Problemas de Gênero

Problemas de Gênero Judith Butler




Resenhas - Problemas de Gênero


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Fer Paimel 13/03/2021

Leitura mais técnica
Peguei alguns livros na temática de gênero para contribuir com minha pesquisa na minha pós graduação... mas esse, em especial, achei bem difícil de entender as ideias...
Talvez seja pelo fato de eu estar apenas começando o estudo sobre gênero, mas as ideias de Butler foram bem complicadas de entender, precisarei de leitura complementar sobre a obra.
Do que eu entendi, também, discordei em alguns pontos... assim, não é uma leitura que eu recomendo em geral, mas sim para quem já tenha uma base de estudos de gênero, para poder aproveitar melhor as discussões do livro...
Jepthur 30/08/2021minha estante
Eu amei a leitura e concordo muito com a autora, mas o ponto que vc falou que n é uma leitura pra iniciantes é um fato. Quando eu li eu tbm estava estudando gênero, mas acabei encontrando muita dificuldade. Levei muito tempo e já revisitei o livro pra ter uma compreensão melhor.


Fer Paimel 30/08/2021minha estante
Oi, Arthur! Pois é, foi meu primeiro contato oficial com a autora? Foi uma leitura importante para mim e com certeza pretendo revisitá-la em um momento de mais calma. Eu gostei da autenticidade dela, tanto das ideias como da forma de escrever, motivo pelo qual quero reler e entender melhor o que foi exposto, depois que eu tiver uma base de leitura maior também :)


Jepthur 30/08/2021minha estante
Faz isso sim! Depois desse baque que eu tive com a autora eu fui procurando guias de como fazer a leitura das obras dela. Ainda estou nessa jornada hahaha, espero que dê bom!


Nanna 08/09/2021minha estante
Oi gente, sobre livros abordando questões de gêneros, quais seriam as indicações de vocês?


Fer Paimel 08/09/2021minha estante
Oi, Nanna! Vou te indicar dois, que são bem diferentes, mas eu achei uma linguagem mais simples e pude acompanhar melhor o raciocínio. O ?Gênero, patriarcado, violência?, da Heleieth Saffioti; e ?A dominação masculina?, do Pierre Bourdieu?
Como eu disse, ainda estou no início das leituras dessa temática, então não tenho muitas referências para te passar e tb depende do enfoque que vc quer dar? mas eu quero ler ?O mito da beleza? da Naomi Wolf e ?O segundo sexo?, da Simone de Beauvoir, pois são sempre bem citados nos estudos de gênero? eu precisei diminuir meu ritmo de leitura por outras questões, então ainda estou meio atrasada nessas leituras? enfim, se vc tiver sugestões, eu aceito tb :)


Marcelão 23/12/2022minha estante
Realmente, pra poder usá-la em minhas dissertação e tese foi preciso também ler pra ter noção ao menos dos principais autores e teóricos que ela apenas pincela ou que utiliza como base para argumentar (seja refutando-os ou expandindo o trabalho de seus predecessores). O que mais contribui pra leitura dele sem dúvida é o velho Foucault na maior parte do tempo. Mas talvez o graal mesmo seja contato com a desconstrução e Derrida (este a base da escrita dela)


Fer Paimel 24/12/2022minha estante
Pois é, Marcelo? sem dúvidas as constatações dela são importantíssimas, mas é uma leitura acadêmica, que pode ser vista, criticamente, como forma de distanciar o estudo das pessoas que são o objeto desse estudo? ao mesmo tempo, são teorias complexas, que exigem um vocabulário próprio? é difícil hehehe


malueconomista 11/07/2023minha estante
Achei de um mal gosto acadêmico terrível. As pessoas reclamam dos economistas e seu linguajar petulante, elas ainda n viram os teóricos de gênero. Me pergunto como eles querem que suas ideias sejam propagadas sem enorme distorção de conceitos. Desisti.




