mariluvs 27/06/2024
Leitura de verão, mas você está passando o verão no inferno
Como explicar esse livro? Um começo ruim, um meio muito cativante e um final tão bosta que parecia o começo.
Emily Henry conseguiu a proeza de fazer dois protagonistas chatos e desinteressantes com vidas pessoais muito conturbadas desenvolverem um romance gostoso de ler por mais ou menos umas 120 páginas, porque depois disso o casal perde toda a química e você consegue perfeitamente dizer o ponto onde ela começou a empurrar com a barriga ao invés de realmente contar uma história.
Não dá nem para explicar onde o livro fica ruim porque na verdade ele é inteiro ruim, mas tem algumas partes boas, como os poucos encontros de sábado, que definitivamente são o ponto alto dessa sequência de pontos baixíssimos. Nesses encontros parecia que eu realmente estava vendo um casal bom e uma história legal de amor florescer, porque ambos pareciam ter tanta sintonia, o Gus era perfeito, muito engraçado e carismático, uma companhia que eu adoraria ter. Mas aí, quando era sexta-feira de novo as coisas pareciam derrapar, porque o tom sério que esses capítulos traziam não encaixavam em nada com o resto do livro e no final das contas não teve qualquer significância para além de 3 parágrafos contando a história do livro do Gus (e que histórias de merda esses dois escreveram, hein?), parecia só um plot perdido que a autora tinha na gaveta e usou a oportunidade para descartá-lo de vez.
Aí tem o plot da traição do pai dela, da casa de praia e sei lá o que, outra coisa completamente jogada e sem significância apesar do drama absurdo feito pela January durante todo o livro. 1 capítulo de cartas e qual foi o impacto disso na minha leitura? Absolutamente nada, tenho até que me esforçar para lembrar que isso chegou a acontecer porque foi completamente jogado e sem propósito, o livro poderia ter terminado da mesma forma se ela só tivesse ido passar as férias naquela casa, porque a Sonya sumiu, ela não voltou a falar sobre os sentimentos da mãe sobre o pai dela e nem ela mesma mostrou qualquer tipo de mudança em relação ao que viveu, não aprendeu lição nenhuma.
Enfim, livro horrível. Chato, desinteressante e maçante, tudo isso junto e misturado define 'Leitura de Verão', que eu definitivamente nunca leria no verão em uma viagem perfeita na praia, porque tudo seria estragado por essa experiência de leitura terrível que não melhorava nunca e quando melhorava era destruída novamente pela própria autora dois capítulos depois. Essas 2 estrelas e meia são exclusivamente para as cenas de romance do começo até o meio do livro que são ótimas e eu adoraria ler uma versão estendida delas, sem drama de divórcio, sem plot de traição, sem detalhamento desses livros ridículos que eles estavam escrevendo; só a história de uma romântica incurável e um antirromântico por consequência se apaixonando e sendo bobos por causa de uma aposta (basicamente, queria que fosse um livro completamente diferente, talvez assim ele tivesse a chance de ser bom).