Carlos.Cauas 19/01/2024Excesso aonde não devia, falta dele aonde deveria."Fugir seria seguir as regras da mais óbvia prudência. Mas não estamos aqui para ser prudente."
Meu primeiro contato com Jules Verne e temos aqui um início de história ágil, misterioso, que desperta a curiosidade do leitor, até que o autor começa a injetar uma quantidade enorme de termos científicos, fazendo com que o ritmo ágil da história desacelere e se torne cansativo. Cansativo também foi, assim como para os personagens, a viagem que eles fazem até a Islândia em busca do seu destino: a cratera de um vulcão que em tese ( após uma descoberta no início do livro ) levaria ao centro da Terra.
Nessa segunda parte, ou a terceira ( que seja ) , Verne se encarrega de acelerar o ritmo e o que poderia ser bastante interessante e envolvente se contado com mais calma através da curiosidade dos personagens com as novas descobertas, temos apenas rápidos deslubres do que fora encontrado para culminar com um apressado e exagerado final.
A história peca por querer expôr em excesso o lado científico quando o que queremos mesmo é nos aventurar e desbravar o núcleo da Terra. O livro funciona se ignorarmos a quantidade de informação, damos até umas boas risadas com nossos personagens, sentimos mesmo que de leve o amadurecimento de um deles e lamentamos pela passagem breve dos momentos mais esperados. Gostaria de ter passado mais tempo explorando e não recebendo informações técnicas. Com todos esses contras a leitura ainda sim é boa e entretém devido a nossa curiosidade. ( Nota 3 de 5 ).