Riacho do Jerimum

Riacho do Jerimum Jadna Alana




Resenhas - Riacho do Jerimum


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Sara | @saraliteraria 28/11/2019

A magia do Nordeste!
Em Riacho do Jerimum vamos conhecer Caíque, que vive em um povoado do interior da Paraíba. Devido às circunstâncias, ele se tornou um rapaz solitário e tinha como divertimento visitar seu Vicente, um velho sábio que sempre gostou de compartilhar suas fábulas e lendas. Logo o nosso personagem acaba descobrindo que esses contos ultrapassam os limites da ficção, isso quando ele é surpreendido com a aproximação de Aurora, uma calahyna – espécie de fada – que revela o início da guerra entre duas deusas: Amanaci, deusa da chuva, e Tifana, deusa da seca. Ao conhecer melhor esses místicos habitantes da floresta que rodeia seu vilarejo, Caíque vai perceber que essa batalha também pode colocar em risco todo o seu povo. Essas criaturas precisam de sua ajuda, e o motivo é capaz de surpreender qualquer leitor!

Nesse livro nós temos uma mistura de literatura fantástica com a cultura local do Nordeste. A ideia da Jadna era mostrar o Nordeste de uma forma mais viva, e ela impressiona fazendo isso com maestria. Falar sobre a escrita da autora me enche de alegria e admiração, já que é incrível a capacidade que ela tem de dar vida aos seus personagens junto com uma ambientação tão bem construída. É de emocionar qualquer leitor, principalmente aqueles que assim como eu amam uma boa fantasia. Digo com muito orgulho que a Jady se tornou uma das minhas autoras nacionais favoritas. Com essa história em questão ela me fez sorrir e chorar, além de ter me surpreendido com todas as reviravoltas, essas que merecem ser aplaudidas!

Se você ainda não conhece o trabalho da Jadna, te convido a conhecer. As suas obras dispensam muitas palavras, vale muito mais a surpresa que encontramos ao longo das páginas. Falar sobre qualquer coisa que ela escreve é sempre um desafio para mim, mas não tem mesmo como negar que essa mulher escreve coisas incríveis e que merecem ser lidas!
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Nilda 13/11/2019

Uma fantasia nacional com elementos do folclores brasileiro
Riacho do Jerimum é uma fantasia ambientada no Nordeste, e traz seres fantásticos, como elfos e fadas, e personagens do folclore brasileiro: Saci, Caipora, Piatã. Fiquei surpresa positivamente com essa leitura, tanto por causa da temática abordada como pela construção dos personagens, que são inspiradores. 

O mundo criado em Riacho do Jerimum fica no interior da Paraíba, um vilarejo chamado Riacho do Jerimum. Lá vive em rapaz chamado Caíque, que não se encaixa naquela pequena comunidade. Caíque é reservado, um tanto mal-humorado, e não consegue entender o porquê da mãe sempre o afastar, mesmo quando ele faz tudo para agradá-la. Mas há duas pessoas especiais em sua vida: a irmãzinha e Seu Vicente.

Caíque adora ouvir as histórias que Seu Vicente conta. O idoso fala de lendas antigas, de guerras passadas entre as deusas da seca e da chuva, Tifana e Amanici, respectivamente.

Nas margens do riacho do Jerimum vivem seres encantados. É um mundo ao lado do nosso, mas que os humanos nem imaginam que exista. Esses seres vivem em casas feitas de jerimuns. Eles são os protetores da natureza. O equilíbrio do mundo humano depende do equilíbrio do mundo mágico.

A líder dos seres calahyna se chama Aurora, uma pequena fada que pode ficar com a aparência e tamanho de um humano. No mundo dos seres mágicos da floresta uma guerra se aproxima. Tifana, a deusa da seca, vem preparando seu exército do mal. Ela quer governar para sempre a terra. Já houve uma primeira grande a guerra, na qual Coaraci, o deus criador, precisou intervir.

 Aurora precisa de toda ajuda para enfrentar Tifana. Ela precisa da ajuda do humano Caíque e também de todos os seres mágicos da floresta. Mas será que Caíque vai ajudar Aurora?

Em Riacho do Jerimum há uma explicação para a seca nordestina. Há duas deusas, a deusa da chuva, a outra da seca. As duas deusas são inimigas. Na primeira guerra as duas entraram em acordo, cada uma governa por um período. Eu adorei essa forma de representação das características ambientais nordestina. Também amei a ideia dos jerimuns usados como casa. Tão representativo do nordeste, além disso ainda tem relação com a abóbora do conto de fada.

