O imitador de homens

O imitador de homens Walter Tevis




Resenhas - O imitador de homens


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Elaine | @naneverso 17/07/2020

Tão real que chega a doer!
Com uma escrita melancólica e incrivelmente palpável, Walter Tevis nos apresenta três personagens singulares: um robô depressivo criado à imagem de um homem negro ? talvez o único de sua espécie ?, um homem que aprendeu sozinho uma arte muito antiga conhecida como "ler", e uma mulher que incrivelmente escapa ao controle dos robôs e consegue viver sua vida de forma diferente dos outros seres humanos ainda existentes.

Nesta distopia onde a vida é uma não-vida ? ou seja, onde os humanos ainda estão vivos, mas sua existência é marcada pelo uso de drogas, psicotrópicos e a impossibilidade de sentir qualquer coisa que seja, já que existem leis que impõem a individualidade acima de tudo ?, Tevis cria sua trama ao redor de questionamentos como o valor da literatura, da arte, dos sentimentos, da religião e da fé (que, sim, são duas coisas diferentes), trazendo o leitor para dentro da história por meio da identificação com a sensação de anestesia dos tempos modernos, ainda que o livro seja dos anos 1980.

Resenha completa em @naneandherbooks no Instagram
Agnaldo Alexandre 18/07/2020minha estante
O homem que caiu na terra, do mesmo autor, também é extremamente melancólico. Esse aí eu não conhecia. Vou procurar.


Elaine | @naneverso 18/07/2020minha estante
Já até comprei O homem que caiu na Terra também porque gostei muito da escrita dele. Se você gostou dele, provavelmente vai gostar desse também :D


Daniela 21/07/2020minha estante
Tô muito afim desse livro desde que vi teus comentários.


Elaine | @naneverso 21/07/2020minha estante
Eu acho que você iria gostar, Dani!




Carla Maria 12/12/2020

Excepcional
Eis que para a minha inesperada e maior surpresa, O Imitador de Homens entrou para a minha seletíssima lista de livros da vida (ele é o terceiro). O autor Walter Tevis consegue atingir a alma do leitor.

Em um futuro não muito distante, lá pelo ano de 2400, a humanidade está se dizimando, apenas alguns milhões ainda permanecem de "pé". E os poucos que ainda resistem, com o tempo cometem suicídios a luz do dia, e ninguém faz nada, pois é algo normal. As pessoas vivem a base de drogas e sexo rápido. Eles não sabem mais o que é ter sentimentos, pois foi proibido a vários anos atrás. Eles também não sabem mais ler. Não existem crianças. O mundo é controlado por robôs de várias categorias e um deles em especial, o Tipo Nove, chamado de Bob Spofforth, é o responsável por controlar essa população. Ele possui sentimentos e é praticamente uma cópia de um Ser Humano. Ele quer acabar com a própria existência, mas foi programado para não conseguir. E é aí que a "vida" desse robô vai se cruzar com a de Mary Lou (uma mulher foragida da lei), e com a de Paul Bentley, um professor universitário que aprendeu a ler sozinho.

Uma leitura mais que obrigatória para aqueles que almejam ler algo grandioso.
Joel Premiani 22/12/2020minha estante
Segui esta tua sugestão e estou quase finalizando a leitura. Eu não podia deixar de passar por aqui e dizer que estou fascinado com este livro. Valeu.


Carla Maria 27/12/2020minha estante
Nossa, que alegria imensa saber que você seguiu minha sugestão e conseguiu captar a magnitude dessa história. Abraço Jocabilis.


Joel Premiani 28/12/2020minha estante
Finalizei a leitura hoje. Amei. E... nossa! Que similitude com nossa época. Valeu pela dica.


