O Caso Morel

O Caso Morel Rubem Fonseca




Resenhas - O Caso Morel


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Marc 10/07/2024

O livro é uma reflexão sobre a arte. Morel é um artista preso por um crime e o livro mostra como ele viveu até chegar ao dia que o crime aconteceu e como foi preso. O que o autor não conta é que nem sempre a arte pode ser vista como ele colocou. Ali se trata de um tipo de visão sobre a arte que parte da ideia de vanguarda, ou seja, um artista tem sempre que inovar e radicalizar a própria existência, viver as experiências mais extremas para conseguir romper com o comodismo da sociedade e produzir uma obra que choque a todos. É a conhecida ideia de que a sociedade burguesa precisa ser esbofeteada, ofendida, agredida e humilhada, pois é hipócrita e não merece elogio algum. Dessa forma, ao ser o mais radical possível, o artista mostra que tem consciência, que está ao lado dos oprimidos, que não aceita ser adulado por aqueles que podem pagar por suas obras. Em resumo, porque é preciso falar sobre esse livro, embora ele não mereça um texto longo, se trata de defender a arte moderna, mostrando que o artista vive em outra frequência, que precisa atacar a moralidade — o uso de drogas, a vida hipersexualizada, os fetiches sexuais, o desprezo pelos ricos, o casamento poligâmico, enfim, tudo o que Morel, faz é atacar a moralidade —, se negando a aceitar qualquer valor da sociedade.

O artista vanguardista radical não apenas ataca a moralidade, mas pretende construir uma nova sociedade com suas obras. Artistas radicais criam um mundo, a partir do que denominam como lixo e cinzas, como ensina Deleuze. A arte é o veículo de um mundo que ainda não existe, mas que se tornará real um dia. Nenhum interesse em dialogar com o mundo real, em mostrar a vida e forçar a reflexão, apenas a ruptura, a instauração do novo, a destruição. E pensar que, por séculos, a arte foi uma maneira dos homens dialogarem com Deus, com o sublime, de exaltarem a beleza. Ou mesmo da arte que força uma reflexão, criando símbolos do mundo e mostrando para as pessoas como elas pensam, como sentem e reagem às dificuldades. Nada disso, apenas ruptura, uma negação radical de qualquer proposta positiva; além da exaltação de todo o tipo de degradação possível.

Nesse ritmo, chegará o dia em que os drogados da cracolândia serão considerados artistas por viverem no lixo, terem seus cérebros destruídos e praticarem crimes para viver.
Carolina 10/07/2024minha estante
Vixe, eu planejo ler todos os livros dessa coleção, esse seria o próximo. Eu já esperava que fosse ruim, mas é pior do que eu pensava.


Marc 11/07/2024minha estante
O enredo policial é só uma desculpa para a crítica social e exaltação desse tipo de arte. Eu realmente não gostei, acho que o livro tem aquele típico exagero e admiração pelo outsider. Sem contar que, bem no fim, a crítica social extrapola e fica até engraçado pensar que ele escreveu aquilo seriamente. Só terminei a leitura porque queria ver até que ponto era capaz de chegar, mas acho que não vale a perda de tempo.




Guilherme 05/07/2024

O Caso Morel
Não tem muito o que eu possa dizer além de que não foi minha leitura. Tem coisas que me chamaram bastante atenção, achei legal os temas tratados, só não sou lá muito fã.
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Tiago Santos 25/04/2024

Leitura interessante
Apesar de às vezes ser um pouco cansativo, a história é boa e muito interessante.
Ótima indicação para quem curte uma boa trama.
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Jinkanashi 17/04/2024

Se Bukowski e Kafka tivessem um filho
Foi uma leitura bem interessante vinda de um autor brasileiro, se destaca dentre as opções que temos em nosso acervo literário. Trata-se de um romance policial que conta com episódios de depravação intercalados com citações belíssimas. Me surpreendeu!
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Mariano15 09/04/2024

3 Autores
E um livro bom, tem sexo envolvido, pode ter sido um escândalo quando foi lançado todavia para os dias atuais é insignificante.
E complicado em dado momento por envolver muitos nomes e o fato de ser narrado pelo autor, pelo morel e pelo ghostwriter, a trama é interessante.
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Maria7598 21/01/2024

Fabuloso
Embora um pouco confuso no começo, o livro logo pega o jeito à medida em que o formato da narrativa vai sendo compreendido. O Caso Morel é um caso de polícia dentro de um livro dentro de outro livro, mas nem por isso é pesado, enfadonho ou engessado. A escrita é extremamente leve e tem aquela crueza deliciosa do Rubem Fonseca, além da personalidade palpável do personagem principal, a cada linha, cada citação, cada pensamento depravado.

