André 09/12/2021Pela sinopse e pelo início do conto, estava esperando um conto mais "pessimista", em que trabalharia sobre a morte se uma maneira mais melancólica, mas vai bem além disso.
O conto não se prende a falar da morte em si, mas a apresenta apenas como um fato inevitável. Ela não representa o final, é só algo que faz parte da vida e, bom, fazer o que, né?
Mas o foco é mais na questão de como se viveu, do que se aprendeu/ensinou, da memória e ser lembrada por outros. E é bem interessante como a Maria dos Prazeres em um diálogo sobre como ela cuida do seu cachorro Noi acaba meio que falando disso, dizendo que geralmente os donos de cães poderiam ensinar coisas prazerosas e melhores aos seus animais, mas perdem todo o tempo ensinando coisas sofríveis a eles. Assim é com os humanos, muito tempo perdido com sofrimento, pouco com a vida de verdade.
E o final fecha perfeitamente essa reflexão, sobre como quando nós esquecemos de viver, tudo parece morte, mas às vezes nos surgem coisas que nos fazem lembrar dessa paixão que é viver.