A Morte de Artemio Cruz

A Morte de Artemio Cruz Carlos Fuentes




Resenhas - A Morte de Artemio Cruz


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Javalis de Chernobyl 25/08/2024

“viver é trair teu Deus; cada ato da vida, cada ato que nos afirma como seres vivos, exige que se violem os mandamentos de teu Deus”(pág.102)

Enquanto encara debilmente o fim de sua vida, Artemio Cruz, corrompido revolucionário mexicano, esforça-se para recordar sua longa vida. Passado e presente se entrelaçam enquanto Artemio morre enquanto sua longa vida se despe de poder, desejo, violência e caos.

A história de Artemio Cruz acompanha a modernização do México. Ao longo de todas as décadas e fases de sua vida que são narradas, o México passa por seus processos históricos: Revolução, colonialismo, industrialização, etc. Artemio, neste caso, é a própria ideia de México, uma crítica à classe dirigente mexicana filha da Revolução: Trai os ideais da luta e se corrompe pelo poder. Dom Gamaliel coloca Artemio como o “novo”, que viria a substituir homens como ele: remanescente de uma elite crioula que enriqueceu e alcançou o poder ainda no período colonial, cuja cultura vem do iluminismo europeu e tudo o que a Espanha produziu.

Já Artemio, que se constrói sozinho no mundo como um homem poderoso, aos poucos perde para seu grande algoz: O tempo. Tempo que destrói seu corpo, assim como a todos nós, nos tornando uma massa flácida de orgulho e remorso.

Artemio é um personagem extremamente bem construído pela trama. Acima de tudo, um materialista. Talvez a única coisa que tenha sobrado de seu marxismo na época de luta revolucionária, é o apego que tem ao mundo material: O luxo, os móveis, as roupas, os carros, as comidas e bebidas, as mulheres e seus corpos. Artemio ama se recordar do que teve em vida enquanto morre e se vê despido de tudo o que mais prezou.
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Consuelo 15/08/2024

A vida de Artemio Cruz
Muito fluxo de consciência do moribundo e a vida revista sem organização cronológica. Revolução mexicana, guerra civil espanhola, expropriação dos povos originários, escravidão, neocolonialismo do EUA sobre a América Latina? leitura riquíssima!
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laripicau 14/04/2024

Misericórdia que livro complicado de ler Artêmio um sujeito interessantíssimo o final é otimo valeu a pena
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Hera 12/03/2023

Vai e vem dos bons
Amores, disputas por terras, latifúndio, revoltas civis, memórias, ascensão social e morte. Esse livro apresenta um ótimo cenário do México da primeira metade do século XX. Mas tem que ler com atenção porque o vai e vem das memórias do protagonista pode ser bem confuso.
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Tiagofas 19/07/2020

Confuso e ótimo
Muito bom o livro, mas requer bastante atenção devido ao intenso vão e vem da vida de Artêmio Cruz.
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Say 31/01/2014

Singular
O autor tem uma característica bem peculiar de envolver o leitor. Embora no começo tenha tido dificuldades em compreender como a narrativa se desenvolvia, esta foi a que me cativou.
Clayton Pinheiro Salve 22/09/2018minha estante
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Amadeu.Paes 13/05/2013

Terra, Morte e Paixão.
Artemio Cruz está morrendo e começa nos relatar como foi sua vida e nos leva ao período do final da Revolução a ele nos conta toda sua ascensão social, utilizando-se de meios antiéticos, apesar de ele achar que está fazendo um grande bem para todos os camponeses.

A grande verdade desse livro é como uma pessoa muda ao longo da vida, conforme a oportunidade ou a sorte. Artemio era um tenente da revolução e tomou as terras dos grandes latifundiários com intuito de dividi-la com os camponeses, mas isso não acontece. Na verdade há uma repetição do que era antes da revolução.

Outro tema bastante evidente nesta obra é a questão do amor. Como a visão da pessoa amada vai mudando conforme ela se mostra verdadeiramente (ou como o seu par vai se transformando), e neste intricado de terra, morte e paixão a obra é composta.

O momento que me chama mais atenção é quando Artemio, já deputado federal, fala para um assessor: “Nós fazemos parte de uma maçonaria. A maçonaria da malandragem”. Qualquer semelhança com qualquer país latino americano não é mera coincidência.

A leitura é difícil, porque ela não é de forma linear (há pelo menos 3 história sendo contadas), e elas vão se entrelaçando e a todo instante há fluxos de consciência do protagonista – gerando enormes parágrafos, às vezes de 4,5 páginas –, sugiro que a leitura seja feita de forma tranquila e devagar.

A questão da terra e da morte é muito forte na cultura mexicana, como também se pode conferir na obra de outros autores mexicanos como Juan Rulfo e Octavio Paz.

Gostei muito da obra e daqui alguns anos, eu pretendo lê-a de novo.
Solange Sólon Borges 10/10/2021minha estante
Carlos Fuentes realmente tem uma escrita peculiar. A leitura faz você avançar pela linha narrativa, enquanto a personagem principal desenrola seu discurso interno, a paralisia diante do mundo e das pessoas que o cercam, apesar de ter sido um homem de ação e coragem, mas muitas vezes sucumbe diante da ajuda que outros lhe oferecem, o que leva à análise de seu orgilho exacerbado, do amor-próprio ferido. Apesar de ter sido protagonista de sua vida e de muitas outras, a leitura demonstra que todos podem ser vencidos pelo tempo e pela doença, pelo desamor, pelas expectativas não cumpridas. Uma leitura que envolve uma reflexão íntima, características da cultura e política mexicanas, da luta pela terra e pelo poder. Recomendo.




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