Maria - Blog Pétalas de Liberdade 05/06/2019Passe no meu Istagram para saber como concorrer a um exemplar do livro http://www.instagram.com/marijleite_books A história se passa numa ilha chamada Joya e é narrada pela Isabella, uma garota de 13 anos. A vida em Joya mudou muito depois da chegada do Governador Adori, décadas antes. A população ficou restringida ao vilarejo de Gromera, um dos 6 que compunham a ilha, parte do povo foi expulso para os demais vilarejos, denominados Territórios Esquecidos, essas pessoas passaram a ser chamadas de Banidos, e atividades como a navegação foram proibidas para que ninguém fugisse da ilha de barco.
A mãe e o irmão da protagonista haviam morrido 3 anos antes. Isabela vivia com o pai, que era cartógrafo, mas que desde a chegada do Governador não podia mais viajar para mapear novos lugares. Isabella aprendeu com o pai sobre os mapas e sobre como ler as estrelas pra se orientar.
Isabella era a única amiga de Lupe, a filha do governador, mas o fato de Lupe parecer viver num "mundo cor de rosa", não vendo as maldades a que o pai submetia o povo de Gromera, acabaria irritando Isabella e, em certo momento, elas terão uma briga, onde Isabella falará palavras duras para Lupe que, magoada, vai desaparecer.
O Governador irá montar uma expedição para procurar pela filha. Sentindo-se culpada pela fuga da amiga e cheia de vontade de se aventurar pelos Territórios Esquecidos, Isabella dará um jeito de se disfarçar, já que o Governador talvez não aceitasse uma menina da idade da filha no grupo, para ir junto na expedição em busca de Lupe.
Havia histórias antigas sobre Joya, entre elas, uma que dizia que a ilha já foi flutuante, até que um ser das profundezas, Yote, um demônio do fogo, tentou prender a ilha e ia destruí-la, mas Arinta, uma garota guerreira, desceu até seu covil e o obrigou a fazer um trato de deixar a ilha em paz, esse acordo duraria mil anos. Alguns habitantes da ilha acreditavam que tudo de ruim que estava acontecendo em Joya era por causa do fim desse acordo, já que os mil anos estavam chegando ao fim. Em sua busca pela amiga, Isabella descobrirá quanto de verdade há nessa lenda. Será que aqueles que entrarem nos Territórios Esquecidos sairão vivos de lá?
As orelhas do livro estão cheias de elogios do qual ele realmente é merecedor! Kiran Millwood Hargrave foi indicada a vários prêmios, e ao longo da leitura é fácil entender o motivo. "A Garota que Lia as Estrelas" é a prova de que dá para fazer um livro de fantasia maravilhoso, completo, sensacional, com um único volume e em menos de 300 páginas.
A escrita da autora é maravilhosa, ela consegue fazer o leitor imaginar facilmente a ilha que criou, os personagens e a aventura. É um daqueles livros que, quando abrimos, tudo ao redor some, é como se entrássemos dentro da história. O enredo é bem construído, com várias questões interessante, temos a população da ilha inconformada com a tirania do Governador, a amizade entre garotas de posições sociais diferentes e que vão entrar em conflito, uma grande aventura, a fantasia relacionada ao demônio do fogo, as informações sobre cartografia, e ainda há diversidade! Assim como o pai de Isabella, o governador veio com a família da Afrik (com K ao invés de C e A), e tinham a pele escura. Outros lugares citados nos mapas são Amrica (América sem o É), Europe, entre outros, trazendo referências interessantes a realidade.
A edição do livro está muito bonita e caprichada, desde a capa, com elementos ligados à trama, como a bússola, os corvos que apareceram com a chegada do Governador e o mar. As páginas são amareladas, a revisão é ótima, a diagramação tem letras, margens e espaçamento de bom tamanho, além de muitos detalhes de barcos e monstros marinhos no começo e no final dos capítulos.
"A Garota que Lia as Estrelas" é um livro de fantasia infanto-juvenil (ou uma fantasia young adult) muito bom, que pode agradar tantos os leitores mais novos quanto os adultos. Mas se ele tem partes mais cômicas e leves, como os bichos de estimação da Isabella (o gato Pep, que tem aquele jeito típico dos gatos, e a Senhorita La, uma galinha velha e mal humorada), se fala de uma forma positiva sobre amizade, algo super importante especialmente na faixa etária do público-alvo da obra, ele também é um livro onde os personagens fazem grandes sacrifícios, onde não tem nada fácil ou que se resolva num passe de mágica para a protagonista e há a incerteza sobre o desfecho da jornada.
Fica a minha recomendação para que leiam o livro, e caso queriam presentar alguém, já fica a sugestão, "A Garota que Lia as Estrelas" é uma ótima indicação para todo tipo de leitor, ainda mais especial por ser protagonizado por uma garota e mostrar a força que as meninas podem ter.
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