Ana Usui 19/09/2022

Para os que são verdadeiramente dedicados
Ler Problemas de Gênero é uma tarefa árdua e não sei direito a quem culpar, Judith Butler por ser prolixa, utilizar uma linguagem muito rebuscada e elitizar o texto, ou a equipe de tradução e edição por optar por certas palavras em detrimento de outras e não traduzir alguns termos estrangeiros (e sim, eu entendo que alguns termos filosóficos possuem significados específicos, maaaas muitos outros não, como a palavra différence por exemplo).

Só pra dar uma ideia: eu não estava entendendo nada e pesquisei um guia de como ler Butler, descobri que seria bom ler Foucault primeiro. Assim fiz, mas não foi o suficiente, li uma obra sobre gênero e performance na educação, alguns artigos sobre a área e mesmo assim tive dificuldades. No decorrer do livro precisei do auxilio constante do dicionário e fui grata por já ter uma boa base de estudos feministas. Mas se você quer ler esse livro e realmente entender recomendo de verdade uma boa base em: feminismo (O Segundo Sexo de Beauvoir, Wittig e Irigaray são bastantes citadas), psicanálise (Lacan e Freud, sendo essencial entender o que é recalcamento e o complexo de édipo) e um pouco de filosofia (Foucault e Hegel, especialmente a história da sexualidade; e a dialética do senhor e escravo).

Entretanto, uma vez que você passa dos dois primeiros capítulos a leitura finalmente engrena. O importante é pegar os conceitos principais que a Butler traz como argumentos para provar o seu ponto, que nada mais é que: gênero é uma performance, um mito cultural que precisa ser treinado constantemente e regulado pelos discursos e aparatos de poder.

A Butler começa o livro questionando o feminismo e sua constante inclinação para a busca filosófica das diferenças entre os “sexos/gêneros”, ela afirma que o feminismo, em sua tentativa de expor e rechaçar o patriarcado, apenas reafirma o conceito binário e acaba por excluir em sua própria análise diferentes tipos de mulheres/pessoas. A autora aponta que o feminismo deixou há muito tempo de ser uma questão das mulheres contra o patriarcado para ser uma oposição das minorias e/ou dos desprivilegiados ao poder vigente hegemônico.

Ou seja, não existe uma mulher universal, que sofra as mesmas condições e abusos em todos os países e culturas (algo que já tem sido visibilizado pela interseccionalidade). Para chegar nessa conclusão de que o feminismo não é *para as mulheres*, Butler percorre um longo caminho para evidenciar que sexo biológico e gênero são a mesma coisa. Não existem. São mitos. Ficções da cultura.

E aqui a galera pira. “COMO ASSIM NÃO EXISTE SEXO BIOLOGICO?!!!!”
Pois é, doidera não?

Mas Butler (quando compreendida rsrsrsrs) nos convence de que realmente não existe. É tudo mito da carochinha. Ter uma vagina ou pênis não define seu comportamento, seus sonhos e aspirações, seus traços de personalidade. Nunca definiu, temos isso provado de novo e de novo em vários campos acadêmicos. A única diferença reside em carregar ou produzir uma criança. Que não muda em NADA sua pessoa. Quem define se você pode ou não trabalhar, se você deve ou não ficar em casa, se é bom ou não para essa ou aquela função, é a sociedade. Ou seja... Se a ÚNICA DIFERENÇA ESSENCIAL entres os sexos é ter uma criança, porque nos deixamos moldar completamente por essa única função?

E as pessoas inférteis? E as pessoas que adotam? E as evoluções médicas que permitem casais terem filhos? Ser mulher é pintar a unha? É ter cabelo comprido? É usar saia? É falar demais? É ser delicada? Ser homem é ter barba? É ser forte? É chorar menos? E desde quando nosso físico nos restringiu dessa maneira? Qual cromossomo é responsável por isso? Em que aspecto minha genitália me impede disso ou daquilo?

A verdade é que não há resposta plausível para essas perguntas, o gênero existe por causa do sexo biológico, mas quando pensamos em sexo biológico já estamos pensando em gênero. Então quem veio primeiro? O ovo ou a galinha?

