Resenhas - Um Lugar Bem Longe Daqui

Silas Jr 19/02/2020

Resenha publicada no Silas Resenha
A menina do brejo...

Ser leitor é se colocar muitas vezes ou a maioria das vezes ou melhor, todo instante, refém de histórias que expressa a realidade por um espectro nada convencional. Delia Owens é uma grata surpresa no meu currículo de autores. Com sua escrita acolhedora, gentil e expressiva, ela consegue alcançar nuances da alma e expor a fragilidade de um sistema arcaico, preconceituoso, machista e desigual. Um Lugar Bem Longe Daqui é um livro cheios de pontos muito bem finalizados.

Kya Clark é uma mulher que aprendeu a viver sozinha com o pouco conhecimento que tinha aos setes anos de idade. Após ser abandonada pela mãe, posteriormente pelos irmãos e por fim pelo pai, ela teve que se virar nos trinta para comer, sobreviver em um brejo e se proteger de uma cidade que deveria lhe acolher mas a fantasiou como uma lenda urbana em que a distância é necessária e preventiva.

O livro nos entrega dois momentos da vida de Kya. O futuro onde está envolvida em um caso de assassinato e o passado que se altera conforme sua idade avança. De uma forma brilhante, Delia, narra a vida de Kya com a necessidade de que o leitor consiga enxergar todos os pontos de seu crescimento que intercalam a pureza do coração de uma criança, as necessidades de uma mente adolescente e os desejos de um jovem corpo. Sempre rasteira e demonstrando sentidos selvagens, a menina do brejo, aprende a sobreviver com o que se tem, a ler e escrever; e se apaixonar. 

Com uma pureza que não consegui até hoje sentir em nenhum livro que li, Um Lugar Bem Longe Daqui, é a história completa de uma força da natureza que resistiu o tempo e suas armadilhas. É um livro capaz de discutir a sociedade sem nunca deixar de defender sua protagonista e seus coadjuvantes essenciais para a construção do mundo que Delia enxergou. É um livro que todos, sem exceção, deveriam ler.

Érica | @aquelacomlivros 23/02/2020

“Nós excluímos a Srta. Clark porque ela era diferente, ou ela era diferente porque nós a excluímos?”

Morando num barracão, no meio do brejo, com seus irmãos, mãe e um pai violento, Kya Clark já sabia que a sua vida não era fácil. Mas aos 6 anos, tudo mudou quando precisou aprender a conviver com a solidão e o total desamparo.

Ela não acreditou que sua mãe não fosse mais voltar quando saiu de casa, mas assim que os seus irmãos mais velhos fizeram o mesmo, deixando-a sozinha com o pai alcoólatra e instável, ela entendeu que precisava cuidar de si mesma e de seu pai, para que ele também não fosse embora. Mas apesar dos seus esforços, Kia se viu sendo deixada pela última pessoa que deveria ficar e cuidar dela. Sem ninguém, ela fez do brejo a sua família e cresceu aprendendo com a natureza os mistérios da vida.

Acompanhamos aquela pequena grande menina crescer, sobrevivendo a fome, ao abandono, ao desconhecimento, além da discriminação e intolerância dos moradores da cidade. Uns por repulsa, outros por medo. “A menina do brejo”, como era chamada, foi rejeitada e, portanto, isolada do mundo exterior. Kya, entendeu que o pântano era o seu lugar e dali, ela tirou suas lições de vida, seu ganha-pão e seus amigos.

Apesar da sua introversão, algumas pessoas conseguiram se aproximar de Kya e graças a elas, pôde ter alguma interação social, ser ajudada, cuidada e até se apaixonar. Mas quando uma dessas pessoas aparece morta no brejo, Kya se torna a principal suspeita e a história ganha um tom de suspense. O que realmente aconteceu?

A história de Kya Clark não é uma realidade muito distante e me trouxe muita reflexão no final desta leitura. Quantas vezes nós, enquanto sociedade, pré-julgamos outro ser humano por causa da sua origem?

Como tratamos aqueles que não são contemplados pelas autoridades e não tiveram as mesmas oportunidades que a gente?

