Aisha Andris @AishandoBooks 21/11/2019
Viciante e com um final de explodir a cabeça
Oráculo: A Última Esperança de Thórun é o tipo de história que começa leve, despretensiosa, mas de repente, com uma velocidade capaz de nos deixar tontos, muda completamente. Começamos acompanhando Alison, uma jovem que trabalha como revisora em uma grande editora e cujo maior sonho é emplacar um livro próprio. Ela deseja a opinião de Edward, seu melhor amigo desde sempre, acerca de sua mais nova empreitada literária, e ele lhe propõe um desafio: lerá seu livro quando ele completar 10 mil leituras no Wattpad. Alison aceita e, surpreendentemente, consegue bater a meta num espaço extremamente curto de tempo. Para comemorar, Edward a leva a um barzinho que costumam frequentar. Só que, sem que sequer desconfie, esta noite reservará uma mudança de 360 graus em sua vida, quando seu caminho se cruzar com o de uma criatura poderosa e, aparentemente, cruel que a torturará impiedosamente em busca de respostas que ela não possui: Anpu. Ele a tirará de perto das pessoas que ama e do mundo que conhece, e a jogará em uma realidade cruel em que a única meta é sobreviver (de preferência, sem ser violentada por um ser cujo maior prazer é provocar dor nos demais, especialmente se forem do sexo feminino).
Eu já tinha visto algumas divulgações do livro feitas pela autora e estava bastante interessada em ler, mas foi uma resenha SENSACIONAL que tornou o desejo completamente irresistível e me fez priorizá-lo acima dos outros, afinal Corte de Espinhos e Rosas é a série literária que eu mais amo na vida e qualquer coisa que a lembre, ainda que remotamente, tem tudo para ser uma leitura no mínimo deliciosa. No entanto, apesar de minhas expectativas estarem nas alturas, ainda acabei surpreendida, ao apaixonar-me perdidamente pelo que tinha em mãos.
O universo criado pela autora, baseado na mitologia egípcia (amooooo), é absolutamente fantástico e muito bem construído, algo imprescindível em uma boa fantasia. Conseguimos imergir muito rapidamente nele e, juntamente com Alison, ficamos curiosos para descobrir as peculiaridades que possui. E falando nela, pensem numa mocinha maravilhosa, do jeito que eu gosto: generosa, altruísta, esperta, que não abaixa a cabeça e busca tirar o melhor das circunstâncias, mas também imperfeita, que quebra a cara muitas vezes, porém segue em frente assim mesmo. Rimos e choramos muito com ela, e nos importamos demais com tudo o que lhe acontece, coisa que eu considero extremamente importante. Os personagens secundários são igualmente incríveis, sobretudo os de quatro patas – ou penas (não sei explicar muito bem, mas temos criaturas que nos lembram pets, mas são muito mais do que isso, tendo inteligência acima da média e funcionando como parceiros dos guerreiros a que se ligam; só lendo para entender mesmo, todavia tenho certeza de que quem, como eu, ama os bichinhos, se apaixonará por elas).
A escrita da Juliana Barbosa também é fora de série, simplesmente maravilhosa. Eu não sei como ela consegue colocar tantos acontecimentos numa quantidade nem tão grande de páginas e, ainda assim, fazer com que entendamos tudo e que a leitura, em momento algum, soe corrida, apressada demais; é sempre fluida, gostosa e nos mantêm presos até o fim, explicando as coisas no momento certo e não deixando pontas soltas aparentes. E aquele final, cara, me destruiu de tantas maneiras diferentes e, apesar disso, eu simplesmente amei e me vi louca de ansiedade pelo livro seguinte; é literalmente de explodir a cabeça. Leiam, tenho certeza de que não se arrependerão.
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