao 15/01/2023
Eu não poderia dar outro título a essa resenha senão "Devastador"
A tempos eu queria ler esse livros por alguns motivos... os principais deles são, a quebra de tabús (não só pra mim, mas acredito que para todos que não conhecem em detalhes a vida de uma travesti) e com toda certeza a ruptura de vários paradigmas e preconceitos que envolve a vida dessas pessoas que comemoram o seu renascimento após os 35 anos.
Luísa Marilac ficou conhecida no Brasil pelo seu famoso bordão "se isso é estar na pior, o que quer dizer estar bem?" mas poucos sabem toda dor, sofrimento e desprezo que ela já enfrentou em toda sua vida.
Desde criança Luísa enfrentou na pele de forma extremamente desumana o que é o preconceito e a represália de um fator muito simples, existir! Em um tempo onde não existia a palavra "Bulling" e muito menos a liberdade de ser quem você realmente é (e ainda temos muitas barreiras a serem quebradas), ela enfrenta as piores situações, uma infância marcada por dor e sofrimento não só nas ruas, mas também dentro de sua própria casa.
Já na sua adolescência Luísa teve o apoio de sua avó que sempre lhe ajudou e a guiou pelos melhores caminhos, uma pausa para refletir de que não importa a sua idade, mas sim seu coração! Para que possa acolher e amar as pessoas independente de seu corpo e de sua aparência. Em sua grande maioria as travestis aderem a prática da prostituição para garantir aquilo que deveria ser a consequência mais simples da existência, sobreviver. Vemos com detalhes de perto o quão perigosas e tristes são as vidas dessas pessoas que lutam apenas por sua vida.
Recomendo demais essa leitura e peço para que, aqueles que decidirem ler, a princípio tenham empatia pelo próximo e se coloquem no lugar, podem ter certeza de que será ainda mais impactante. Em meio a tanta dilaceração, Luísa junto com a brilhante autora Nana Queiroz consegue nos tirar boas risada de uma forma muito leve.