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Samyra Pereira 16/01/2021

Quê???
Foi uma ótima leitura,mas o final me deixou chocada, tantas mortes,a morte da kya, quem eu acompanhei o crescimento desde o começo do livro,foi muito triste,e sobre a morte de Chase MDS,sem palavras, apenas isso....

Rafael.Tadeu 19/03/2024

Um romance de formação.

A tempos queria ler esse livro,mas tinha preguiça,e a oportunidade do áudiobook disponível me pegou.

O livro tem um ritmo bem devagar,mas que de certa forma combina com a ambientação da história,porém essa vagaresa tornava alguns capítulos muito arrastados.

Pro final ele dá uma guinada,e achei bem satisfatória a conclusão,fez total sentido com a trajetória da personagem.

Gabi 03/10/2020

Sobrevivência
Que livro lindo e triste. Kya é uma personagem que cresceu e sobreviveu sozinha em meio à natureza, ao pântano, ao brejo. Não esperava que fosse amar tanto essa história. Fiquei tão comovida durante toda leitura. A solidão, meus amigos, é algo realmente muito ruim pro ser humano. Mesmo os mais fortes em algum momento vai sentir falta de alguém em quem se apoiar. O preconceito é algo que deveria ser extinto da face da terra. O livro trás muitas mensagens lindas e aprendizados. Torci tanto pela Kya e pelo Tate. Torci pela felicidade da personagem. Chorei com o final da leitura. E eu realmente conseguir entender porq a Kya fez o que fez.

Carolina 11/12/2022

Um retrato emocionante sobre o abandono, preconceito.
Confesso que não havia pesquisado muito sobre o livro e nem havia visto o trailer do filme. Assim, iniciei a obra achando que ia ser do gênero suspense e me surpreendi com os temas abordados.

Não é um livro feliz. Na verdade, me senti incomodada e com uma angústia na maior parte da leitura. Me vi com um choro engasgado, com uma infortuna sensação de tanto sofrimento.

Porém, em uma ficção bem escrita e com riqueza de detalhes, a Autora nos sensibiliza acerca de diversos temas cotidianos, porém não tão debatidos.

O abandono e a consequente vulnerabilidade de crianças é algo corriqueiro, que deixa marcas nos próprios indivíduos, perpetuando em gerações. Esse desamparo não tem a difusão que deveria ter, sequer debatemos sobre tal descuido.

Gostei muito das minúcias sobre a natureza e os animais. Com certeza é um ponto forte do livro.

Kya é uma protagonista palpável, interessante, com empatia e inteligente. Com certeza, entrou na minha lista de personagens favoritas.

Como eu disse, não é um suspense e nem se aproxima desse gênero. O mistério é secundário diante da vida e das adversidades de Kya.

Marcela 09/05/2022

irretocável.
?parte de nós vai ser sempre aquilo que fomos, que precisamos ser para sobreviver...?

jamais vou esquecer de você, menina do brejo.

Daiana.Maia 12/11/2023

Eu estava em uma ressaca literária que durou mais de um ano, voltei a ler, porém estava meio desanimada e eis que veio o livro que me tirou desse deserto!
O livro é emocionante, aborda o abandono, alcoolismo, violência contra mulher, solidão, preconceito e outros assuntos, mas a abordagem não é feita de forma violenta e não trazem gatilhos.
A leitura é fluida e intercala entre passado e presente, o desfecho é bem sólido e não deixa pontas soltas.
Lindo! Fazia tempo que eu não lia um romance que me emocionava tanto.

kelvinbispo 21/01/2021

Surpreendente!
Confesso que não gostava muito de livros de romance, mas esse me prendeu. Ele conta a história de Kya Clark uma menina que foi abandonada pela família e teve que virar sozinha, em uma época e lugar onde existia muita discriminação, preconceito e racismo. Recomendo a todos esse livro, assim como eu, espero que você se apaixone por ele também.

fernandaugusta 23/04/2021

Que livro maravilhoso!
Kya tem 6 anos quando vê a mãe sair de casa com um olho roxo e uma mala para nunca mais voltar. Logo depois, todos os irmãos vão embora também, deixando-a com um pai bêbado e violento em um barracão isolado no meio de um brejo. Pa não tem interesse nenhum nela, passa dias fora de casa até que um dia some de vez, deixando Kya completamente sozinha.

