Gilead

Gilead Marilynne Robinson




Resenhas - Gilead


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jota 03/10/2013

Estado de graça
Estamos na metade dos anos 1950 em Gilead, pequena cidade do estado de Iowa. O reverendo John Ames, personagem principal deste livro, passou quase sua vida toda ali. Ele está com cerca de 77 anos, tem um sério problema cardíaco e acredita estar próximo de seu fim.

É ao filho de apenas sete anos que Ames se dirige o tempo todo (ele se casou bastante tarde e sua esposa tem a metade de sua idade), como se estivesse escrevendo uma longa carta para ser lida apenas quando o menino tornar-se adulto. Ames dá-nos a entender que essa é a única herança possível que pode deixar para o pequeno, ao mesmo tempo em que lhe vai passando ensinamentos fundamentais para uma vida correta e decente.

Tocando aqui e ali em questões filosóficas e teológicas, ele igualmente vai nos contando a história de sua família de religiosos – ele fala especialmente de seu avô, um abolicionista que participou da Guerra da Secessão, uma figura fascinante. Outra figura que chama muito a atenção é o afilhado do reverendo, o desajustado Jack Boughton. Ele participa, bem próximo do final do livro, de uma das cenas mais comoventes da obra.

A todo o momento o divino e o profano se cruzam nessas páginas permeadas de grande sensibilidade e poesia. Como neste trecho: "Muitas vezes amei a tranquilidade de um domingo comum. É como estar em um jardim recém-plantado após uma chuva quente. É possível sentir a vida silenciosa e invisível." Ou ainda este: “A memória pode fazer uma coisa parecer bem mais do que ela realmente foi." Não por acaso o livro de Marilynne Robinson foi vencedor do prêmio Pulitzer de 2005 e sobre ele The Washington Post escreveu que “(...) é tão belo, tão bem escrito, que o leitor se sentirá em estado de graça só em lê-lo.” Esse elogio não é exagerado, de modo algum.

Desde as primeiras páginas o livro lembra outro, com temática afim: A Morte Vem Buscar o Arcebispo, de Willa Cather, definitivamente uma de minhas leituras mais prazerosas em vários anos. Mas ainda outra obra vem à memória durante a leitura de Gilead: o igualmente belo e comovente Diário de Um Pároco de Aldeia, de Georges Bernanos, citado por Ames a certa altura.

Gilead lembra o livro de Bernanos não apenas pela suavidade e delicadeza em contar as coisas como o personagem nos conta, mas também pelas questões espirituais e materiais por ele abordadas. Tanto o livro de Cather quanto o de Bernanos – e provavelmente acontecerá a mesma coisa com este de Marilynne Robinson – permanecem na memória muito tempo após a leitura.

Em vez da tradicional divisão em capítulos, o livro é desenvolvido em parágrafos de tamanhos variados (geralmente curtos ou médios), contando histórias que vão e voltam no tempo. Ames começa contando um fato, depois o larga pelo caminho e a ele retorna mais tarde, de modo a manter sempre o interesse do leitor, já que nenhum acontecimento de grande monta, nenhum desastre excepcional, nenhuma aventura inesquecível dá suas caras por aqui. Mas a morte sim: e o que Ames pensa sobre o fim? Veja este belo trecho:

“Parece ridículo supor que os mortos sintam falta de algo. Se você for adulto quando ler isso – é o que pretendo com esta carta: que você só a leia quando já for adulto -, já terei partido há muito tempo. E terei aprendido quase tudo o que há para se aprender sobre o que é estar morto. Mas, provavelmente, guardarei para mim essas descobertas. Ao que parece, é assim que as coisas são.”

Mesmo com um personagem tão sábio e carismático à nossa frente por quase trezentas páginas, alguém acostumado com narrativas ligeiras ou frenéticas pode achar a vida de Ames sem graça, enfadonha, maçante: disso não resta dúvida, já que sua história se desenrola basicamente através do pensamento e da reflexão. Mas deixando de ler Gilead por conta disso, o leitor perde a oportunidade de conhecer a escrita particular dessa notável autora. Sobre a qual o Publishers Weekly escreveu:

“Muitos escritores tentam capturar os conceitos universais de força, luta, felicidade e perdão. Marilynne Robinson de fato os alcançou neste livro, destinado a ser um clássico.” E Gilead já é considerado pela crítica um moderno clássico da literatura americana. Digno de figurar ao lado do livro da compatriota Cather e do do francês Bernanos.