Nessa jornada tortuosa da Butler, percorremos pontos feministas, filosóficos, psicanalíticos e culturais para chegamos na conclusão de que o gênero é uma ficção que nos contamos, desenvolvemos diversos aparatos para ocultar essa ficção e então nos esquecemos de sua origem, passamos então a viver em um sistema regulado de opressão que vive através de sua mentira.

A leitura vale muito a pena para quem estuda tanto feminismo quanto estudos queer, mas exige bastante força de vontade. Caso não seja sua vibe, recomendo a leitura de obras posteriores ao pensamento da Butler, a compreensão será mais fácil e você chegará no mesmo ponto. Dizem por aí que Corpos que Importam é mais acessível e responde alguns dos pontos que Problemas de Gênero levanta, espero ter uma melhor experiência nele (assim que me recuperar desse trauma literário, pq vou te contar...).

~Agora vou ler coisas leves e felizes porque ninguém é de ferro~
Andrea 25/09/2022minha estante
IMPACTADA com a sua resenha, minha filha. ? Muita coisa a se pensar só com a sua visao, imagina com o texto e as referências??? Não sei se me encontro apta no momento para tal tarefa, apesar de querer bastante conhecer a autora.


Ana Usui 26/09/2022minha estante
Eu sofri nessa leitura ???, valeu a pena, mas só consegui pq tinha tempo hábil pra me dedicar


Rafael3768 25/11/2022minha estante
Li esse livro recentemente para realização do TCC e queria ver alguma opinião externa.
Achei sua resenha INCRÍVEL. Butler se mostra cada vez mais necessária


Ana Usui 27/11/2022minha estante
Muito obrigada ?????? esse livro é tão denso que sinto até que somos companheiros de guerra Kakakkakakakakak. Butler é mesmo incrível, estou me preparando para ler mais duas obras dela ano que vem


Ana Usui 27/11/2022minha estante
Inclusive, licença perguntar, qual o curso? ?
Sabe, acho q sou masoquista pq as vezes até bate saudades de fazer tcc


Rafael3768 28/11/2022minha estante
Sou formando em Letras! Meu trabalho de conclusão é sobre diversidade sexual e de gênero em fanfictions, em especial para o fandom de Jornada nas Estrelas. Para a parte de estudo de gênero, precisei ler bastante de Butler, Beauvoir e Foucault.


Ana Usui 29/11/2022minha estante
Caracas que legal!!




Camila 10/02/2021

O terror das radfem
Literalmente sem fôlego depois de ler esse livro. Bastante denso e extremamente complexo em algumas passagens, muitas vezes me via precisando voltar em algumas argumentações pra tentar seguir a linha de pensamento da autora - e ainda assim não sei se fui bem sucedida sempre kkkk....
Butler é genial, foda, destemida e colocadora de dedos nas respectivas feridas. Com um embasamento invejável e conhecimento aprofundado de diversas(os) autoras(es) e teorias, destrinchadas profundamente em cada capítulo do livro, Butler não tem medo de discordar de suas referências e defender as suas próprias ideias de forma bastante coerente.
A autora é incisiva quando expõe a desnaturalidade das categorias de sexo e gênero, ao passo em que questiona a própria pré discursividade do sexo, muitas vezes proclamada de forma progressista. Nada é natural, nada é fixo. Tudo é construído e tudo é passível de ação. Butler massacra (com razão) todas as explicações binárias e fala de construções (e reconstruções) que extrapolam o dualismo entre livre arbítrio e determinismo.
Gênero não é substantivo, mas verbo. Um eterno fazer-se de repetições performativas cuja naturalidade é puramente ilusória. É absolutamente incrível que a proposta subversiva da Judith Butler esteja justamente em romper com essas categorias não através da sua negação ou rememoração de um passado desconhecido - como muitas teorias feministas pregam -, mas justamente na extrapolação destas a partir do seu interior.
Performar o inatural até expor as suas contradições e romper com a lógica repressiva linear triádica composta por sexo - gênero - sexualidade. É isso. A subversão está na inconsistência. Mas nem de longe vou conseguir contemplar todo esse livro numa resenha.
Dora52 28/04/2023minha estante
você resumiu muito bemm