Carla Maria 28/12/2020minha estante
Verdade Jocabilis. Espero poder compartilhar em 2021 livros tão bons quanto esse?.




bardo 26/05/2023

O que aconteceria se o Homem Bicentenário de Asimov vivesse no Admirável Mundo Novo de Huxley? É difícil não imaginar que essas referências passassem pela mente de Walter Tevis ao escrever esse livro incrível, profundo e doloroso.
Apesar da escolha para o título traduzido ser bem fiel ao provável objetivo do autor, ela tira uma referência que vai permear a obra toda, o título Mockingbird se refere diretamente ao enigmático verso “only the mockingbird sings at the edge of the woods” (“Só o pássaro imitador canta na borda do bosque.”).
Essa sensação de desamparo, de não pertencimento e ardente necessidade de comunhão (muitas vezes não compreendida) vai permear toda a obra e o autor vai trabalhá-la de diversas formas. Temas como alienação, ausência de propósito, inadequação, transpassam a obra, o autor nos oferece diversas formas de interpretá-los.
De longe talvez seja uma dos romances distópicos mais melancólicos e pessimistas, a despeito da solução em aberto. O olhar agudo do autor em identificar que o maior desejo da espécie seja a autodestruição, não deixa muita margem para esperanças. O fato do livro ter sido escrito nos anos 80 muito antes do advento da Internet, das redes sociais e ainda assim possuir uma atualidade assustadora também não contribuí para não deixar o leitor no mínimo pensativo.
É curioso pensar que muito antes do advento das Redes um autor tenha entendido que o mal que assolaria o futuro seria um profundo sentimento de solidão e inadequação. Apesar da menção às drogas, ao sexo desapegado e impessoal, é muito óbvio que o alvo do autor é um pouco mais sutil. A comunidade profundamente cristã e ao mesmo tempo afastada dos valores mais profundos do cristianismo e seu óbvio paralelo com o pecado da Privacidade que diz repudiar não deixa margem para dúvidas.
Vale ainda dizer que temos aqui um manifesto de amor à leitura, à capacidade de ler, escrever e por meio dela ter acesso às mentes e visões que de outra forma nos seriam incompreensíveis. Um livro para ser lido e relido.
Brujo 26/05/2023minha estante
Uwau !! Ótimo resenha !! Só a tua frase inicial já me deixou bem interessado


bardo 27/05/2023minha estante
Vale muito a pena, estou bem interessado em ler mais coisas desse autor.




Joel.Martins 03/04/2022

Gostei!
Uma mistura de Blade Runner e O livro de Eli.
Acho que o foco principal do livro é a natureza humana. Aquela que nos faz sentir necessidade de ser feliz.
E será que um robô pode ser feliz??
Essa leitura vai responder essa pergunta ??
rogerbeier 22/09/2024minha estante
Curioso como Tevis bebe de muitas referências da ficção especulativa que o antecederam e, ao mesmo tempo, muitos dos que o sucederam se inspiram em sua obra para desenvolverem seus respectivos livros ou roteiros. Veja o caso de P. D. James e seu Filhos da Esperança ou o próprio Livro de Eli que você citou. Tevis acertou na veia com seu "mockingbird".




Jessi 17/03/2022

Esse livro junto com "o conto da aia" me fez ter medo do quanto isso pode realmente acontecer nas nossas vidas, e isso é muito perturbador, no entanto é necessária a leitura.
Peguei essa indicação aqui no Skoob mesmo de modo aleatório, mas foi uns dos melhores aleatórios que já li.
rogerbeier 22/09/2024minha estante
De fato o livro tem essa capacidade de assombro que nos deixa pregados nele. No meu caso, fiquei atormentado com a ideia de estarmos vivendo uma profunda transformação do mercado de trabalho (especialmente na docência) pela introdução da Inteligência Artificial. Tevis conseguiu antecipar em 40 anos o que estamos vendo nessa década de 2020.




voandocomlivros 27/01/2022

"LER É ÍNTIMO DEMAIS. LER VAI COLOCÁ-LO MUITO PERTO DOS SENTIMENTOS E DAS IDEIAS DOS OUTROS. VAI PERTURBÁ-LO E CONFUNDI-LO."