Lido entre 18/09 e 03/10.2013.
Daniel 04/10/2013minha estante
Um livro extraordinário na sua simplicidade e na sua capacidade de tocar a alma do leitor.
Acho que quem é ateu deverá achar esta leitura interessante, tamanho o talento da autora em tecer reflexões sobre o que há de mais humano na vida.


jota 04/10/2013minha estante
Verdade, Daniel. O leitor parece ficar em estado de graça durante a leitura de Gilead. É como se experimentasse assim, o significado de uma verdadeira epifania. E como você escreveu, não é preciso ter crença alguma para que isso ocorra. Parodiando Nietzsche, John Ames é humano, demasiadamente humano. Da mesma maneira que o padre do romance de Bernanos.


Daniel 05/10/2013minha estante
Eu quis dizer "até quem é ateu deverá achar interessante"...
E, sim!, tudo a ver com os temas e a maneira de escrever do Georges Bernanos: delicada, profunda e demasiadamente humana




HigorM 30/05/2023

"LENDO PULITZER": sobre a brevidade da vida
De todos os livros presentes no Prêmio Pulitzer, o que eu mais tinha vontade de ler era, sem dúvidas, "Gilead", e justamente por isso, demorei anos para encará-lo, pois não queria me frustrar com algo talvez superestimado pela crítica e leitores. Anos depois, mais preparado e com os ânimos alinhados, fiquei bastante frustrado com o que encontrei.

A ficção cristã - um gênero literário muito sólido nos Estados Unidos, diga-se de passagem, apesar de pouco explorado e até visto com preconceito por aqui - de Marilynne Robinson conseguiu sair da bolha de tal maneira, que "Gilead" figura entre os melhores livros da década, do século, e quiçá de todos os tempos de todas as listas que existem mundo afora.

Mas o que "Gilead", este livro cristão ímpar tem de tão relevante e precioso, afinal? A história é a mais simples de todas, e que certamente foi o que arrebatou o coração de religiosos das mais diversas denominações, e até mesmo de ateus e agnósticos: um senhor na casa dos setenta anos percebe que a morte está à porta e bate, então decide escrever cartas para seu filho pequeno sobre a história de seus antepassados, para que ele lesse quando adulto.

O pai da criança, John Ames, um pastor na pacata Gilead, ao escrever tais cartas, passa a narrar não apenas suas histórias para o filho, mas a confrontar um passado doloroso e até mesmo obscuro de seu próprio pai e avô.

As duas gerações anteriores, a do pai de John Ames, um pacifista cristão, e também a de seu avô, um abolicionista dos mais radicais, que incitava as pessoas a participarem da Guerra enchem as páginas, em que memórias ora afetivas, ora assustadas, interagem com o hoje pastor a beira da morte e o relembram de quando criança e adolescente, vendo suas gerações agindo de maneira controversa, por que não?, mas ainda assim temente a Deus.

"Gilead" me lembrou muito "Leite Derramado", de Chico Buarque, embora os temas e personagens sejam bem distintos, mas principalmente pelos assuntos que iam e voltavam com frequência na mente falha do protagonista, com novas informações a cada menção, mas abordadas como se ele falasse sobre o assunto pela primeira vez. Acontece que, de maneira geral, o livro de Robinson não me fisgou em nenhum momento. O estado de graça prometido, sinceramente, não vingou.

Não que seja ruim, afinal, longe de ser uma propaganda religiosa, "Gilead" apresenta de maneira franca alguns conceitos, passagens bíblicas e aplicações para a vida do pastor e sua família, e que podem, sim, ser aplicadas a qualquer vida, o que por si só é louvável, pois em momento algum o livro tem o objetivo de evangelizar. No entanto, faltou algo mais para mim, pois as divagações sobre a vida após a morte, assim como menções sobre castigo divino e predestinação, embora presentes com cuidado, não criaram um possível efeito esperado.

