O Ateneu

O Ateneu Raul Pompeia
Franco de Rosa




Resenhas - O Ateneu


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goodbyedarth 29/02/2020

Uma leitura maçante
Eu gosto bastante de livros clássicos e infelizmente não queria dar uma crítica negativa para essa obra tão famosa e falada. Ainda mais ter abandonado a leitura bem na metade.

"O Ateneu" era realmente o tipo de livro que eu queria ler e considerar o meu livro favorito; tinha uma história bem bonitinha e que realmente me agradava. No entanto, fiquei frustrada com a leitura. Ler um capítulo inteiro era realmente cansativo. Sem contar que era difícil se acostumar com a pessoa do protagonista; não dá para sentir empatia e emoção nos personagens.

Espero num futuro bem próximo reler esse livro e gostar dele, realmente
João 26/04/2020minha estante
Também achei muito cansativo, mas li em pequenas doses e no final da leitura foi uma experiência muito satisfatória. Filtrando um pouco o estilo do autor, a estratégia que ele escolheu pra contar a história me agradou muito. Cada capítulo, cada "crônica de saudade" era como um episódio de uma série que eu gostaria de ver. O primeiro capítulo com aquela descrição quase cinematográfica da festa em que o Sérgio conheceu o ateneu, as instruções do Rabelo sobre aquela micro-sociedade e a decisão de Sérgio de com qual postura enfrentaria aquilo, a busca por um amigo para dividir aquela experiência (a glória com Sanches, o fundo do poço com Franco, o romance de mentirinha com o Alves)... enfim, no final acabei criando gosto. Boa sorte na próxima leitura!




EvaíOliveira 25/01/2020

História interessante e crítica
O livro conta a história de Sérgio e sua vivência dentro do Ateneu, um colégio interno, bem como sua relação com seus colegas. Às vezes, durante a leitura, a gente tem que usar um dicionário.
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Aurélio prof Literatura 31/12/2019

Em O Ateneu, Raul Pompéia evidencia para o leitor os anos de internato de Sergio, o personagem-narrador da história. O menino conta para o leitor os anos de agrura que foram os de interno em O Ateneu, visto que encontrou por lá todo o tipo de caráter deturpado de seus colegas de classe. O narrador traz uma narrativa cheia de ironia e humor ácido sobre a instituição que por fora era vista como aclamada e "perfeita", mas que por dentro estava mais podre que um sepulcro caiado. Aristarco, o seu diretor posava de bom gestor diante dos pais dos alunos que quisessem se matricular no colégio, porém no dia a dia era rígido, punia e humilhava os alunos que eram encontrados praticando algum delito dentro dos muros de o Ateneu, incluindo demonstrações de punições na frente de todos os alunos para servir de exemplo.
Além disso, Sérgio mostra-se em constante estado de alerta, pois não podia confiar em nenhum de seus colegas e ainda por cima era perseguido por alguns deles, a saber, Barbalho e Sanches. Em relação a este último, o narrador mostra que ele aproximara-se do novato com intenções libidinosas, já que Sérgio traz nas entrelinhas que muitos dos meninos praticavam atos homossexuais como forma de minimizar desejos reprimidos entre os internos da instituição.
Sérgio aponta em um dos discursos que ouvira que “[...]Não é o internato que faz a sociedade; o internato a reflete. A corrupção que ali viceja, vai de fora. [...]” (p. 145). Com esse discurso proferido por um dos professores, vem à tona que a corrupção que habita as quatro paredes da escola não é algo que nasce lá dentro, mas que vem com os alunos que se matriculam nela. O autor do livro, Raul Pompéia apresenta uma narrativa “difícil” de compreensão que o faz ser comparado a um autor Parnasiano pelo uso da linguagem rebuscada, mas isso não impede o livro de ser um dos grandes clássicos da literatura brasileira.
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Henrique Fendrich 01/10/2019

É o tipo de livro que, antes de ler, você acha que vai ser uma leitura difícil, e quando termina você tem certeza. "Imagético" é um adjetivo que cai bem ao estilo da narrativa.
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Ubira 11/09/2019

Momentos Inesquecíveis (memórias pessoais)
Descrição profunda de Aristarco ao início; abandono da religiosidade após ápice de devoção; trecho sobre formação do caráter do ser a partir da experimentação (p. 61); segundo discurso, maravilhoso e inspirador, do Grêmio Literário Amor ao Saber sobre Arte em geral (+- p. 80); mudança pessoal influenciando na relação de amizade, mais acentuada, com Egbert, após afeição com a boa senhora Ema; forma honrada de sofrimento de Aristarco ao fim trágico que lhe coube (...)
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Wenderson 29/08/2019

Um ótimo livro!
Esse é um clássico brasileiro que me fez pensar em como a literatura e as histórias se inovam. Nesse livro vemos a história de um menino de 11 anos que vai para um tipo de colégio interno para garotos. Parece com alguma história mais recente? Pra mim esse é basicamente o enredo de Harry Potter se tirasse a magia e as meninas da escola.
Gostei de como os personagens se modificam no decorrer da história, e não só o personagem principal.
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Daniel 17/07/2019