"O Imitador de Homens" ressignifica a relação entre homens e livros como a única possibilidade de liberdade e encontro da essência humana.


O autor criou um universo sintético com uma sociedade com humanos quase extintos e substituídos por robôs. A maior parte da história se passa em Nova York, e conforme a leitura avança, é possível perceber que a Terra está devastada, um verdadeiro apocalipse tecnológico que foi se infiltrando aos poucos, de forma silenciosa.


Bob Spofforth, um robô de última geração, representa paralelamente a desumanização extrema e a quebra da engenharia perfeita. Em toda sua frieza, ele é dotado de sentimentos humanos e tenta suicídio repetidamente, mas é impedido pelo software. Quando encontra Paul Bentley, um humano, especialista em leitura que aprendeu a ler sozinho nessa sociedade sem leitores, Spofforth apresenta muitas contradições, escancarando ainda mais sua personalidade robótica complexa.


"SER AMIGO ERA ISSO. ALGUÉM COM QUEM VOCÊ FICAVA MAIS TEMPO DO QUE UMA PESSOA DEVERIA FICAR COM OUTRA."



Paul Bentley é um sonhador. Quando ele encontra Mary Lou, uma rebelde que opta pela realidade dura e prefere os animais às máquinas, desperta seu lado incorfomado e incompleto, os dois são incapazes de aceitar o que lhes é dado e estão dispostos a romper com o status quo.


"O QUE MAIS GOSTO É DA ESTRANHA SENSAÇÃO QUE TENHO NOS PELINHOS DA MINHA NUCA QUANDO LEIO CERTAS FRASES."


Esse livro é muito rico, aborda uma infinidade de tópicos que podem ser debatidos por horas, mas acho que o que mais mexeu comigo foi a insustenbalidade de um mundo vazio, imaginar-me vivendo em um lugar totalmente desprovido de qualquer arte é triste demais.


"AQUILO QUE EU QUERIA, AQUILO PELO QUAL EU ANSIAVA DESDE AQUELE TEMPO, ERA SER AMADO. E AMAR. E ELES NÃO HAVIAM SEQUER ME ENSINADO ESSA PALAVRA."


Se você já leu "1984" e "Admirável Mundo Novo", vai encontrar várias semelhanças nesse livro. Mas também vai perceber uma diferença gritante: "O Imitador de Homens" transmite esperança. Eu amei tanto isso. O livro todo é incrível, mas o desfecho é espetacular.



"ELE ESTAVA COMEÇANDO A DESCOBRIR QUE, DENTRO DE SI, EM ALGUM LUGAR, HAVIA UMA VIDA ENTERRADA, UMA VIDA DE SENTIMENTOS."



Recomendo muitíssimo!

site: https://www.voandocomlivros.com/post/o-imitador-de-homens-resenha
Jessy Silva 02/02/2024minha estante
Nossa, que resenha linda!




LUNII 13/10/2024

O livro é curto, mas eu demorei um tempo para ler. Então não foi uma leitura tão legal quanto eu imaginei que seria, o início é muito bom! Fiquei muito curiosa com a construção desse futuro e diversas vezes comparei com situação de agora, cheio de inteligência artificial.
Mas o protagonista Bentley e a forma na qual a sua história é contada, me desanimou muito, fiquei com muita preguiça de continuar a leitura.. Não consegui me importar com os personagens.
Eu queria saber mais a história do robô, Spofforth.
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dafsss 08/07/2020

Esplêndido
O livro gira em torno de três personagens. O Spofforth, Paul Bentley e Mary Lou.
Paul é um professor que descobre como ler, nessa sociedade futurística ler não é mais necessário e inclusive é proibido. Com a descoberta de alguns livros que ainda restam, Paul começa a pensar por si só e questionar para aonde o mundo está indo. Junto com Mary, que é uma mulher de olhos bem abertos para realidade.