Outros temas, estes seculares, foram mais interessantes em um todo, como a história de Jack (que ganhou um livro para chamar de seu em 2020, mas aparentemente o pior da autora, segundo a crítica especializada), a possibilidade do que ele poderia ser na trama, assim como a vida do avô de John e sua participação controversa na Guerra Civil Americana me chamaram mais a atenção que o própria tema central, a da morte e sua presença inevitável.

Foi, sim, agradável, ler um pastor, alguém que, ao menos em tese, tem tanta proximidade de Deus, onde deveria ansiar por ir ao céu, encontrá-Lo, abraçá-Lo e começar sua eternidade, se mostrar tão vulnerável, franco e apaixonado pelas coisas terrenas, ditas pecaminosas, afinal, setenta anos se passaram ali, logo, laços foram criados, assim como costumes, raízes… uma família, óbvio, mas não sei… eu olho para "Gilead" e não sinto o estado de graça prometido pela crítica e confirmada por tantos leitores tão apaixonados e defensores deste livro.

Talvez seja uma história que funcione com a idade, como os bons vinhos, quando temas como morte e vida após a morte se tornem mais latentes e presentes na mente da pessoa que vê, enfim, os dias se esgotando. Ou talvez simplesmente não seja um livro para mim.

Fora da bolha, "Gilead" é o típico livro para fazer muitos leitores que encaram leituras nunca pensadas antes, ou que encaram o tema religioso com olhos preconceituosos, reverem seus conceitos. Afinal, qual a última ficção cristã que você, jovem leitor, leu? Mas ainda assim, sair da zona de conforto talvez não seja o suficiente.

Este livro faz parte do projeto "Lendo Pulitzer".
Juliana 02/06/2023minha estante
Obrigada pela resenha! O último de ficção cristã que li (e recomendo) foi Apocalipse: a história de padre Elias, de Michael D. O'brien




Mandark 19/06/2024

Uma vida de lealdade...
Comecei esse livro por indicação de um amigo querido e que grata experiência. Às vezes a dor infligida durante anos no meio cristão me inclinaram a pesar a mão sobre a doutrina evangélica e a me ressentir com determinadas obras. Mas que surpreendente foi essa leitura. De uma beleza singular e um refrigério para a alma. Renovou minha esperança na humanidade e me trouxe renovo sobre as minhas crenças. Foi um livro forte e profundo. A narrativa reproduz o diálogo ficcional de um pai idoso com seu filho temporão e a sua necessidade de legar a ele a história de suas origens e o conhecimento de seus pensamentos. O pai se apresenta falho, limitado, mas ao mesmo tempo humilde e resiliente. Um homem admirável que se coloca vulnerável diante do seu filho e também futuro leitor, apresentando suas fraquezas com uma sinceridade avassaladora. Um livro merecedor do reconhecimento que teve e que eu facilmente indico como uma obra marcante e cheia trechos fenomenais.
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Mara Marques 24/08/2010

Impressionante!
Excelente literatura! Um verdadeiro bálsamo! No contexto bíblico, Gilead era um lugar onde havia um famoso 'bálsamo'. Revigorante, calmante e com poderes curativos. Bem, o livro tem um quê disso, pois evoca sentimentos de esperança, paz, perdão e cura. É um livro para ler e ter, para ler de vez em quando.

Além de ser muitíssimo bem escrito, cheio de poesia e sensibilidade. Fala das belezas da vida, com todas as suas mazelas, desse ser estranho, incrível e apaixonante que é o ser humano. É uma declaração de amor à vida. Fala da Criação, de Deus, e mais ainda, nos relembra a fé em Deus, que ama tanto esse ser humano, apesar de sua humanidade imprevisível. Mostra um homem que tem uma intimidade com Deus, sob um prisma totalmente diferente. E de como essa intimidade produziu uma sabedoria a que, imagino eu, todos almejamos, em qualquer época da vida.

Super recomendado, o livro é simplesmente adorável!! Imperdível!