As pessoas de Barkley Cove, cidadezinha litorânea próxima, a apelidam de Menina do Brejo. Há um preconceito fortíssimo contra as pessoas que vivem no alagado, e quando Kya tenta ir à escola por um dia, se sente tão perdida e humilhada, que nem a comida lhe vale a pena. Passa a fugir das pessoas. Aprende a sobreviver.

Cata mariscos para trocar por alimento e gasolina para o barco na marina de Pulinho, negro que a acolhe e ajuda. Não conhece dinheiro, não sabe ler. Coleciona penas, conchas, ninhos e conversa com as gaivotas.

Até que um dia, quando ela estava prestes a completar 15 anos, Tate, um amigo de seu irmão, começa a interagir com ela deixando penas em um tronco. Ele se oferece para ensiná-la a ler. E a vida de Kya começa a se transformar, com letras, números e o amor de Tate.

Mas Tate vai para a faculdade, e lá uma menina como Kya não tem lugar e nem espaço. Os dois se afastam, o tempo passa e Kya passa a se envolver secretamente com Chase Andrews, cara rico da cidade.

o livro começa com o encontro do corpo de Chase Andrews no pântano. Logo o rumor se espalha e a Menina do Brejo é apontada como assassina. Teria sido um acidente ou uma morte premeditada como um ato de vingança?

Ao mesmo tempo que acompanhamos a investigação da morte de Chase, voltamos à intimidade da solidão de Kya ao longo dos anos. E inconscientemente somos levados a refletir o quanto somos diferentes e quanto sofrimento causamos por isolar aqueles diferentes de nós. Será que sobreviveríamos, como Kya? Ou nos deixaríamos afogar no brejo?

"Um Lugar Bem Longe Daqui" é uma leitura reflexiva, mas muito instigante e nada cansativa. Tem revelações até a última página (sim!), o que eu particularmente achei muito legal. Merecedor de todas as avaliações positivas que vem recebendo, para mim, a melhor leitura deste ano até o momento.

Thais Dorighello 22/10/2022

Solidão
Esse livro me impactou bastante sobre como a solidão familiar afeta uma vida inteira, muito triste e lindo, ver toda a determinação.

Mariana 20/04/2024

É um bom livro. O começo é meio lento, principalmente na parte da infância da principal, mas depois que ela já é adulta a leitura flui melhor. O final tem uma reviravolta muito legal.

mari 07/10/2020

Sobre ?Um lugar bem longe daqui?
Me destruiu, achei simplesmente perfeito.
5 estrelas e favorito.

Iza 13/08/2021

Bem interessante...
Sinceramente de início, foi muito complicado para que eu pegasse ritmo na leitura. Por ter amplas descrições de uma natureza/ambiente que não estou familiarizada, eu ficava muito tempo batendo na mesma tecla, tentando visualizar como eram todas aquelas áreas descritas. Além disso, tinha o fator cronológico, que levei uns capítulos pra me acostumar kkkkk.
Mas depois que me ajustei a tudo, o livro fluiu incrivelmente, e foi uma leitura maravilhosa. Com toda certeza recomendo esse livro e achei esplêndido conhecer mais sobre a natureza por conta das pesquisas que fiz pra entender partes do texto.
Tenho total certeza de que durante os anos vou ir relendo esse livro ou ao menos voltarei aos poemas recitados nele.

Mirelli.Braga 03/05/2022

Mas essa menina não tem um minuto de paz não?
Eita livro desgraceira. Tu quer drama? Lê esse livro! Quer suspense? Lê esse livro. Quer entender biologia? Lê esse livro.
Mas lê preparando o psicológico, porque meu deus, quanta desgraça acontece com a coitada da Kya. Da vontade de botar ela num potinho e guardar da humanidade pra sempre.
Quando tu pensa que vai dar certo, pá! Outra desgraça!
O livro começa parado, chatinho até, mas logo depois do 1/3 do livro, ele dá uma reviravolta gigantesca que prende até a sua alma nele!
É um livro que tem muitas referências a natureza e muitas páginas descritivas do local ao redor. Faz sentido que estejam fazendo filme dele.
Não digo que amei, porque esperava um desfecho melhor para o final, mas eu gostei bastante até.