Sandrics 10/07/2020Maravilhoso!Spofforth está na beirada da cobertura do Empire State Building, ele quer cair, é o seu maior desejo há muito tempo. Mas seu sistema operacional o impede de morrer. Spofforth é um robô do tipo Nove, o melhor de todos, designado para todos os tipos de tarefas.
O imitador de homens trata-se de uma ficção expeculativa em que o autor imaginou como seria o planeta Terra daqui alguns anos no futuro. Humanos tomam seus coquetéis de sedativos e são treinados a não pensar. As mulheres perderam a fertilidade. A leitura é um conceito que não existe mais.
Nesse ambiente, Paul é um humano que aprende sozinho a ler e tem o desejo de ensinar a leitura, porém, é crime. E Mary Lou é uma mulher que não toma drogas pois fica enjoada e por isso parece tão esquisita dos demais. Esses três personagens terão seus caminhos colidindo.
"Aprendi a somar e subtrair números em um dos livros. Mas era entediante aprender o que chamava de Aritmética para meninos e meninas, então paramos de ler depois de adição e subtração. Se você tem sete pêssegos e tira três, você vai ficar com quatro. Mas o que é pêssego?"
Walter Tevis escreveu uma história de pessoas solitárias em um mundo de abandono. Não entendo como esse livro ainda não havia sido publicado no Brasil já que está lado a lado de grandes clássicos. Usando alegorias bíblicas e situações cotidianas, o autor nos mostra como estamos perto da solidão e de perder nossa consciência para artifícios que façam com que nos sintamos melhor.
"O que mais gosto é da estranha sensação que tenho nos pelinhos da nuca quando leio certas frases. E, por mais estranho que pareça, há frases que muitas vezes são muito obscuras para mim, ou que me deixam triste. Ainda me lembro desta, dos meus tempos em Nova York: 'Minha vida é leve, e espera o vento da morte, como uma pena no dorso da minha mão'".
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