Obra completa

Obra completa Murilo Rubião




Resenhas - Murilo Rubião


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MatheusPetris 31/07/2021

Hoje, às 19 horas, vou participar de uma live para conversar sobre a obra do Murilo Rubião.

Para quem se interessar, ela vai ser transmitida no Instagram de um amigo: @riegel.carlos
Jacy 31/07/2021minha estante
Ah, pena que só vi a publicação agora :(
Eu amo, amo, amo esse livro. Já li duas vezes e agora deu vontade de ler de novo. Uma pena a obra dele ser tão curta.


MatheusPetris 01/08/2021minha estante
Somos dois! sou apaixonado pelo Rubião. Além desses 33 contos, tem um conto póstumo chamado As Unhas, já leu?


Jacy 02/08/2021minha estante
Esse eu não conhecia. Procurei no Google, mas não achei. Você tem algum PDF ou link com esse conto?




Leandro 12/10/2022

Quebra-cabeça
Leitura desafiadora. Não que a linguagem de Rubião seja difícil. Ao contrário, o autor é muito preciso no que quer dizer. Difícil mesmo é penetrar nas várias camadas de significado com que reveste seus contos.

Não leva cinco estrelas pelo elemento bizarro que permeia alguns dos textos. De resto, um dos melhores livros que li este ano.
Rafael Nini 16/11/2022minha estante
Dúvida sincera: você considera o "elemento bizarro" como um defeito?


Leandro 16/11/2022minha estante
Não, eu diria que é mais uma questão de gosto mesmo. Algumas pessoas, inclusive, curtem Rubião justamente por isso. Para o meu paladar, ele passa da dose.




Cassionei 04/08/2015

A engenharia de Murilo Rubião
O oroboro é uma serpente mítica, ou um dragão, que morde sua própria cauda, formando, assim, um círculo. Não confundir com o cão que tenta morder comicamente seu próprio rabo. Aqui, a simbologia é a do eterno retorno, da circularidade do universo e da sua criação. O crítico Jorge Schwartz apontou esse mito como chave para a obra de Murilo Rubião. A julgar pela republicação de sua Obra completa (Companhia das Letras, 232 páginas), os mesmos 33 contos que ele vinha durante toda sua vida escrevendo e reescrevendo – e pela temática de boa parte deles – a analogia é mais do que justificada.

Para nos guiar na leitura de alguns contos do escritor mineiro, usarei as letras da banda Engenheiros do Hawaii, cuja capa de um dos discos estampava a imagem do oroboro. Os versos de Humberto Gessinger servirão como epígrafes, assim como Rubião colocava frases bíblicas antes de seus textos.

“Há tantos quadros na parede, há tantas formas de se ver o mesmo quadro” (Ninguém = ninguém)

Murilo Rubião nos oferece em sua curta obra uma vasta possibilidade de leituras. Um crítico pode analisar os contos sob um enfoque religioso, provocado pelas epígrafes. Pode também fazer uma leitura psicanalítica, visto que os personagens passam por situações oníricas, cuja simbologia deixaria um discípulo de Freud ou de Jung num paraíso. Não se pode descartar também uma abordagem mítica ou então sociológica. A análise filosófica também tem seu lugar, pois os personagens estão sempre questionando sua existência. Em “O ex-mágico da Taberna Minhota”, o protagonista, perguntado sobre como conseguiu tirar o dono de um restaurante do próprio bolso, diz: “O que poderia responder, nessa situação, uma pessoa que não encontrava a menor explicação para sua presença no mundo?”. De qualquer forma, os elementos do gênero fantástico utilizados pelo autor causam um estranhamento que tira o leitor da realidade cotidiana, mas para fazê-lo ver o quão absurda é essa mesma realidade.

“Quando eu vivia e morria na cidade” (Infinita highway)

O livro inicia com um conto que nos joga de cara com o insólito. Em “O pirotécnico Zacarias”, mesmo depois de narrar sua própria morte, o morto não sabe se realmente passou dessa para melhor, pois conversa tranquilamente com os jovens que o atropelaram numa estrada, chegando até a sair para se divertir com eles. Sem saber qual seu destino, apenas observa as pessoas da cidade que olham assustadas para ele, os vivos que “respiram uma vida agonizante”.

