coitadinhodasilva 13/10/2024
"guerra é paz, liberdade é escravidão, ignorância é força."
"1984", escrito por George Orwell, é um clássico da literatura distópica que aborda as consequências de um regime totalitário extremo, onde o Partido, liderado pelo onipotente, cruel e misterioso Grande Irmão, controla todos os aspectos da vida dos cidadãos. A trama que decorre sobre Winston Smith, um funcionário do Partido que começa a questionar o sistema opressivo em que vive, buscando a verdade, onde o Partido, que usa da propaganda e da falsificação para manter seu controle absoluto, extingue as pessoas de privacidade e a liberdade, e os que ousam combater seu regime, o Grande Irmão cobrará seu preço.
"1984" é uma análise profunda e perturbadora dos perigos da concentração de poder e da erosão da verdade. Oferecendo uma crítica aguda à opressão política e à manipulação da informação, revelando a capacidade de um regime autoritário de controlar e subverter a própria realidade, controlando as informações e reescrevendo a história para garantir que sua versão da realidade seja a única disponível e utilizando da tecnologia e espiões para monitorar e reger cada aspecto da vida da população, criando um cenário de medo e conformidade, onde os pais têm medo de serem denunciados por seus próprios filhos para o Partido.
Sendo uma referência em discussões sobre autoritarismo, vigilância e controle social, influenciando até hoje em várias áreas como política, filosofia e na cultura popular, ?1984? destaca-se por se manter até os dias de hoje em diversos assuntos debatidos n o livro, se mostrando moderno e visionário pela alta tecnologia apresentada no livro, como por exemplo a vigilância em massa, facilitada pelas engenhosas máquinas de comunicação e vigia dos cidadãos, as ?teletelas?, observando, controlando e coletando dados pessoais da população, literalmente uma fonte de vigia 24 horas por dia, todos os dias, simbolizando a intrusão do Estado na vida privada dos indivíduos, criando um ambiente de desconfiança.
?1984? continua sendo uma obra relevante, pois aborda questões universais sobre poder, liberdade e a luta contra a opressão. A forma com que Orwell explora a manipulação da verdade e o controle social ressoa em nossa sociedade atual que enfrenta desafios semelhantes, onde o clima político em vários cantos do mundo é marcado por repressão e medo de figuras políticas autoritárias.
Se passando em uma superpotência fictícia intitulada ?Oceânia? ? com o Partido/Grande Irmão regendo tudo e todos ?, onde nos é apresentado um membro do Ministério da Verdade, Winston Smith, que trabalha em um escritório falsificando dados, mudando datas e reescrevendo o passado, até que sua rotina é perturbada com ideias revolucionárias, desconfiando da natureza opressiva do regime ditatorial, então pondo início a uma relação com Julia, uma mulher misteriosa e de que pouco sabe, marcando assim um dos acontecimentos predominantes no livro: a relação conturbada do protagonista com sua ?amante?, que é tudo menos romântica.
O romance de George Orwell deveras possui muitos altos e baixos, com seu protagonista não sendo lá um exemplo de carisma e simpatia e nem nos permitindo criar apego ou cativo, sem contar nos traços polêmicos que o protagonista tem em muitas partes do livro, apresentando pensamentos sujos em relação as mulheres, principalmente Julia, sua parceira de cama. ?1984? é bastante marcante pela excepcional crítica que nos traz sobre os perigos da opressão e a manipulação da verdade, destacando também como regimes totalitários podem destruir a liberdade e a individualidade. No entanto, o que não pode ser negado é a falta de acontecimentos turbulentos para quem esperava por um livro muito corrido e com bastante ação.
Com reviravoltas impactantes; cenas angustiantes de embrulhar o estômago; um protagonista humano, que sofre com os erros de um passado triste e pobre; lavagem cerebral; e rebeldes que possam ser nada mais que uma história inventada pelo governo para dá uma esperança em vã às mentes revolucionárias, ?1984? é um livro único, cheio de reflexões e mensagens profundas, que promete continuar relevante e nos ensinar cada vez mais os perigos do totalitarismo autoritário.