Riacho do Jerimum traz personagens inspiradores

Aurora e Diana são exemplos de mulheres independentes. Aurora se mostra uma pessoa sensível e forte, quebrando o  estereótipo que para ser forte a mulher tem que ser masculinizada. Diana é a melhor amiga de Aurora. Ela é acolhedora, bem-humorada, corajosa. Eu queria Diana como amiga.

Vamos falar de Caíque. Ele é um personagem em conflito. E há bons motivos para isso. Ele não conhece o pai. Não tem uma boa relação com a mãe. Ele é a pessoa que não se encaixa. Ele precisa se encontrar. Ainda tem Seu Vicente, um personagem encantador por sua sabedoria. Ele é o avô que todos merecemos.

Por fim, quero falar o quanto é maravilhoso ver nosso do folclore, tão rico, sendo trabalhado em obras de fantasia nacional, mesmo que seja ao lado de mitos e lendas europeias. Também gostei muito da escolha do vocabulário fazendo a ponte com o nordeste. Ah, e devo ressaltar que é livro único. Viva! Chega de trilogias e séries gigantes quando um único livro é o suficiente.

site: https://www.garagembluecult.com/2019/11/riacho-do-jerimum.html
Oliveira1144 13/11/2019minha estante
Eu amei essa resenha ?




Evany Campos 29/10/2019

A Magia do Nordeste
“Meu rapaz – começou o senhor - , durante todos esses anos eu tenho sido a ponte que te liga ao imaginário. É chegado o momento em que você deverá desbravar seus próprios universos, permita-se. Cada um de nós decide em que acreditar, não posso tomar essa decisão por você.” – seu Vicente, p. 84.
Demorei bastante para postar essa resenha, mas finalmente eu consegui sentar e refletir um pouco sobre como poderia escrever sobre Riacho do Jerimum com apenas alguns caracteres.
Acho que acabei optando por, ao invés de resenhar, fazer uma lista com alguns dos motivos que me deixaram muito feliz com essa leitura.
1. Fantasia ambientada no nordeste brasileiro. - Esse motivo nem é mais novidade. Mas ainda assim é muito importante colocar isso aqui em cima. Poder ler uma fantasia com o Brasil como pano de fundo não tem preço. Principalmente porque a Jadna se preocupou em criar todo um universo mágico inspirado na nossa cultura, no nosso folclore e nos costumes da terra onde ela nasceu. É muito bonito enxergar a vida de um lugar a partir dos olhos de um autor que viveu/vive nele.
2. Personagens femininas – Apesar de ter como protagonista o jovem Caíque, as mulheres dominam muito bem seu espaço na história. Sendo fortes, independentes e maravilhosas. Eu super me apeguei à Diana. Ela é doce, leve, engraçada e sempre que a bichinha aparecia à história ganhava mais suavidade e alegria. Aurora também é uma personagem incrível e a Caipora... sem palavras (talvez eu queira muito um conto solo dela. Só talvez kkkk).
3. Dicionário Nordestino – Como sabem, sou mineira e nunca viajei nem para perto do nordeste. Mas me senti com os pezinhos lá só de ler as expressões e eu juro que conseguia ouvir as palavras saindo com sotaque. Foi uma experiência ótima e nos momentos divertidos eu ria só de pensar na cena.
4. Uma escritora diferente – É impossível ler Riacho do Jerimum e ficar indiferente a forma como o texto foi escrito, como a história ganhou vida sob o comando da maestrina Jadna. Ela consegue ser técnica quando pensamos na estrutura do texto, mas a leveza com que conduz cada pequeno detalhe da narrativa faz com que ler trinta páginas num dia seja fácil. Tanto é que eu me segurei um pouco nos primeiros dias da LC.
5. Uma pitada de surpresas – Não posso comentar muito sobre essa parte, mas acho importante dizer que a história se conclui de forma espetacular. O final é surpreendente e o que mais me deixou embasbacada foi que quando terminei eu só pensei: Poxa, acabou! Mas a vida continua (inclusive para os personagens que, na minha cabeça, estão tendo alguns probleminhas com os humanos nesse momento.)
Eu honestamente não espero e espantosamente não preciso de uma continuação para RDJ. Foi incrível do jeitinho que foi. Uma leitura gostosa num universo de fantasia que é muito especial.

Enfim, acho que disse tudo o que mais me chamou atenção enquanto estava lendo e depois quando parei para refletir sobre RDJ.
Até a próxima aventura!
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