Davils 01/01/2024

Judith Butler sendo grandona e sem medo
Muita gente diz que é uma leitura densa e de difícil compreensão, mas eu meio que discordo disso. Em alguns momentos eu precisei ler o parágrafo mais de duas vezes pra entender o que ela tava falando? Absolutamente. Mas no geral não é difícil entender aonde ela quer chegar.
No mais, admito que os conceitos podem parecer meio abstratos, mas eu penso que é esse o ponto.
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Jonathan Vicente 07/12/2022

Necessário.
No começo quem não é acostumado com a leitura ou escrita queer, vai acabar se perdendo. Entretanto, para quem tem um pouco de conhecimento sobre a teoria, esse aqui é o nascimento.

Nota mil!
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Kanandavn 28/01/2023

Para além do gênero.
A presente obra de Judith Butler radicaliza a teoria de gênero, pois além da concepção antes já posta por vários outros filósofos do gênero como construção, nossa filósofa coloca não só a categoria de gênero mas, sexo e desejo como construção histórica.
Segundo a autora vivemos de acordo com as leis impostas pelas ordens reguladoras, que criam seus próprios sujeitos e para além disso classifica quais corpos marcados pelo gênero são inteligíveis e quais não são.
A intenção da obra foi a construção de uma genealogia crítica da identidade, com o intuito de desconstruí-la mas também, colocá-la como categoria política para se pensar nos mais variáveis sujeitos que nossa ordem estrutural produz, regula, e estabelece como político ou não. Ampliando dessa forma o gênero e trazendo a toma as mais diversas possibilidades de construção nosso sistema permite.
A ideia de corpo também é radicalizada, não o compreende como estático a espera de alguma significação, mas como construção e ação, mudança.

Acho esse livro de uma genialidade sem igual, recomendo muito para quem estuda gênero e para quem também gosta da temática. A escrita é difícil para quem não é acostumado com a escrita filosófica mas, vale a tentativa ??
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jhdep 20/03/2023

A subversão da identidade como política performat. feminista
O livro mais difícil e também o melhor que ja li. Butler é ume filósofe, como já disse por aqui, inquietante e polêmicx. Nessa primeira obra que abre publicamente suas discussões acerca do feminismo como potência política de subversão das identidades, elu dialoga com autores como Monique Wittig, Freud, Lacan, Kristeva, Foucault e Beauvouir, utilizando-se da teoria feminista de segunda onda, da história da sexualidade/genealogia foucaultiana, da psicanálise e da filosofia pós-estruturalista de forma crítica e contestadora, como bases para estruturar suas próprias formulações acerca do gênero, do sexo e da linguagem.

Expondo o caráter construído, histórico, naturalizado, discursivo e político das identidades que sempre se pretenderam fixas, estáveis e ahistóricas, Butler entende a importância de se construir uma ação interventiva na realidade que não presuma um sujeito pré-discursivo como necessidade para a integração, como historicamente têm preconizado a epistemologia ocidental, demonstrando o poder de se tratar categorias filosóficas como plurais, contingentes e sempre abertas à desestabilização e deslocamento.

Sua escrita é em si performativa, demonstrando na "forma" e no "conteúdo" (separação que elu inclusive contesta a todo momento) o caráter transgressor de suas formulações, que são filosóficas mas que integram referencias literárias, filmícas (começando pelo próprio titulo do livro) e dialogando com as mais diversas formas artísticas e áreas do conhecimento possíveis.

Boa parte do movimento feminista e o movimento LGBTQIA+ deveriam reconhecer mais a importância de Butler e todo o seu legado, incorporando suas idéias - sempre de forma crítica - em sua práxis política.
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Henrico.Iturriet 25/05/2023

Eita como pensa
Fazia tempo que um trabalho epistemologicamente sério não questionava mil versões de conceitos que vinham sendo adquiridos nas minhas leituras como chaves paradigmáticas para métodos de análise. Isso quer dizer que Butler é uma das autoras que utiliza as vozes de outras feministas para fazer o que todo cientista deve fazer: questionar seus métodos e pressuposições e entender da onde a dúvida primeira surge, ou melhor, os questionamentos, regimes de falas e proliferações de discursos partem.