Consegui me reconhecer nas motivações de todos. É uma escrita leve e direto ao ponto, conseguindo balancear entre cenas tensas e cenas reflexivas. Houve espaço até para alívios cômicos.
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A leitura tem um papel importante nos personagens. Bentley depois que aprendeu a ler criou empatia pelas outras pessoas e conseguiu enxergar o mundo de um jeito crítico. Afinal, como os robôs, criações humanas, conseguiram se tornar dominantes? Porque os humanos respondem aos comandos de máquinas?

Resenha completa no link: Consegui me reconhecer nas motivações de todos. É uma escrita leve e direto ao ponto, conseguindo balancear entre cenas tensas e cenas reflexivas. Houve espaço até para alívios cômicos.
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🌻A leitura tem um papel importante nos personagens. Bentley depois que aprendeu a ler criou empatia pelas outras pessoas e conseguiu enxergar o mundo de um jeito crítico. Afinal, como os robôs, criações humanas, conseguiram se tornar dominantes? Porque os humanos respondem aos comandos de máquinas?

site: https://www.instagram.com/p/CCY_DfoDLUY/
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Sandrics 10/07/2020

Maravilhoso!
Spofforth está na beirada da cobertura do Empire State Building, ele quer cair, é o seu maior desejo há muito tempo. Mas seu sistema operacional o impede de morrer. Spofforth é um robô do tipo Nove, o melhor de todos, designado para todos os tipos de tarefas.

O imitador de homens trata-se de uma ficção expeculativa em que o autor imaginou como seria o planeta Terra daqui alguns anos no futuro. Humanos tomam seus coquetéis de sedativos e são treinados a não pensar. As mulheres perderam a fertilidade. A leitura é um conceito que não existe mais.

Nesse ambiente, Paul é um humano que aprende sozinho a ler e tem o desejo de ensinar a leitura, porém, é crime. E Mary Lou é uma mulher que não toma drogas pois fica enjoada e por isso parece tão esquisita dos demais. Esses três personagens terão seus caminhos colidindo.

"Aprendi a somar e subtrair números em um dos livros. Mas era entediante aprender o que chamava de Aritmética para meninos e meninas, então paramos de ler depois de adição e subtração. Se você tem sete pêssegos e tira três, você vai ficar com quatro. Mas o que é pêssego?"

Walter Tevis escreveu uma história de pessoas solitárias em um mundo de abandono. Não entendo como esse livro ainda não havia sido publicado no Brasil já que está lado a lado de grandes clássicos. Usando alegorias bíblicas e situações cotidianas, o autor nos mostra como estamos perto da solidão e de perder nossa consciência para artifícios que façam com que nos sintamos melhor.

"O que mais gosto é da estranha sensação que tenho nos pelinhos da nuca quando leio certas frases. E, por mais estranho que pareça, há frases que muitas vezes são muito obscuras para mim, ou que me deixam triste. Ainda me lembro desta, dos meus tempos em Nova York: 'Minha vida é leve, e espera o vento da morte, como uma pena no dorso da minha mão'".

site: https://www.instagram.com/culturinhas/?hl=pt
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lipeleu 13/07/2020

Maravilhoso!
Como esse livro nunca fora publicado no Brasil antes? É simplesmente maravilhoso! Um futuro muito distante e distópico conseguiu me prender de uma forma incrível. Personagens cativantes e extremamente humanos, principalmente em um mundo dominado por robôs. Já virou um dos meus livros favoritos. Um clássico moderno que merece atenção. Parabéns e obrigado a Rádio Londres por publicarem a obra aqui.
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Vida Literária 02/08/2020

A Privacidade é um bem maior?
Em O Imitador de Homens vamos nos deparar com três personagens que se alternam na narração: Bob Spofforth, Paul Bentley e Mary Lou. A ambientação do livro é distópica e nos apresenta a sociedade com os seguintes valores: ler é proibido, a privacidade é um bem maior e sexo bom é sexo rápido, por exemplo.

