Érika dos Anjos 27/07/2009Triste retratoApesar de ter sido escrito em 1933, Os Corumbas continua atual, já que trata da história triste do proletariado nordestino, ou de todo o Brasil, que acorda antes do sol nascer para trabalhar e ainda passa fome.
Amando Fontes conta a vida da família Corumba durante os seis anos que viveram em Aracaju, após saírem de um pequenino vilarejo no interior do Sergipe. No início, Geraldo e Sá Josefa chegaram com cinco filhos, quatro mulheres e um homem. No entanto, os infortúnios são tantos, que neste pequeno espaço de tempo, eles perdem toda a prole. E assim, se desenrolam os fatos na Estrada Nova ou nas fábricas de tecido Têxtil e Sergipana.
O triste relato é ainda mais profundo se levado em consideração os costumes e tradições da época, que faziam com que qualquer coisa fosse considerado algo sem perdão. Quanto a linguagem, apesar do livro ter 'apenas' 76 anos, há várias palavras que já não estão no nosso dialeto habitual, como sazões, taquaras, caceteiras, entre outras.
Como, sabiamente, disse o grande Mário de Andrade: 'Esse livro vale por si'. Um verdadeiro romance do proletariado brasileiro.
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