“Eu me sinto um estrangeiro, passageiro de algum trem” (A revolta dos dândis)

O questionamento do “estar-no-mundo” coloca Murilo Rubião lado a lado com os filósofos existencialistas. “A cidade”, por exemplo, lembra o romance A peste, de Albert Camus. No conto, um viajante chega de trem a uma cidadezinha e, depois de fazer algumas perguntas, é preso. No texto do escritor francês, é a peste bubônica que impede um jornalista – portanto um perguntador profissional – de sair da cidade de Oran, sendo que a doença seria a metáfora para a ocupação nazista. Na narrativa muriliana, os poderosos, com medo de um possível conspirador, detêm o homem, devido à sua curiosidade. O texto nos faz refletir sobre a alienação, palavra que vem de alienígena, que, por sua vez, significa estrangeiro. Portanto, é o medo do desconhecido, ou seja, do saber. As pessoas do lugar preferem a ignorância. “Casas vazias”, responde o funcionário da estação ao ser perguntado pelo viajante se existiam belas mulheres na cidade.

“Além do mito que limita o infinito” (Guardas da fronteira)

Mitos gregos e bíblicos são a referência em contos como o “Teleco, o coelhinho” e “O edifício”. No primeiro, um coelho se transforma em vários seres, retomando o mito de Proteu, que se metamorfoseava para fugir dos homens que não compreenderiam a verdade ditas nas suas profecias. No segundo, um prédio fica durante anos em construção, pois teria ilimitado número de andares, tal qual a Torre de Babel da Bíblia, que atingiria o céu, não fosse a proibição divina. João Gaspar, antigo diretor das obras, vê a inutilidade do projeto e tenta parar a construção, mas seus discursos são alvos de deboche. Seria ele a representação dos “limitadores” do conhecimento ou dos que nos mostram o saber com algum sentido?

“É preciso saber de tudo e esquecer de tudo” (Realidade virtual)

Para ler Murilo Rubião precisamos deixar de acreditar nas coisas reais e passar a ver tudo pelos olhos da fantasia. Devemos acreditar em dragões na nossa garagem, em coelhos que falam, em pessoas que depois de ficar tão magras se tornam quase invisíveis até desaparecerem completamente, em mulheres que engravidam todos os meses, etc. Depois disso, devemos enxergar nos contos uma alegoria dessa mesma realidade esquecida e assim refletirmos sobre o absurdo desse mundo real. O círculo do oroboro se fecha quando vemos a realidade por trás, para dominá-la. Só não podemos, claro, nos deixar ser engolidos por ela.

site: http://cassionei.blogspot.com.br/2010/06/rubiao-na-gazeta-de-hoje.html
Thiago 04/08/2015minha estante
Acabei de fazer o pedido do meu volume.


Cassionei 05/08/2015minha estante
Vale a pena.




lele 25/09/2021

muito bom
o primeiro livro obrigatório pra vestibular que eu li e falei, nossa esse livro é legal
e olha que eu nem sou muito fã de contos
Alê | @alexandrejjr 01/05/2022minha estante
Existem livros de contos geniais, Letícia! Esse é um deles...




