Thaisa 25/07/2023
Um final inspirador, mas sem aprofundamento
Finalmente chegou a conclusão de "Paper Girls"!
Erin, Tiff, KJ e Mac são quatro garotas entregando jornais em sua cidade na madrugada após o Halloween de 1988. Mas depois de acionarem, acidentalmente, uma estranha máquina, elas serão jogadas no meio de uma guerra temporal entre duas facções que tentam dominar o tempo.
Assim, elas viajarão para diversas épocas, desde o longínquo passado primitivo até o futuro tecnológico de 2171. Aqui, no entanto, as quatro são separadas depois de uma enorme explosão: cada uma acaba parando em um momento diferente do tempo - e, longe umas das outras, elas terão de encontrar uma maneira de se reunirem e voltarem para seu presente nos anos 80.
Esse final de "Paper Girls" me trouxe muitos sentimentos e pensamentos contraditórios e ainda me encontro indecisa sobre como Vaughan amarrou a trama: os conceitos utilizados pelo autor são extremamente interessantes até a última página, mas confesso que a execução deixou a desejar... Sinto que, no geral, essa série se beneficiaria com mais volumes, já que a narrativa é tão complexa.
Eu adorei ver como cada personagem cumpre sua função aqui, o desenvolvimento que tiveram ao longo dos capítulos e como o relacionamento delas foi construído, mostrando ao leitor que o mais difícil não é viajar no tempo ou impedir grandes acontecimentos, mas, sim, simplesmente manter uma amizade para o resto da vida.
No entanto, alguns aspectos me desapontaram, como a facilidade com que as coisas se resolveram, a falta de algumas explicações mais profundas e, principalmente, mais detalhes importantes sobre os líderes das duas facções que estão em guerra para controlar o tempo - a mudança repentina de atitude e mentalidade de um deles, um personagem tão importante na trama, me deixou boquiaberta por ser tão irreal.
Ainda assim, gostei de algumas reviravoltas, as últimas páginas carregam mensagens lindas e impactantes sobre amor, amizade e crescimento e, é óbvio, não posso deixar de elogiar a arte magnífica de Chiang que, com seus traços cartunescos, humanizou perfeitamente os personagens e os cenários, fazendo com que eu ficasse maravilhada com ilustrações reais junto de artes surreais que envolvem tecnologia e muitas novas criações. E destaco as cores utilizadas por Matt Wilson que, desde o primeiro capítulo de "Paper Girls", deu o tom para essa série através de cores neon, vibrantes e belíssimas.
A verdade é que terminei a história querendo mais enquanto dava adeus às novas amigas que jamais imaginei encontrar... Até a Mac, que é uma personagem que eu odiava e que foi amadurecendo tanto em sua jornada - e, quem diria, até no meu coração!
Mais resenhas no instagram literário @livre_em_livros e no canal do Youtube "Livre em Livros"!