jhdep 20/03/2023
A subversão da identidade como política performat. feminista
O livro mais difícil e também o melhor que ja li. Butler é ume filósofe, como já disse por aqui, inquietante e polêmicx. Nessa primeira obra que abre publicamente suas discussões acerca do feminismo como potência política de subversão das identidades, elu dialoga com autores como Monique Wittig, Freud, Lacan, Kristeva, Foucault e Beauvouir, utilizando-se da teoria feminista de segunda onda, da história da sexualidade/genealogia foucaultiana, da psicanálise e da filosofia pós-estruturalista de forma crítica e contestadora, como bases para estruturar suas próprias formulações acerca do gênero, do sexo e da linguagem.
Expondo o caráter construído, histórico, naturalizado, discursivo e político das identidades que sempre se pretenderam fixas, estáveis e ahistóricas, Butler entende a importância de se construir uma ação interventiva na realidade que não presuma um sujeito pré-discursivo como necessidade para a integração, como historicamente têm preconizado a epistemologia ocidental, demonstrando o poder de se tratar categorias filosóficas como plurais, contingentes e sempre abertas à desestabilização e deslocamento.
Sua escrita é em si performativa, demonstrando na "forma" e no "conteúdo" (separação que elu inclusive contesta a todo momento) o caráter transgressor de suas formulações, que são filosóficas mas que integram referencias literárias, filmícas (começando pelo próprio titulo do livro) e dialogando com as mais diversas formas artísticas e áreas do conhecimento possíveis.
Boa parte do movimento feminista e o movimento LGBTQIA+ deveriam reconhecer mais a importância de Butler e todo o seu legado, incorporando suas idéias - sempre de forma crítica - em sua práxis política.