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MayMadureira 23/01/2024

As ternas memórias de um pai
?Ontem à noite, eu lhe disse que, algum dia, teria de ir embora, e você me perguntou: "Para onde?" E eu respondi: "Para ficar junto ao Bom Deus." E você perguntou: "Por quê?" E respondi: "Porque sou velho." E você disse: "Não acho você velho." E, pondo a mão sobre a minha, acrescentou: "Não muito velho", como se isso resolvesse tudo. Eu lhe disse que você teria por certo uma vida muito diferente da minha, e da vida que tinha levado junto comigo, e que isso seria maravilhoso, pois há muitas maneiras de se levar uma vida boa?

Esse é um livro epistolar que tem como personagem principal o reverendo John Ames, pastor na pacata cidade fictícia de Gilead. O reverendo está prestes a completar 77 anos de idade e decide deixar cartas para o filho de 7 anos, pois sabe que não viverá mais muito tempo para ver o garoto crescer.

Ao passo que a história se passa, o tom de cartas soa mais como um diário pessoal, em que o reverendo fala de sua vida, sua infância e de suas percepções da vida, dos seus relacionamentos pessoais e com Deus.

É um texto carregado de muita sensibilidade e ternura, com personagens cativantes, em especial ao avô de Ames, um velho pastor as avessas, que lutava pela causa abolicionista de um jeito bem peculiar.

É aquele livro sem grandes reviravoltas, mas cheio de belas passagens e reflexões.
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Beto 28/11/2023

Uma ode ao amor
Um livro que atinge o profundo do nosso coração. Desde suas primeiras palavras, "Gilead" é capaz de conquistar qualquer leitor. Afinal, como não se emocionar com a história de um pai, pastor, prestes a morrer, escrevendo uma carta para que seu filho de sete anos leia um bom tempo depois? Já somos arrebatados logo de cara.

Nunca havia lido nada de Marilynne Robinson, mas sua forma de escrita me conquistou. É bela, profunda e podemos ver uma pessoa que, realmente, encarnou o personagem. Não se pensa em momento algum que é um livro roteirizado. As idas e vindas, partes da obra que parecem "banais" (guarde esse termo), as divagações do Reverendo Ames: é uma imersão incrível.

Defrontamo-nos com uma situação complexa. Ames, encarando a morte, reflete toda sua vida. Do misterioso avô, aos problemas com o pai e a dificuldade de relacionamento com seu afilhado de mesmo nome. O que ele pode passar para o seu filho? Como ele mesmo pode agir diante de algumas situações para mostrar qual o caminho correto? Qual a importância das raízes? Como Deus age na banalidade do cotidiano? São muitas questões que vão ao encontro do que passamos em nossa própria vida.

"Gilead" é um livro reflexivo e que exige contemplação. Uma verdadeira ode ao amor e à esperança em Deus. Só quando pôde cumprir esses requisitos é que Ames encontrou a verdadeira Paz. Desejo relê-lo, em alguns anos, quando for pai, pois imagino que será uma experiência ainda mais edificante.

Que a Paz esteja com vocês.
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Fabiana 16/06/2023

São histórias de famílias
Este é um livro epistolar. Um pai bem idoso, que sente a necessidade de deixar uma recordação sobre a vida ao seu filho pequeno. Ele conta sobre a sua família, comunidade, trabalho, amigos, pessoas, desentendimentos, alegrias, tristezas.
O livro é bem arrastado, me arrisco a dizer, bem chatinho de início. Precisa vencer a metade do livro, quando as histórias tornam-se intrigantes, e no decorrer das suas cartas ele vai mudando, as pessoas vão mudando, sua perspectiva muda. É isso é bem legal!
Os últimos capítulos são bem gostosos e você passa a querer saber logo o final.
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Vinicius 29/05/2023

Um Bálsamo
A história relatara nesse livro é um bálsamo encorajador. Ele nos transporta pra dentro de uma família que conheceu e se entregou ao amor de Deus. Uma fé encorajadora.
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Victor, the Reader 08/03/2023

Gilead
Gilead é belo, sincero. De coração. Toca na alma do leitor, cativa. Uma ficção cristã com uma narrativa suave, escrita como pequenas cartas, de pastor para pastor, de pecador para pecador, de pai para filho.
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Isabelle.Jaguszewski 26/02/2023

