LT 20/08/2019
Oi pessoal! Essa leitura me fez refletir sobre nossa força interior, acreditar que o amor pode mudar as pessoas e transforma-las, mudar vidas, quebrar barreiras, enfim... Vou parar de rodeios, vamos a resenha?!
Pamela é uma menina de dezesseis anos, uma braite sonhadora e alegre, tem uma boa casa, pode se falar que é rica, vive tranquila com seus pais, quer se formar e ter um ideal na vida. Ela está na escola e foi lá que conheceu Raul, uma pessoa inferior aos seus padrões, e nas primeiras vezes em que se encontraram não conversavam, por causa do preconceito, mas depois de um tempo os olhares diziam tudo.
Raul é um rapaz de cabelos roxos e grandes olhos de cor mel, é um laluli, que apesar de estudar na mesma escola dos braites, é descriminado por ter pouca magia e por seus modos serem mais realistas. Lalulis são mais brutos, moram do lado oposto dos braites na cidade, tem uma vida sofrida e lutam por igualdade.
[Quote] Mamãe diz que é porque eles são diferentes de nós, não tem nosso poder. Eu nunca falei para ela, mas acho isso ridículo. É lógico que eles não têm poder, isso é óbvio. Mas a questão é: por que eles não têm nosso poder? O que aconteceu a eles? [...]
Braites são seres mágicos que evoluem com a presença dos mesmos, vivem em harmonia, não há tristeza, só alegria plena, sempre de bem com a vida, na cidade e em casa existe uma conexão, onde todos estão interligados de energia positiva. Eles estabelecem suas leis e são rígidas, lutam para que sejam cumpridas e sem mistura nas raças.
Lalulis são os opostos, pessoas pobres que tem pouca magia, realistas e lutam para manter suas casas, são descriminados como seres inferiores.
Temos, portanto, duas raças diferentes que não podem se misturar pois levam tudo ao declínio, enfraquecendo o braites e transformando sua essência em nada, assim como aconteceu no passado.
Todavia, por ironia do destino, Pam e Raul se apaixonam, é tão forte a conexão entre os dois que eles não conseguem ficar separados, com isso a angustia dos pais de Pamela é visível, mas o que fazer quando o amor quebra barreiras? Será que tem um jeito de manter a magia e viver com seu amor?
[Quote] Raul me abraçou forte. Ele reconhecia o sacrifício que eu estava fazendo para tê-lo ao meu lado e sofria comigo, mas como eu odiava ter que fazer sacrifícios... Ver minha magia morrendo e meus pais sofrendo me fazia questionar minhas escolhas a cada minuto. [...]
Na trama de Acredite, existe uma hierarquia diferente, em que as raças não podem se misturar, no entanto, como já questionado aqui, o que fazer quando o amor é a força que governa duas pessoas, independentes de riqueza e nacionalidade? Só que temos também aqui as diferenças de classes que causam muitos problemas e injustiças.
Logo no começo da história vejo em Pam uma garota madura, que não queria contrariar seus pais, mas que lutava pela sua liberdade de ir e vir, se relacionar com quem quiser e fazer suas próprias escolhas. Ao decorrer da trama, temos sentimentos diversificados, principalmente por causa da pouca idade da personagem, achei que ela desistiria fácil por ser tão pressionada por todos os braites.
Apesar de ser um livro curtinho, todos os meus sentimentos entraram em conflitos. Pois não é o amor só pelos pais que é abordado, tem também o amor incondicional de se doar sem esperar nada em troca, apenas lutando juntos por um ideal, podendo causar desavenças, brigas, podendo ser injustiçados, são vários os fatores que colocam os personagens e o leitor se questionando: qual valor teria se sua escolha e seu amor fossem arrancados de vocês?
Acredite é um livro envolvente, que fica entre magia e fantasia. A autora, Eliane Quintella, abordou um tema, além da fantasia, que toca muito dentro de nós e sinceramente, foi ao fundo para tocar nossas emoções.
O livro é narrado em primeira pessoa através do ponto de vista de Pamela. As páginas são amareladas, o tamanho da fonte confortável para leitura, não encontrei erros de digitação e não notei outros erros, talvez por estar absorta pela leitura ou por não tê-los, não sei.
Tem uma música do Abba I Have a Dream (Eu tenho um Sonho) referente à história, e se encaixa bem na trama, com uma linda melodia. A edição também conta com algumas ilustrações lindíssimas, aliás, preciso dizer, a capa desse livro é linda também.
Se recomendo? Claro que sim! Para todas as pessoas que lutam por um ideal, que torcem para que no final o casal possa viver em paz e juntos, e que apesar das adversidades acreditam que o amor pode mover montanhas, pode engrandecer e não diminuir. Querem descobrir se temos um final feliz ou não e como se dá todo o desenrolar dessa proposta de enredo? Bem, leiam!
Resenhista: Cris Santana.
site: http://livrosetalgroup.blogspot.com.br/