Resenhas - Hyperion

guipinheiro 01/11/2024

Um clássico revolucionário
Hyperion é um livro de ficção científica publicado em 1989. Sua revolução se dá tanto em forma como em conteúdo.

A forma como ele conta a história e vai pintando o mundo é única. Através de relatos de cada um dos personagens, vamos entendendo o que está acontecendo e para onde estamos indo como se fosse ora um livro de terror, hora cyberpunk, ora um romance militar e muitas outras maneiras que o autor desenvolve a trama. Poderia perder a mão tentando ser tantas coisas, mas Dan Simmons é muito bom em diversos estilos.

Já em relação ao seu conteúdo, ele traz para uma ficção científica temas como a religião, o homem se destruindo, o amor de um pai e sua filha, assim como uma paixão carnal, o orgulho e teimosia da busca pelo conhecimento, vingança, luxúria, senso de propósito. Tudo isso em 560 páginas. E é lindo, a trama é poética, cheia de referências a diversas obras, mas ainda sim singular e majestosa.

Hyperion é uma obra essencial para se entender a ficção científica moderna e como ela pode ser transformadora e poderosa como obra literária.

Giovanna Batalha 31/10/2024

Não esperava gostar tanto do livro, apesar de ser um grande livro de contos sobre os personagens presentes e não ter muito sobre a história inicial.
Eu ouvi através do Storytel (plataforma para ouvir e ler livros) e o Mauro Ramos faz um excelente trabalho narrando o livro, então, se você tiver a oportunidade, use esse método.

FremenJeff 27/10/2024

Bem vindo a Hyperion, mas antes, vamos conversar.
Podemos considerar este primeiro livro uma abrangente exploração de personagens enquanto eles embarcam em uma última peregrinação em busca de uma figura messiânica.

Hyperion narra a história de uma galáxia à beira de uma grande transformação. Sete peregrinos, que inicialmente não se conhecem, compartilharão uma jornada inesperada rumo a um planeta hostil, onde suas vidas e destinos se entrelaçarão de formas surpreendentes.

A história individual de cada peregrino é um microcosmo da experiência humana, proporcionando um convite para uma aventura que aborda temas profundos, como o amor, as perdas, a passageira natureza do tempo, a mortalidade e como as escolhas que fazemos moldam nosso ser. Cada narrativa se desdobra, revelando os medos, esperanças e anseios que definem a condição humana.

Com uma escrita que é ao mesmo tempo acolhedora e desafiadora, Dan Simmons nos incita a embarcar em uma reflexão sobre o tempo e o espaço, além de ressaltar a capacidade humana de contar histórias.

Essa habilidade narrativa pode ser vista como uma experiência lendária para alguns e, para outros, pode soar entediante. Contudo, a riqueza das histórias entrelaçadas neste contexto nos faz ponderar sobre a multiplicidade das experiências e percepções que existem no mundo.

Dessa forma, Hyperion nos introduz a um universo extremamente rico, povoado por personagens bem desenvolvidos que prometem uma sequência triunfante. A obra não apenas cativa pela complexidade de suas tramas, mas também pela profundidade emocional que os personagens carregam, fazendo com que o leitor se envolva em cada narrativa como se fosse parte integrante dessa grandiosa jornada.

Tiago641 13/10/2024

A viagem
Um livro dividido em várias histórias de alguns personagens com seus próprios motivos para estar a caminho de um mesmo objetivo. Como todo livro de ficção científica, possui vários nomes próprios inventados pelo autor, o que por vezes pode confundir um pouco, mas nada que tire o prazer da leitura. No geral é um bom livro, precisamos de novas divulgações de ficção científica no Brasil.

Vic Tanzi 04/10/2024

Intergalactico
Uma das melhores ficções que já li. Super fluido e adorei as projeções de vozes das personagens. Ansiosa para os outros três livros.