Ela é genial na sua análise do gênero performático, além de dar um caráter revolucionário reordenado, ela consegue embutir no conceito de gênero uma proposição que extrapola o binarismo e questiona leis supostamente invariáveis das ciências sociais clássicas como o tabu do incesto e o tabu da homossexualidade. Essas compulsividades estruturas aliadas a um pensamento linguístico que permite a aglutinação de conceitos nunca pré-discursivos e a aquisição foucaultiana permite a teoria se desdobrar na nossa frente por meio de palavras. Portanto, é interessante perceber que uma teoria que se demonstra de maneira seria sempre conclama suas origens não com vergonha, mas expondo suas análises críticas de outros autores e propondo uma construção que seja enviesado politicamente para a subversão, que é o que Butler faz.

Eu amei a parte sobre as drags e as travestis.
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Ed Carvalho 10/07/2023

Entendi bem pouco
Talvez eu ainda não estivesse preparado para uma leitura tão densa sobre este assunto, pois entendi pouco deste livro, mas pude absorver a ideia de flutuação que a autora tenta repassar. Ela não deseja fechar nenhum conceito numa caixa e considera que gênero ainda é uma categoria em construção.
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malueconomista 14/08/2023

Desafiador e cansativo.
Definitivamente, não é uma leitura pra qualquer um. Extremamente prolixo, a sensação que fica é que se pode interpretar muitas coisas de suas palavras. Pegando um trecho aqui, um trecho acolá, receio que dê pra defender alguns absurdos. O que torna a obra bastante polêmica e problemática.

Acho que um pensador que se propõe a não ser exatamente claro ou objetivo peca na sua própria profissão (e, infelizmente, a história da filosofia está lotada desses). Acho que passamos da hora de mudar essa realidade. Por pensadores que prezem pela comunicação mais assertiva de suas ideias. Fiquei me perguntando se esse livro tinha realmente a necessidade de ter 250 páginas, porque você lê muito e sente que só tem geração de lero. Honestamente.

Contudo, foi uma leitura interessante de se fazer na época de lançamento de Barbie, eu tive bons insights (e suspeito que Greta Gerwig leu Judith Butler e traduziu brilhantemente suas ideias num filme comercial criativo).

De forma geral, eu compreendi que:

1. O gênero é uma performance que exige um esforço laboral IMENSO no intuito de mantê-la se repetindo e se reproduzindo. Assim, não há como falar de gênero fora da cultura. O gênero é, essencialmente, uma CONSTRUÇÃO que é exaustivamente repetida e elaborada para PARECER natural.
2. A identidade de gênero é um processo de construção guiado por condicionantes: sou fêmea logo sou feminina e logo sinto prazer a partir de certas partes do corpo (o mesmo vale para os homens). Essas condicionantes geram uma matriz sexual binária e heteronormativa de gênero e do desejo que existe mediante a proibição e a definição do que é certo, errado, ordenado, desordenado. Assim, a identidade de gênero é fruto de uma suposta lei paternal do gênero.
3. Essa lei paternal regula nossa identidade e compreensão do eu e cria estruturas de poder jurídico, social, econômico e linguístico.
4. Se quisermos agir de forma política e subversiva, teremos que o fazer tomando espaço nessas estruturas de poder, remodelando a compreensão sobre a língua, cultura, economia, legislação e corpo.


Por isso que a teoria queer advoga em favor de linguagem neutra e acredita que o sujeito do feminismo não pode ser necessariamente delimitado, porque a própria categoria mulher, de certa forma, reproduz a lógica heteronormativa binária de gênero.
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Thamy Palloni 23/08/2023

Feminismo: subversão da identidade
Obra de difícil leitura, com linguagem pouco pedagógica e por vezes prolixa, Judith Butler construiu uma tese sólida e vigorosa, dizendo o que precisava ser dito, sem medo de divergir de grandes nomes que vieram antes dela.