Toni 29/04/2019

O impulso pela categorização nos leva, irremediavelmente, a colocar Murilo Rubião na apertada caixinha dos autores brasileiros representantes do realismo fantástico. Quem quer que siga esse impulso, no entanto, prepara sua própria arapuca de leitura. Usando as palavras de um dos contos da coletânea, é preciso estar atento a estas narrativas com “algumas curvas, silêncio, mais sombras que silêncios”, trabalhadas pelo escritor mineiro nos limites do absurdo, do desatino e do bizarro ou, em palavras quase sinônimas, da normalidade, da burocracia e do humano.
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Como todo volume de obras completas, o livro traz grandes histórias ao lado de narrativas pouco memoráveis, menos por demérito textual do que pelo azar de terem sido lidas logo após um conto muito bom. De uma maneira ou de outra, as narrativas de Rubião carregam alguma espécie de ruptura na representação da realidade, um curto-circuito que expõe incongruências ao leitor, mas que nunca são percebidas pelas personagens (ou, quando são, não provocam a revolta ou o espanto que nós, leitores, sentimos). Da história de um mágico que encontra no funcionalismo público a melhor forma de “suicidar-se aos poucos” aos dragões que se integram (e desintegram) à sociedade de uma cidadezinha, do declínio moral de Teleco, o coelhinho, à impossibilidade de satisfação dos desejos de uma esposa, o conjunto da obra de Murilo Rubião pulula de piparotes, jogos de sentido e crítica social — prato cheio para os admiradores do insólito em Angela Carter, Kafka ou Borges.
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Na fatura desses contos, o conhecimento não salva. Tampouco a ignorância. Contra a emergência do absurdo e a proximidade do sofrimento, as personagens de Rubião representam nossa condição de aprisionados que vivem à margem da vida, apesar de vivos. Desarticulados e indefesos, somos, em essência, a interrogação perplexa do falecido Zacarias, o pirotécnico: “Que acontecimentos o destino reservará a um morto se os vivos respiram uma vida agonizante?”
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— Hum, parece que hoje acordei pessimista.
Leandro.Gabriel 12/09/2019minha estante
O livro da para passar o tempo, porem os conto nao sao muitos bons uns sim uns nao.




Kai 18/06/2021

Esse livro foi tão estranho de avaliar e de ler, porque sendo dividido em contos, posso dizer uma coisa, ou eu os amei, ou odiei.
No início já tem uma apresentação da vida do autor e em quem ele se inspirou, e essa inspiração fica muito óbvia quando os contos começam.
Com os primeiros até metade, eu me encantei e queria simplesmente engolir o livro, porque a maioria deles não faz o mínimo sentido, e isso é tão gostoso de ler quando você sabe que essa é a intenção dele, é mágico, é o tipo de coisa boba que é gostoso de escrever, e que você cria as próprias regras. Eu estava amando.
Mas não sei dizer o que aconteceu da metade pro final que eu parei de gostar deles e desse formato, eles ficaram mais sérios ou mais nojentos (todos os sentidos da palavra) e não consegui gostar mais, sou sensível para alguns assuntos e foi bem difícil continuar.
Posso dizer que amei e odiei ao mesmo tempo? Porque no começo achei que até favoritaria ele, depois quis jogar ele no chão e pisar.
O que faz quando o livro é assim? Preciso de ajuda, se você é uma pessoa que gosta de coisas maluquinhas, vai amar, se você é uma pessoa de razões e que as coisas tem que fazer sentido, simplesmente esqueça esse livro.
O momento em que decidir ler precisa ser muito bem escolhido, e finalizando, eu recomendo mas nem tanto, deu pra entender?
Victoria1163 23/07/2021minha estante
Eu estou mais inclinada à odiar kk




albertoscerri 20/05/2024

Os contos do Murilo apresentam elementos fantásticos, que pouco são questionados pelos personagens presentes nas tramas, em realidades muito concretas, de grandes e pequenas cidades. Não há a intenção de trazer uma moral ao final das histórias. Os dispositivos servem, na minha opinião, para percebermos os limites e as belezas do humano, das relações, da melancolia.
Uma sala de jantar com pessoas que não comem, um animal que fala e se transforma em outros animais até querer ser humano, dragões que precisam aprender a ler, um casal que tem centenas de filho sem ter relações sexuais, um homem condenado por tráfico de drogas que nunca traficou. Essas são algumas temáticas de interpretação bem aberta presentes nos contos, que ficam sendo digeridos, por dias, na cabeça de quem lê.
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FumazZa 07/06/2013

FANTÁSTICO
Murilo Rubião foi subestimado, marginalizado, atazanado, ignorado pelos intelectualóides e pelo grande público brasileiro. parte por sua crioulice, que não o favorecia à época, parte pelo seu estilo literário. Sem conhecer Kafka, era kafkiano. Sem ler Lovecraft, era francamente fantástico e surreal. Era genial, e meticuloso, ao ponto de levar 20 anos para concluir o conto "O convidado" de forma que o satisfizesse. O personagem kafkiano que acordou metamorfoseado em barata ou o coelho falante e apressado de Carrol nada são comparados a Teleco, o simpático coelho transmorfo. Leitura indicadíssima para todos.
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Egídio Pizarro 11/07/2013

