Resenhas -

Gabriel 15/07/2020

Diferenciado
As vezes gostaria de saber o que esses roteiristas fumam antes de escrever as histórias do Deadpool. 4 estrelas porque é bem original

@fabio_entre.livros 17/01/2022

The Walking Deadpool
Sendo totalmente sincero, Deadpool era um personagem quase desconhecido para mim até o lançamento do filme de 2016. No entanto, bastou ver aquele filme para me tornar fã do Tagarela e esperar ansioso a sequência (de 2018), que achei igualmente ótima. Adorei a ousadia da Marvel em dar vida ao personagem nas telas com o máximo de fidelidade aos quadrinhos, sem medo da censura e abraçando de vez o politicamente incorreto em termos de linguagem, violência e desvirtuamento de valores. Depois de ver os filmes, fiquei um bom tempo à procura de alguma publicação do (anti-)herói, e eis que me deparo com este encadernado.
Tudo começa com Deadpool acordando de um coma alimentar e descobrindo que, enquanto esteve apagado, o mundo foi devastado por um apocalipse zumbi. Essa premissa, que já começa tirando sarro de "The Walking Dead", introduz o tom da história: uma mistura de paródia, homenagem e contextualização de uma situação nonsense ao universo do Vermelhão.
O roteirista Cullen Bunn parece um discípulo de Garth Ennis na abordagem de situações malucas e humor negro; de fato, desde "Preacher" eu não me divertia tanto com uma HQ. Ao mesmo tempo em que faz um desfile de referências ao subgênero zumbi na cultura pop (de "Re-Animator" ao clássico "A noite dos mortos-vivos", de George Romero), ele constrói uma história absurda, mas ainda assim dotada de originalidade.
Enquanto mostra Deadpool abrindo caminho à bala e espada entre as hordas de mortos-vivos, Bunn apresenta conceitos interessantes, como o fato de os zumbis aqui serem conscientes, isto é, apesar de seguirem a cartilha do Romero (são lerdos, podres e vorazes por carne humana), eles preservam sua mente, sabem o que são e até falam (enquanto seus cérebros não se diluem de vez). Ele também ironiza a ideia de o apocalipse zumbi ser castigo divino, inclusive apresentando um grupo de fanáticas religiosas oportunistas e extremistas. Porém, a ironia maior fica para o final, com a atitude heroica do Deadpool para acabar com a praga zumbi, mas que acaba trazendo um problema ainda pior, explorado na minissérie seguinte.
Este encadernado reúne as duas minisséries: "The Night of the Living Deadpool" e "The Return of the Living Deadpool", e, resumindo tudo em duas palavras: diversão garantida.