Nesse mundo, leia-se New York, tudo é robotizado e os ônibus, pasmem, são telepatas (sim, você pensa neles e eles vêm te buscar). Todo o pano de fundo traz uma ideia de Panóptico como descrito por Foucault. A sensação de vigilância é ininterrupta, vide o louvor à privacidade.

Os poucos humanos existentes são drogados e já vivem a base de sedativos por longos anos. Primeiro conhecemos o Bob, um androide tipo nove, o mais sofisticado já construído e feito, inclusive, com tecidos humanos. Sua memória é vaga, pois teve suas lembranças apagadas e seu maior desejo é se matar. No entanto, sua programação sempre o impede de se jogar do Empire State Building.

Paul Bentley é um humano com sobrenome de robô (carro). É ele quem vai conduzir a maior parte da narração. Sua grande característica é ser autodidata e ter aprendido a ler sozinho. Por fim, conhecemos a Mary Lou, a figura mais emblemática e melhor explorada, sem dúvida. O entorno dela é carregado de símbolos e significados como a reconstrução da história de Eva da bíblia. (Dica: leia sempre com atenção as partes da Mary).

O desenvolvimento do livro acontece justamente no entrelaçar destes três personagens. O cerne da discussão

site: http://vidaliteraria.net/imitador/
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Marina.Castro.F 25/08/2020

Distopia Clássica
Uma distopia com todos os elementos do gênero, o livro tem uma história interessante e promove reflexões muito interessantes sobre o próprio sentido da vida humana. Algumas partes são um pouco arrastadas. Mas vale a pena a leitura pela mensagem e pela criatividade do autor em imaginar uma distopia que parece não ser tão imaginária assim.
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lara 16/09/2020

O imitador de homens
Lendo esse livro me lembrou uma célebre frase de Einstein: ? Não sei com que armas a III guerra mundial sera lutada. Mas a IV guerra mundial será lutada com paus e pedras?, frase um tanto chocante, pois, em um mundo que a tecnologia tende a avançar em passos largos. Enquanto avançamos tecnologicamente , estamos esquecendo do primordial ,pois o livro retrata, a priori de uma leitura. O livro é narrado por três persongens em um mundo utópico , sem valores e sentimentos , e como o poder da leitura os resgata, que com o passar dos anos , os humanos acabaram ficando robotizados com tanta tecnologia torna-os primitivos , muita ironia não !
? ...ali no alto daquele grotesco edifício sobre uma cidade entorpecida e sem propósito, uma cidade de sono narcótico, da parte dos homens, e de obscena imitação da vida , da parte dos robôs...? pág. 281, ah que não nos tornemos indivíduos narcóticos e a tecnologia não nos domine tirando nossa essência humana .
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Isaac 10/10/2020

Só o pássaro imitador canta na borda do bosque
Nas primeiras páginas desse livro, já sabia que iria se tornar um favorito.
É um livro completo: trata de política, igreja, suicídio e, principalmente, solidão.
No universo criado por Walter Tevis, o suicídio é frequente; as pessoas usam drogas e remédios que as fazem não questionar o mundo em que vivem, mas a aceitar tudo da forma como lhes é imposto. No caso das mulheres, os remédios inibem a fertilidade, fazendo com que no mundo existam apenas adultos.
Ninguém sabe ler; os livros e filmes foram proibidos e os cargos são ocupados em sua maioria por robôs.
O livro tem três narrativas de personagens diferentes que em determinado momento se conectam:
Primeiro, veio o Spofforth, um robô criado para ser o mais humano possível e assumir os grandes cargos. Ele tem um único desejo: morrer. Porém, os seus algorítimos de fabricação não permitem. Depois, conhecemos o Bentley, um aspirante a leitor que passa a trabalhar próximo a Spofforth. Por fim, a Mary Lou, uma mulher que vive em um zoológico e enxerga a vida diferente das demais pessoas.
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