bwinstonn 25/10/2023
"DO MEU UNICO ÓDIO, O AMOR LEVANTA E ARDE [...]"
"O amor dos jovens mora, já percebo, no caprichoso olhar, e não no peito".
Essa fala de Frei Lourenço, para mim, parece resumir perfeitamente a história do livro. Romeu aparece de início muito triste pois Rosalina, a quem amava, não corresponde ao seu amor. Mas, na festa dos Capuleto, bastou trocar um olhar com Julieta, que Rosalina se tornou apenas uma lembrança fraca para ele.
O casal nem mesmo sabia o nome um do outro quando começaram a trocar beijos e juras de amor eterno, só depois tomando ciência de que eram "inimigos" e não dando a mínima para isso.
Os dois eram muito jovens e julgavam saber tudo o que precisavam sobre o amor só porque conseguiam dizer palavras bonitas um ao outro, crentes que a paixão deles era invencível e colocaria fim a briga entre as famílias. Tudo acontece de forma muito rápida e intensa entre eles.
Uma sucessão de atos precipitados, a falta de comunicação e uma rixa que não se sabe nem mesmo o motivo de existir, levam a uma série de acontecimentos que poderiam ser evitados e ao fim trágico que já conhecemos.
Tendo dito tudo isso, pode até parecer que não gostei, mas foi o contrário. Confesso que, mesmo com a pouquíssima interação entre o casal, torci por eles, pois apesar de meteórico, o que sentiam parecia ser genuíno. Coisa de jovem mesmo.
Eu sempre quis ler essa história, mesmo já sabendo o enredo, e ela não me decepcionou em nada. A escrita, de início pode parecer complicada, mas logo ganha ritmo e se torna muito fluída e gostosa de ler.