Pê Reck 16/09/2024

Se você curte ficção científica e histórias profundas, Hyperion pode ser uma leitura interessante
Hyperion, do escritor americano Dan Simmons e lançado em 1989 tem uma história bem intrigante, que mistura ficção científica com um monte de personagens complexos.
O livro começa com sete peregrinos, cada um com uma história diferente, se reunindo para uma viagem ao planeta Hyperion. O objetivo deles é salvar uma parte da galáxia, que está sob o domínio da Hegemonia e da REDE, uma IA que ganhou consciência. A Hegemonia está em guerra com os desterros, humanos que vivem no espaço há tanto tempo que foram rotulados de “bárbaros”.
Durante a jornada, cada peregrino conta a sua própria história e explica qual é sua conexão com Hyperion. Isso ajuda eles a se entenderem melhor e a encontrar uma maneira de pedir ajuda ao Picanço, uma entidade misteriosa do planeta.
O narrador principal é o Cônsul, que observa e analisa os outros peregrinos, mas cada capítulo é narrado por um dos próprios peregrinos, o que dá uma variedade enorme de perspectivas e estilos. Por exemplo, o padre Lenar Hoyt lê o diário de um colega, Paul Duré, que chegou bem perto do Picanço. Já o coronel Fedmahn Kassad compartilha suas experiências em uma guerra interplanetária, enquanto o poeta Martin Silenus está à procura da sua musa, que ele acredita ser o Picanço.
A história do professor Sol Weintraub é especialmente comovente. Ele está acompanhando sua filha Rachel, que contraiu uma doença misteriosa em Hyperion e está envelhecendo de forma reversa – no momento da peregrinação, ela é um bebê. Foi a história qe mais me deixou pensativa e senti a dor desse pai obstinado.
Além disso, a detetive Brawne Lamia traz um mistério no estilo noir, com assassinatos e um romance complicado envolvendo uma IA em um corpo humano. E, por fim, temos a história de amor do Cônsul, envolvendo Merin Aspic e Siri, uma líder planetária que nunca sai do seu planeta.
Confesso que o começo do livro foi meio devagar e um pouco confuso, com muitas informações e uma realidade que eu não conhecia bem. Mas, a partir da história do professor Sol Weintraub, comecei a me empolgar e a querer entender mais sobre esse universo. Mesmo com as 560 páginas, esse é só o primeiro livro da série, e com certeza vou precisar reler quando sair o segundo aqui no Brasil.

Carlos Henrique 11/09/2024

E é só o começo
Um padre, um poeta, um soldado, um judeu, um templário, uma detetive e um diplomata partem em peregrinação a um planeta misterioso em busca de uma criatura mítica capaz de realizar desejos e ceifar vidas.

Essa é a premissa inicial de Hyperion, o que lembra até a estrutura das nossas famosas piadas de ?um argentino, um brasileiro e um português?? mas o bom humor para aí nessa comparação pois as historias narradas em Hyperion são em grande maioria tragédias.

Durante o livro cada personagem tem seu momento de explicar o que os levou até essa peregrinação e nessas narrativas somos apresentandos a diversos temas da ficção-científica e o tom de cada personagem diverge o suficiente para termos a sensação de ler um livro diferente para cada um deles.

Diante dessa variedade de abordagem e temas alguns personagens impactam mais que outros, por exemplo: o poeta claramente parece ter sido escrito para irritar ou leitor (em mim pelo menos ele causa esse efeito com muita eficiência) em contrapartida o ?judeu errante? me atingiu em cheio com sua narrativa sobre paternidade de tal forma que em alguns trechos cheguei a parar de ler para poder reordenar as idéias e descarregar o peso emocional do personagem.

No fim da jornada, somos introduzidos a esses personagens, já sabemos suas motivações e objetivos, mas e o desfecho disso tudo? Não temos. Hyperion é só o começo.

Jm__reiss 09/09/2024

Sobre Amor e Ódio
Vamos lá, minha pessoal experiência com Hyperion, um livro que apareceu nos meus recomendados da Amazon e que me chamou atenção instantaneamente pela temática.

7 desconhecidos são convocados por um culto à uma peregrinação até um planeta distante da confederação galáctica deste universo, Hyperion, para encontrar com uma criatura sanguinária conhecida como Picanço.

Sensacional, a temática é misteriosa e quando você vai ler ela se apresenta de uma maneira ainda mais interessante:
Um Padre, um Conselheiro, um General, uma Detetive, um Poeta, um Acadêmico e um Templário estão viajando juntos, e vão contar suas histórias enquanto peregrinam para sua provável morte.

