Joao.Gabriel 03/12/2022
Esse Auto é o mais famoso e mais conceituado de Gil Vicente. Ele, originalmente, faz parte de uma espécie de trilogia: Auto da Barca do Inferno, Auto da Barca do Purgatório e Auto da Barca da Glória.
Faz parte de um humanismo voltado ao medievalismo característico de Gil Vicente.
Também pode ser encaixado como expressão da literatura gótica.
Deixando essas coisas de lado, achei muito interessante. Gosto da ironia vicentista, a forma como o Diabo é cortante. Apesar de ser moralizante ? o que, por si só, afastaria alguns leitores ? não cai em um moralismo barato. É justo para sua época, e como Ivan Teixeira, o idealizador das notas, prefácio, tradução e posfácio, diz: a moralidade é sempre superada pela arte de seus Autos, e pode-se dizer que foi Gil Vicente quem usou o catolicismo para criação das suas obras.
Recomendo (pra quem gosta e se interessa pela literatura portuguesa clássica, e pelo tema da morte).