Maria3897 09/02/2024
Uma trágica história de amor
Shakespeare foi um exímio poeta e dramaturgo. Nessa narrativa de guerra civil e amor trágico, Shakespeare nos oferece belos versos de amor, além de um vislumbre da realidade da época no que tange ao direito.
Alguns trechos:
?Pena que o amor, tão lindo de se olhar,
Seja tirano para se experimentar.?
?Nasce o amor desse ódio que arde?
Vi sem saber, ao saber era tarde.
Louco parto de amor houve comigo,
Tenho agora de amar meu inimigo.?
?Zomba da dor quem nunca foi ferido.?
?Eu só anseio pelo que já tenho:
Minha afeição é como um mar sem fim,
Meu amor tão profundo. Mais eu dou
Mais tenho, pois são ambos infinitos.?
?Não há nada tão vil no que aqui vem
Que a terra não lhe dê sequer um bem;
E nem nada é tão bom que, exagerado,
Não caia em perversão e traia o fado.?
?Meu Jesus, só eu sei quanto de sal
Correu em vão por seu rosto, afinal.?
?Muita calma. Quem corre só tropeça.?
?Modere-se, pro amor poder durar;
A pressa atrasa igual ao devagar.?
?Se houver encontro, a briga é inevitável,
Pois no calor o sangue ferve louco.?
?E por tal crime
Desde já ?stá banido desta terra.
Eu fui tocado pelo acontecido,
Por vossas brigas correu sangue meu.
Mas grinfe dar-vos penas tão severas
Que havereis de chorar a minha perda.
Serei surdo a pedidos de desculpas;
Não há perdão pra pranto nem pra reza;
Romeu deve partir com toda pressa,
Pois se for encontrado será morto.
Levai o corpo. Haveis de me acatar;
Perdão pra morte é o mesmo que matar.?
?Oh, natureza, o que houve no inferno,
Se ao coroar a fronte de um demônio,
Usaste carne tão celestial!?
?Sinto o medo correndo em minhas veias,
Congelando o calor da minha vida.?
?A morte, qual geada, pousou nela,
Na flor mais linda que os campos já viram.?
?A noiva está pronta pra igreja?
Pronta pra ir, mas nunca pra voltar.
Filho, na noite antes do casamento,
Deitou-se a Morte com a noiva. ?Stá ali
Uma flor deflorada pelo além.
Meu genro é a Morte. A Morte é meu herdeiro.?
?Eu vou dó-ré-mi vocês; pode notar.
Se nós mi-fá, vai receber nossas notas.?
?Meu amor, minha esposa,
A morte, que sugou-lhe o mel dos lábios,
Inda não conquistou sua beleza.
Não triunfou. A flâmula do belo
Inda é rubra em seus lábios e seu rosto,
E a morte branca não trêmula neles.?
?Querida Julieta,
Por que tão bela ainda? Devo crer
Que a morte etérea está apaixonada,
E o esquelético monstro a prende aqui
Pra, neste escuro, ser a sua amada??
?Hei de partir. Aqui sempre estarei,
Com seu criados vermes. Aqui mesmo
Eu hei de repousar por todo o sempre,
E libertar da maldição dos astros
A carne exausta.?
?Uma paz triste esta manhã traz consigo;
O sol, de luto, nem quer levantar.
Alguns terão perdão, outros castigo;
De tudo isso há muito o que falar.
Mais triste história nunca aconteceu
Que esta, de Julieta e seu Romeu.?