Entrando no livro em si, ele se divide nas histórias de cada personagem intercaladas pelo grupo se movimentando, os relatos correspondendo à cerca de 70% do livro.

Começando pelos pontos positivos, os personagens são sensacionais, multifacetados e críveis, todos tem um passado complexo, desejos e motivações, ao mesmo tempo que eles são otimamente apresentados o mistério se mantem até que contem o que passaram e o que os conecta com Hyperion.

Além dos personagens a ambientação também é sensacional, desertos, florestas, naves bem detalhadas, barcos e etc. O mundo em si de Hyperion é muito interessante e misterioso, com uma presença daquela sensação de que qualquer coisa ali pode acontecer.

O ponto mais positivo de Hyperion, sem a menor sombra de dúvidas, são as histórias de cada um. Algumas delas são absolutamente brilhantes, com destaque pra história do Lenar Hoyt, do Sol Weintroub e do Feedman Kassed. São realmente muito boas, originais e bem escritas.
Além das histórias, dentro delas há um certo poetismo que brilha os olhos, muitas referências da literatura inglesa (especialmente Keats e o seu poema ?Hyperion?)

Dado os pontos positivos, eu preciso muito alertar sobre os negativos: as melhores partes desse livro também são as piores.

Hyperion é um longo, longuíssimo prólogo de uma história que nem se quer começa no livro. Tudo no livro é uma apresentação, bem feita, mas apenas uma apresentação. Os personagens são apresentados (com suas histórias MUITO BOAS sendo contadas), Hyperion é apresentado (parte pelas histórias parte pela ambientação), o Universo é apresentado e o livro simplesmente termina.

De uma hora pra outro o sétimo personagem conta sua história e o livro acaba, de uma forma seca e sem sentido, ao menos pra mim.

A sensação é que Dan Simmons se esforçou tanto criando suas metáforas, seu ambiente, que esqueceu que o que ele estava escrevendo ainda era um romance, que pra ser satisfatório precisaria de ritmo. E é aí que Hyperion falha.

O livro não tem ritmo, a sensação em toda a leitura é que as coisas não param de ser introduzidas, o livro tem 7 começos, cada história tem antes uma ambientação relativamente longa, que quebra completamente a imersão que o livro trás. Em determinado momento a leitura fica até cansativa, você senta pra ler e é um exercício mental absurdo tentar assimilar um conceito novo por parágrafo.

E essa questão de conceitos é outro ponto negativo, o livro é um grande emaranhado de introduções de conceitos que NUNCA são explicados. Eles aparecem e são tratados como se o leitor fosse aprender a interpreta-los por osmose. ?peguei minha armadura de Klantun e corri pelo corredor Nolse com minha pistola Aslken a caminho da Hegemonia na nave galática de Siren?, e eu posso compreender o argumento de que toda ficção científica é assim, mas não é. Duna tem um Compêndio para facilitar a interpretação, e os conceitos são aos poucos introduzidos, em Hyperion você se sente um idiota lendo um milhão de palavras desconhecidas como se isso fosse natural. Uma releitura talvez colaborasse pra isso se reduzir.

Além desses dois, dentro das Histórias, algumas se tornam muito longas, excessivamente detalhadas e PASMEM sem um final conclusivo. SPOILER: a Historia do Poeta com todo respeito vai tomar 🤬 #$%!& , o melhor personagem tem um capítulo enorme, muito detalhado, que começa bem e termina sem explicar nada que aconteceu, pra entender você tem que ler a ultima página e retomar a memória, me senti um idiota lendo e sentindo que nada avançava.
Pra ajudar ainda, das 7 histórias pelo menos duas são realmente chatas, como a da Detetive, que não sustenta uma motivação no leitor e se torna rapidamente uma tarefa pedante encerrar ela logo pra poder continuar com a história de verdade.
Dan Simmons é um exímio poeta em prosa, mas quando se trata de narrativas curtas, semelhante a contos, parece que ele não soube sustenta-las sempre. A história que é um Thriller é chata e sem graça, enquanto a que é de Ação pura é divertida, não há um equilíbrio de qualidade.