Subversão desde seu título, Problemas de Gênero traz à luz da filosofia (e todas as outras ciências humanas) questões de alcova, de juizado e das ruas. Os tabus são literalmente desnudados, escancarados, com o olhar frio ? diria gélido ? da filósofa.

O leitor gostando ou não, Butler expõe. E subverte ? destrincha as capacidades de construção de identidade, significado de gênero, sexualidade, sentimento e Feminismo. Ela vai para muito além do que poderia ser dito como ?gentil? ou ?sutil?. Justamente por falar do ?inadmissível?, a autora constrói sua teoria com olhar cirúrgico, complexo e com a voz de quem diz (independentemente se há concordância ou compreensão geral).

Ela expõe o ridículo que constrói nossas sociedades, as regras que regem desde o inconsciente coletivo até as leis das constituições. Psicologia, poder, sociologia, antropologia... Nada escapa ao trabalho gigante escrito por esta professora norte americana.

Afinal Butler fala do óbvio. Mesmo que não aparente, cada detalhe desta obra densa como rocha, fala do que nos toca a carne, nas fibras mais pessoais, mais secretas. O controle dos quais somos vítimas e coautores é exposto dentro de cada linha ? eufemismos não são permitidos nesta obra.

Ler Problemas de Gênero foi necessário ? e é preciso que tal forçamento se torne lei. Coração da Teoria Queer, a sexualidade e a psique humana são apresentadas com a sinceridade da verdade ? sem que haja pedras nas mãos, ela apenas mostra o que já é, o que já somos, em detrimento de qualquer regra, qualquer punição.

Incesto, homossexualidade, bissexualidade, trans, heteros... Não importando o título que se coloque, Butler abre, neste livro, o caminho do diálogo e expõem os degraus a serem transpostos.

Muito além do sexo de quem amamos, ou do nosso próprio, Problemas de Gênero abre a porta da liberdade absoluta de questionar, de subverter, e de sempre manter o olhar crítico. Judith Butler, a seu modo, nos olhou no rosto e nos relembrou que antes de qualquer lei, tabu, dogma ou título, nós simplesmente somos.
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Polaroid 23/09/2023

Muito bom
é um livro bem denso. não vou mentir não, comecei a leitura porque não entendia muito bem a tese da Butler, e comecei a ler para entender o que ela tava propondo.
ela traça uma linha por todos os capítulos e junta na conclusão, fez muito mais sentindo a performatividade de gênero após a leitura do livro. são tantos pontos que ela destaca que não tenho nem como dizer, só lendo pra descobrir.
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gafebezerra 17/07/2024

PEDRADA
Embora a leitura seja bem complicada de assimilar, é simplesmente magnífica. Traz diversas noções de gênero de outras teóricas e junto a isso as reflexões revolucionárias de Butler, que nos gera um brainstorm tão intenso que é impossível não questionar quem temos sido enquanto performadores de gênero até então. Não é um livro para ler por lazer, creio que seja mais adequado utilizá-lo como referência bibliográfica de pesquisas sobre gênero e afins, sendo, nesse quesito, indispensável.
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Ka 26/05/2024

Prolixo e quase inacessível
Apesar de ter sido a fundamentação para estudos posteriores e contribuído de alguma forma para a discussão de gênero, a escrita é prolixa e restritiva, parece direcionar-se a nichos específicos, não comunica sua mensagem com clareza a todos.
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jujuwithbooks0 07/07/2024

Livro muito esclarecedor sobre posições de gênero e as relações que nós subvertem até ele. Recomendo a leitura de alguns autores antes desse livro já que em alguns capítulos a autora debate com eles. Muitas vezes me senti perdida com as palavras também, não é uma leitura muito fácil de ser feita, recomendaria tb acompanhar outras pessoas lendo para debate pro melhor aproveitamento da obra.
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