Geralmente tenho metas diárias de leitura durante a semana, mas com esse livro foi difícil parar na página designada às vezes. Queria ler mais. É curtinho, bom de ler, e me deu uma curiosidade mórbida do meio pro final.

Não sei se entendi errado, mas pra mim esse é o Dom Casmurro contemporâneo do caso policial. O narrador fica entre o leitor e a verdade, e nenhum dos outros personagens é confiável também. Genial.
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Mah 13/11/2023

Não gostei
No começo o livro parece que vai ser legal, mas gente que horror que fica depois, não consegui ler sem ter que passar tantas páginas.
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Codinome 09/10/2023

Um pouco sobre "O caso Morel"
[Comentário que fiz em certa altura da leitura, no entanto serve como breve resenha] O livro vai tomando contornos de um romance policial a partir do momento que o crime é apresentado. Apesar de ser um policial com características um pouco diferentes principalmente pelo fato de uma das principais narrações virem do próprio possível criminoso Morel. Uma narrativa materialista, preocupada muito com corpo, sexo e ações levadas ao extremo: parece fugir da realidade e até mesmo uma invenção de Morel. Um tipo de livro que lemos rápido não pelos aspectos de algo que prende positivamente o leitor, mas pelo simples fato de terminar rapidamente a obra. Um dos grandes problemas dos modernos e pós-modernos é querer desvendar a alma humana e parar logo na pele ou na carne. No caso de Rubem Fonseca, criando um livro deprimente, triste, sem vida, com algumas poucas pitadas de lucidez. É um escritor que sabe escrever sim, mas que cai na tentação de querer ficar impactando e surpreendendo o leitor com suas cenas de sexo, viagens pelo subconsciente que buscam a destruição e não planta sementinhas que cativem o leitor para querer ler aquilo, que o mínimo do mínimo que um escritor mediano saberia fazer. Na minha opinião, Rubem Fonseca quis dar saltos em seu início de carreira que ele ainda não conseguiria dar. Fico com a impressão de um escritor que assimilou muita informação até aquele momento, mas não conseguiu trazer uma boa obra, mas lampejos que poderíamos destacar do livro e sugerir ao mesmo para colocar em contos.
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Luu 19/09/2023

Surpreendida por algo que não dava nada
Não sabia nada sobre antes de começar a ler e me deliciei com toda a sua intensidade. A forma de escrita é muito instigante, pois não perde tempo em contar detalhes inúteis e se focava somente naquilo que trabalhava os personagens. Gostei que ele não repete coisas e confia no leitor pra fazer as ligações necessárias, cortando frases expositivas demais e as vezes usando só uma palavra.

É interessante o quanto é exposto o machismo dentro do Morel e tbm como ele mesmo percebe isso, com todo o seu relacionamento destrutivo com sexo. Quando a história vai pro ponto de vista do Vilela e vira um romance policial, gostei que mesmo assim se foca em expor as complexidade desse detetive.

Minha única ressalva é que o enredo investigativo poderia ser mais interessante e que o final é muito abrupto. Sinceramente, poderia ficar mais umas 100 páginas sabendo mais sobre a mente desses personagens.
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Bruno Oliveira 28/04/2023

UM ROMANCE METALINGUISTICAMENTE LIBERTINO
O caso Morel, do carioca (nascido mineiro) Rubem Fonseca é o melhor exemplo de romance moderno (e policial, vá lá) que temos. Escrito de forma direta, curta, crua e sem frescura (lá em 1973!), nós, leitores, seguimos as ações, os tempos, os espaços e os “baratos” da personagem Morel e da personagem Vilela numa boa. Morel, protagonista-mor, é um herói que vale a pena acompanhar; num primeiro momento, é dele que falam, para depois, em um segundo momento, é ele mesmo que toma a narrativa e conta a sua versão da própria história, nos entregando, praticamente, uma breve autobiografia não-cronológica. Vilela entra para nos mostrar o outro lado, a visão (ou visões) das outras personagens das situações, dos casos que Morel cita. Os dois são faces da mesma moeda! Há uma porrada de ótimas cenas no livro, tanto as mais “promiscuas”, quanto as mais “artísticas”: tudo é vivência, tudo é como uma ótima obra literária deve ser!! Enfim, metalinguagem de montão e um protagonista fascinante de verdadeiro (quase real) por aqui.
Regis2020 30/04/2023minha estante
Ótima resenha! ? ??