Finalizando, Hyperion é um ótimo livro, mas com falhas nítidas. É uma boa poesia em várias partes, uma ótima ficção científica em outras, mas também é um romance sem ritmo, com uma continuidade esquisita e muito longo, sem trabalhar ótimos elementos que foram criados (Como o Próprio Picanço que na história principal não aparece). Há muita qualidade dentro do livro, uma escrita bem trabalhada, boas ideias, mas falta organização. E falta principalmente um aviso, ao ler o livro você está lendo uma introdução pra uma saga, um prefácio, um longo e por vezes cansativo prefácio.

Me perdoem pelo tamanho e pela prolixidade, no mais essa é só a minha opinião!!

Janaina 20/08/2024

Não era o que eu esperava...
...e gostei justamente por isso.
Tirando o capítulo do poeta, chato pra pohaaa ???, foi um ótimo entretenimento: me educou, emocionou e surpreendeu.
Gostei do formato "histórias dentro da história" e dos múltiplos narradores.

CamReadsBooks 25/07/2024

Para quem gosta de sci-fi, com ares de mistério e um pouco de horror, esse livro é um prato cheio. Só o final que dá um desespero pois queria saber MAIS, então quando soube que tem continuação fiquei mais feliz (e mais triste também, porque sabe-se lá se a Aleph vai trazer :[ )

Espero que tenhamos os próximos livros em português para que possamos continuar com essa história incrível!!

Flavio.Vinicius 22/07/2024

Hyperion
É como se o livro tivesse sido escrito por dois autores diferentes. Um deles, descritivo, contemplativo, faz uma literatura mais madura. O outro, o "gêmeo mau", escreve histórias de aventuras medíocres; histórias onde impera ação, brigas, guerras, descrições de lutas e violências, um querendo destruir o outro, outro buscando ser mais poderoso do que algum. Ao primeiro Dann Simmons, tiro o meu chapéu. Uma literatura belíssima, me fez sonhar e viajar por planetas e galáxias distantes, conhecer seres humanos com vidas extraterrestres, paisagens inimagináveis.

Então, eis um livro de mediano para bom. Dan Simmons tem uma mente poderosa, mas que parece sair do eixo em vários momentos, como se ele tentasse, por alguma razão, se tornar medíocre.

Li em algum local que o segundo volume é completamente diferente. Sendo assim, talvez eu leia a sequência.

Pericles Avelino 17/07/2024

Ficção Científica emotiva
Esse livro é bem diferente de toda ficção científica que já li. É uma obra muito interessante e visionária. Um grupo de pessoas é forçado a preregrinar a um planeta distante para receber um tipo de julgamento e concessão de desejos por uma entidade sanguinária e enigmática chamada Picanço. Tudo isso em meio a uma guerra intergaláctica e invasão de inteligências artificiais cientes, no ápice da aurora da espécie humana na expansão especial. As histórias de cada um são narradas em capítulos que compõe o livro, que na verdade é um grande prelúdio o livro todo. Cada história é muito bem pensada e todas convergem para um ponto: não importa o quanto a humanidade avançou, para sempre seremos humanos apaixonados, movidos pela esperança e por nossas paixões.

Rodrigo.Artioli 17/06/2024

Ficção científica ou Romance?!?
PONTOS POSITIVOS: Um ponto que achei interessante foi os pontos de vista dividido nos capítulos. Cada personagem contando parte da sua vida. Alguns são muito interessantes, e a escrita dele desenvolve bem.
PONTOS NEGATIVOS: A história não desenvolve muito em termos de explicação. Principalmente sobre a tecnologia ou alguns termos. Entendo que por ser um livro "introdutório" deixa o desenvolvimento para o próximo livro....mas então é obrigatório ler o segundo pra entender esse?

Maria 17/06/2024

Obra prima de introdução!
O livro começa muito difícil, fiquei com medo de não conseguir ler. Entretanto, estava extremamente enganada, o livro como é dividido eu simplesmente me encantei, fui me apaixonando por cada pedaço das histórias. Infelizmente, não sabia que era somente uma introdução, pois já ouvi de muito que poderia ser lido sozinho. Mas, ATENÇÃO é uma introdução aos outros livros!! Felizmente, a melhor introdução que eu já li na minha vida, no final fiquei muito feliz só por ler essa obra prima, não acho que lerei os outros, mas 5 estrelas definitivamente.