Amadeu.Paes 13/05/2013Terra, Morte e Paixão.Artemio Cruz está morrendo e começa nos relatar como foi sua vida e nos leva ao período do final da Revolução a ele nos conta toda sua ascensão social, utilizando-se de meios antiéticos, apesar de ele achar que está fazendo um grande bem para todos os camponeses.
A grande verdade desse livro é como uma pessoa muda ao longo da vida, conforme a oportunidade ou a sorte. Artemio era um tenente da revolução e tomou as terras dos grandes latifundiários com intuito de dividi-la com os camponeses, mas isso não acontece. Na verdade há uma repetição do que era antes da revolução.
Outro tema bastante evidente nesta obra é a questão do amor. Como a visão da pessoa amada vai mudando conforme ela se mostra verdadeiramente (ou como o seu par vai se transformando), e neste intricado de terra, morte e paixão a obra é composta.
O momento que me chama mais atenção é quando Artemio, já deputado federal, fala para um assessor: “Nós fazemos parte de uma maçonaria. A maçonaria da malandragem”. Qualquer semelhança com qualquer país latino americano não é mera coincidência.
A leitura é difícil, porque ela não é de forma linear (há pelo menos 3 história sendo contadas), e elas vão se entrelaçando e a todo instante há fluxos de consciência do protagonista – gerando enormes parágrafos, às vezes de 4,5 páginas –, sugiro que a leitura seja feita de forma tranquila e devagar.
A questão da terra e da morte é muito forte na cultura mexicana, como também se pode conferir na obra de outros autores mexicanos como Juan Rulfo e Octavio Paz.
Gostei muito da obra e daqui alguns anos, eu pretendo lê-a de novo.