Bruno Oliveira 30/04/2023minha estante
Opa! Muito obrigado, amiga Régis! Sempre elogiosa. :)




soubarroca 13/04/2023

Gregarismo libidinoso
Não prometeu nada, mas entregou tudo.

Muito sexo, orgias e devaneios.

Literalmente entre tapas e beijos, até que deu merda e, como sempre, o pobre que se deu mal.

Adorei. Leiam
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Valéria Ribeiro 31/03/2023

Envolvente
O Caso Morel é o primeiro romance de Rubem Fonseca e impacta por sua escrita crua e direta. Utilizando a linguagem coloquial, o autor relata a história de Paul Morel, artista perturbado por diversas questões pessoais.

Em uma história de suspense policial, vemos Morel preso, acusado de um crime de homicídio. Nesse momento de encarceramento, encontramos o protagonista conversando com Vilela, ex-policial e, agora, escritor. Durante as entrevistas que têm, Morel vai lhe entregando, aos poucos, os manuscritos de um livro que pretende escrever.

Em uma narrativa não linear, que mistura passado e presente, confunde a história do livro e os fatos vivenciados pelo artista preso, Fonseca discute a arte, os limites do desejo, as angústias e dilemas do protagonista e as hipocrisias da sociedade.

José Rubem Fonseca foi um contista, romancista, ensaísta e roteirista brasileiro. Formado em Direito, exerceu várias atividades antes de dedicar-se inteiramente à literatura. Em 2003, venceu o Prémio Camões, o mais prestigiado galardão literário para a língua portuguesa.
Thais645 31/03/2023minha estante
Tenho três livros dele e ainda não li. Mais vou dar uma chance. Gostei do seu texto


Valéria Ribeiro 31/03/2023minha estante
Muito obrigada! Leia!




Deh 05/03/2022

Um artista chato (igual qualquer artista), que acha que todo mundo sabe falar francês, inglês e alemão e fica falando varias frases nessas línguas, pique coach de marketing, contando basicamente as historias sexuais de vida dele. eu achei muuuito chato. mas pode ser que sirva pra alguém. pelo menos é pequeno
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pam 10/01/2022

Cru. Visceral. Incômodo, extremamente.
"Sou várias pessoas, ninguém é um só, mas poucos enfrentam essa realidade, deixam-se ser uma corporação de muitos. Estamos todos no carro, um ouve música, outro carrega um revólver com cartuchos de carga dupla. Há também um terceiro que sente pena de si mesmo... Todos, eu e mim... Este outro ainda, que não é o último, olha um rosto gasto no espelhinho do carro..."
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zoozve 07/01/2022

Direto. Objetivo. Sem rodeios. Fonseca elabora uma narrativa que cativa, inquire o leitor à continuar e ir no cerne da questão. Do mesmo modo, são dúvidas que surgiram e surgirão ao longo da leitura, capazes de não serem respondidas no mesmo livro. São pontos que extrapolam o enredo, e vão de encontro à situações reais, do cotidiano, que também nos levam as mesmas dúvidas.
Todavia, pelo fato da estrutura ser centrada na pesrpesctiva masculina, e em nenhum momento os capítulos serem narrados por uma mulher, intuitivamente observamos uma situação não tão incomum, a banalidade que certos assuntos são encarados pelas pessoas. Mesmo sendo um romance policial, em alguns momentos você sente os pontos sendo encaminhados para favorecer Morel, em outros, questiona se se está lendo corretamente, ou até mesmo, quem é a vítima?
O Caso Morel prontamente expõe o âmago dos sujeitos, a vida como ela realmente é. São instintos postos a observação. Os questionamentos são muitos, algumas pontas ficam nas entrelinhas ou no ar, depende da perspectiva do leitor.
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