Fantástico e aterrorizante
O que mais me impressiona na obra do Murilo Rubião é que seus textos também têm um quê de contos de horror. Aterroriza-me a ideia de estar em um restaurante sem arrancar uma mísera reação de alguém, nem mesmo apelando para uns tabefes. Aterroriza-me a ideia de interagir com alguém que quer me convencer que é algo que não é - como é o caso do coelhinho Teleco.
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Thayna 23/07/2014

contos
O autor do livro relata sobre histórias de animais e pessoas,algumas delas os animais falam com as pessoas.Esse livro é muito criativo,pois
ele ajuda a despertar a imaginação de que

Dupla leitora:Thayná e Mirian números:29 e 23 7°ano A

GAME E SUPERAÇÃO
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Alexandre 05/01/2015

surpreendente!
estou começando, mas já me agradei! Quem curte Borges, Gabriel Garcia Marques e Cortázar, deve gostar! realismo fantástico.
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Fabio Martins 30/07/2015

Murilo Rubião - Obra completa
Desde que fui apresentado ao realismo mágico de Gabriel García Márquez, autor de Cem anos de solidão e O amor nos tempos do cólera, me encantei pelo gênero. A habilidade de narrativa e o tato em misturar as histórias verossímeis aos acontecimentos fantásticos capturam o leitor desde o início da trama. Decidi procurar mais escritores com a mesma proposta e, por surpresa, descobri que um brasileiro está entre os pioneiros deste estilo.

O mineiro Murilo Rubião, além de escritor de exímia qualidade e trato no texto, foi também jornalista e chefe de gabinete do então presidente Juscelino Kubitscheck, em 1951. Sua obra é pouco extensa – cerca de 50 contos. A semelhança com os livros de Franz Kafka (autor de A Metamorfose) chamava a atenção na época, mas ele garantia que não havia lido nada do escritor tcheco antes de publicar seus textos.

O escritor primava pela palavra perfeita, a língua em sua forma mais nobre e limpa. Por isso, ao invés de escrever mais, reescrevia incessantemente os que já estavam publicados, tentando melhorá-los sempre.

O resultado é uma coleção curta, mas de alto valor literário, daquele que foi o pioneiro brasileiro no gênero de realismo fantástico. Alguns contos, entretanto, por possuírem linguagem tão elaborada, confundem o leitor – neste caso, as histórias fantásticas não ajudam – e são de difícil compreensão. Mas a maioria contém narrativas deliciosas de ler, que retratam tão bem o cotidiano brasileiro dos anos 1950 e 1960 aliados a acontecimentos estranhos.

É o exemplo do conto O Ex-Mágico da Taberna Minhota, que conta a história de um mágico já cansado de seus poderes, pois o atrapalham no dia a dia. Após uma tentativa fracassada de suicídio, vai trabalhar como funcionário público, que para ele representa uma espécie de morte lenta. O tédio é tamanho que ele perde sua magia.

Tem também o meu texto preferido, Os Dragões, que narra a história de uma cidade que recebeu diversos exemplares desta espécie tão incomum. De início, o medo e a falta de informações de como lidar com eles, atrapalhou o convívio. Depois, contudo, os dragões se adaptaram aos humanos e aderiram aos costumes.

Murilo Rubião poderia ter sido mais conhecido por sua obra se ela fosse maior, porém não deixa de ser o pioneiro – e um dos únicos nomes – no Brasil de um estilo literário que dominou a América do Sul em décadas recentes. A leitura é aprazível e rápida e vale a pena conhecer.

site: lisobreisso.wordpress.com
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Our Brave New Blog 11/05/2016

RESENHA OBRA COMPLETA - OUR BRAVE NEW BLOG
É muito bizarro você saber que tudo o que você vai ler de um autor está contido num livrinho de 200 e poucas páginas. Quase 50 anos escrevendo e o cara ficou punhetando palavra de uns 30 contos, nos deixando ávidos por mais que esse gênio poderia ter escrito. Talvez um romancinho me deixasse satisfeito, mas vamos ter que nos contentar com os incríveis contos de Murilo Rubião e nada mais.