?Há milhares e milhares de razões para se viver essa vida, e todas elas são suficientes.?

um livro complicado no começo (pra ser sincera, só me prendeu depois de 70% da leitura) mas muito, muito bonito. leitura corrida, sem divisão de capítulos, então fica cansativo as vezes. acho que depende do estado de mente que você está quando lê. no mais, gostei bastante.
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Ana Elizabeth 31/01/2023

Uma leitura difícil e arrastada, porém com o conteúdo muito bom. As reflexões são muito sensíveis e bonitas. Um livro para filosofar sobre a vida.
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Gabrielle.CarneiroO 27/01/2023

Muita reflexão
Esse livro definitivamente não é pra todo mundo, nem pra qualquer tempo.

Você precisa estar disposto a refletir sobre a vida, devanear junto com o personagem e ouvir histórias de um velho reverendo que tem muito a falar da vida e das escolhas que fez.

Me ajudou na paciência, na persistência.

Não me emocionou mto, apenas em partes específicas.
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Jenifer.Matias 17/01/2023

No amor não há justiça ??
Comecei esse livro bem entediada. Nunca escolheria e continuaria a ler por mim mesma. Li, pois era o livro do mês do meu clube de leitura. Me desafiei a sair da minha zona de conforto e conhecer gêneros novos. Esse livro é bem diferente do que eu gosto e estou acostumada. Ele é ?parado? não tem plots, e nem da aquela sensação de ?preciso continuar urgente pra saber o que aconteceu?. São divagações e lições de um senhor, foi como passar uma tarde ouvindo conselhos da minha vó. Aprendi a prestar atenção ao detalhes, olhar de forma diferente as coisas, o valor e a beleza de uma amizade de anos. No fim da vida, afinal, são as memórias, as pessoas e os momentos que mais importam ?
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regifreitas 27/12/2022

GILEAD (2004), de Marilynne Robinson; tradução Maria Helena Rouanet.

GILEAD é uma longa carta escrita pelo reverendo John Ames, próximo dos 80 anos, para o filho, de apenas sete anos. Ames tem um sério problema cardíaco, não podendo, assim, praticar qualquer esforço físico, e devendo evitar reações emocionais mais profundas. Ele acredita que seus dias estão contados, e o relato serve como uma espécie de despedida e orientação para o filho, já que ele não terá a oportunidade de vê-lo crescer e se tornar um adulto.

O menino é fruto do segundo casamento do reverendo. Sua primeira esposa, uma namoradinha de infância com que se casou anos depois, morreu ao dar à luz ao primeiro filho do casal; poucas horas depois morria também a criança. Ames vive, então, a maior parte da sua vida dedicado a sua congregação. Já bem mais velho, conhece a segunda esposa, quase quarenta anos mais jovem, com quem tem esse filho temporão.

Com esta obra a autora venceu o Prêmio Pulitzer em 2005. Parece que existem mais dois ou três livros que, embora não sejam continuações, se passam nesse mesmo universo, contando as histórias de outros personagens que aparecem aqui em GILEAD.

É uma narrativa simples e muito bonita. Algumas passagens são inspiradoras por conta das reflexões de Ames sobre a vida, a velhice, a morte e a religiosidade. É uma obra para uma futura releitura, pois me parece daquelas que melhoram ao serem revisitadas.
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Paulo 27/11/2022


Vencedor do Prêmio Pulitzer de 2005, sua autora Marilynne Robinson trata o conservadorismo com deferência, mas não reverência.

O reverendo John Ames, cuja morte está próxima, decide escrever uma série de cartas para o filho de sete anos e que não irá ver crescer. Assim podendo aconselhá-lo, conversar com o filho sobre questões que um pai deve conversar. Deixando seu legado através de cartas ao filho.

O fato de muitos personagens possuírem o mesmo nome, expõe o crescendo da existência humana, de como mudamos por culpa do tempo, mas também por culpa das pessoas que nos cercam e do lugar onde habitamos.

Romance meditativo, filosófico, dos que te fazem pensar, mesmo que você discorde do que lê.
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