Rubião é um cara peculiar: escrevia fantasia antes mesmo do movimento do Realismo Mágico latino-americano, se tornando o precursor sem nem saber. Publicava muito nas revistas mineiras, e a escassez desse tipo de revista faz muita falta atualmente, pois era um ótimo meio para se descobrir novos escritores, e também é bom lembrar que grandes autores publicaram em folhetim, como por exemplo Dostoiévski, Bashevis Singer, H. P. Lovecraft, Issac Asimov, entre outros.

Todos os contos do Rubião vão em direção a desvendar a alma humana no seu íntimo, como, por exemplo, O Coelhinho Teleco, um bicho que pode se metamorfosear no que quiser e que, por isso, sente que não tem uma identidade própria, ou Barbara, conto em que toda vez que o marido satisfaz a esposa, ela fica mais gorda. Há também uma vertente do que eu chamo de Realismo Absurdo, que é quando toda obra me lembra Esperando Godot, logo se classifica no teatro do absurdo e aí entra na nova categoria que eu mesmo criei. Porque bom critico é assim, ele inventa novas regras inúteis só para ter o nome lembrado no futuro.

RESENHA COMPLETA NO SITE: http://ourbravenewblog.weebly.com/home/obra-completa-por-murilo-rubiao

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Biahhy 14/06/2017

Contos diversos..
Ler Murilo Rubião foi uma ótima experiencia, eu nunca havia lido nada do autor, e nem conhecia nada dele, mas quando vi este livro e depois a booktuber Tatiana Feltrin recomendou alguns dos contos do livro, finalmente o peguei para ler, esta capa nunca me chamou a atenção, mas como sempre não julgue um livro pela capa, não é mesmo dos 33 contos presentes nesta coletânea com a obra completa do autor, 9 deles foram meus favoritos, alguns gostei mais ou menos e tiveram também aqueles que li e não vi sentido nenhum e não consegui gostar, mas de um modo geral e um bom livro para conhecer o autor, conhecer contos diferentes e ler mais contos também!

site: https://biahhysilva.wordpress.com/2017/06/22/obra-completa-murilo-rubiao/
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Túlio 15/11/2017

Melhor do que a encomenda
Para começar, essa edição da "obra completa..." ficou ótima! Simples e objetiva com bons textos de apoio. Sobre Rubião só o conhecia de ouvir falar, aqui e ali, sobre o realismo fantástico e as comparações com os latinos americanos (Garcia Marquez em especial) e etc... Para mim ele se parece mais com J. J. Veiga do que qualquer outro? Deixando os rótulos de lado, Murilo Rubião faz um ótimo trabalho com seus contos curtinhos (o livro é composto em sua maioria por contos de no máximo 10 pgs). No entanto, não é pelo tamanho que medimos a façanha. Gosto disso! Esses textinhos que te mergulham em um universo bastante particular, e que te faz pensar um bocado! Em resumo, a atmosfera do livro como um todo eu diria que é perturbadora, no sentido de que é incômoda. Te deixa quase sempre deslocado com um detalhe absurdo ou outro que Rubião insere nas histórias sem dar grandes explicações. Na maioria das vezes os personagens estão em conflito consigo próprio ou com outras pessoas, quase sempre fugindo de algo mais ou menos inexplicável, o que em certo sentido se assemelha a um sonho onde os limites da realidade não são tão bem demarcados. Do ponto de vista da escrita ele caminha muito bem também. Tem boa fluidez, te insere rápido na história, e dá para dizer até que em alguns casos há uma economia de palavras proposital. Os temas variam da alienação, da insistente falta de sentido da vida, loucura, e por aí adiante. Gostei muito desse Murilo Rubião! Confesso que deveria ter lido antes. Deixando os rótulos de lado, ele é muito bom!
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