Uma obra de sensações
O Ateneu - Raul Pompéia
O enredo gira em torno das memórias de Sérgio, um garoto que é enviado pelo pai, homem de grandes posses, ao Ateneu; um renomado internato para jovens ricos dirigido pelo professor Aristarco; lugar onde vivencia as primeiras - e traumáticas - grandes experiências da vida.
O autor trabalha temas polêmicos para a época, como a homossexualidade, presente de forma implícita em toda a atmosfera da obra.
O ambiente repressivo, as humilhações e violências físicas e psicológicas transformam a vida do protagonista no Ateneu num verdadeiro inferno, organizado como um "molde da vida real".
O Ateneu representa, com toda a sua normatividade, a própria sociedade da época, onde predominava a violência, a injustiça, o orgulho e, sobretudo, a lei do mais forte.
O orgulho inflado de Aristarco e o clima de autoritarismo predominante no Ateneu evidenciam a forte crítica de Pompéia ao sistema educacional da época, de caráter coercitivo; um mero instrumento de reprodução das opressões sociais.
A escrita de Raul Pompéia é rebuscada, repleta de adornos, com longas descrições e períodos que atravessam parágrafos inteiros, cuja minuciosidade envolve o leitor através dos sentidos e sensações provocadas pela cena descrita. Esse recurso é perceptível nas poderosas descrições do último capítulo, onde o idílio platônico de Sérgio e D. Ema e a força das chamas consumindo o Ateneu parecem saltar das páginas em sensações intensas, progressivas e verossímeis. O romance ainda apresenta claras características impressionista, com o uso memória como fator norteador da narrativa, recurso que rompe com a temporalidade linear.
Um clássico essencial da literatura brasileira.
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Julia Lanz Monteiro 11/04/2019

Clássico da literatura brasileira
Li o ateneu quando estava no ensini médio, para a disciplina de Literatura. Um clássico da literatura brasileira. Gostei muito. Só não coloco como 5 estrelas na classificação porque ele não tem uma linguagem fácil. É a linguagem da época, formal, culta, descobri muitas palavras e expressões com ele. Mas para adolescentes é uma leitura pesada.
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Simone.GAndrade 20/01/2019

“Crônica de saudades”
Frase famosa: “Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.”

A história se passa no século XIX, na cidade do Rio de Janeiro. O enredo foi inspirado na própria história do escritor Raul Pompéia que esteve num internato, o Colégio Abílio, dirigido por Abílio César Borges, o Barão de Macaúbas. Um romance moderno, a obra é considerada autobiográfica, o qual revela o moralismo e o ambiente corrupto em que ele próprio viveu, numa sociedade cheia de normas rígidas e conservadora. A leitura é bem complicada, devido a escrita do autor ser bem rebuscada, alto nível de descrição e detalhamentos, além de várias referências literárias.

Narrado em 1º pessoa, Sérgio o narrador-personagem relembra o período em que passou como interno no Ateneu, instituição famosa da época, sinônimo de status. Lá viveu um período de reclusão, solidão, transformação e amadurecimento, um “cárcere, murado de desejos e privações”. Ali, ele aprende desde cedo mediante uma rígida disciplina, diversos aspectos da sociedade, aliados ao moralismo e à perversão das instituições. No Ateneu foi submetido a humilhações públicas, castigos severos, aplicados contra os alunos que não correspondiam aos resultados esperados, sofre maus-tratos tanto do diretor do colégio, como de outros alunos mais "fortes", nas palavras de Rabelo os rapazes tímidos e ingênuos eram impelidos para o " sexo da fraqueza", dominados e pervertidos como "meninas ao desamparo". O livro tem um tom homossexual, discreto e alusivo. E a necessidade da convivência faz com que Sérgio se aproxime de alguns alunos, mas suas relações são sempre curtas, um exemplo é quando se aproxima de Barreto, aluno extremamente religioso, com suas narrativas de iluminado terrífico, desperta nele uma aversão a religião, “Comecei a achar a religião insuportável melancolia. Morte certa, hora incerta, inferno para sempre, juízo rigoroso: nada mais negro!” Com seu amadurecimento a verdadeira realidade do colégio se apresenta ao pequeno colegial. “Ensaiados no microcosmo do internato, não há mais surpresas no grande mundo lá fora, onde se vão sofrer todas as convivências respirar todos os ambientes; onde a razão da maior força é a dialética geral, e nos envolvem as evoluções de tudo que rasteja e tudo que morde...” onde se aplica a verdadeira lei dos mais fortes. É preciso persistência para terminar o livro, com certeza terá uma releitura num futuro não muito distante.
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Daironne 14/01/2019

Impressões sobre a leitura de O Ateneu, adaptado por Carlos Cony
Sérgio narra suas memórias sobre o período que passou no internato Ateneu, onde, em plena puberdade, mergulha no emaranhado de relações de vingança, amizade, orgulho, insegurança, amor e desejo que se torna seu lar por 2 anos.

Esta edição é uma adaptação que essencialmente torna a leitura mais fluida e rápida, mais acessível e, talvez, desenvolva o interesse no texto original. Relativamente monótona, a narrativa praticamente não tem um clímax: são apresentados uma sucessão de acontecimentos, apenas. No entanto, me agrado da obra por sair do lugar comum típico do imaginário popular sobre literatura nacional, com seus amorosos romances tradicionais.

Recomendo se você quer conhecer O Ateneu em uma leitura rápida, depois decidindo se irá ou não se debruçar sobre o rebuscado texto original.
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Caio 05/01/2019

Uma crítica e uma mistura de gêneros muito boa.
Esse livro é considerado uma das únicas obras do gênero impressionista do Brasil. Além do Impressionismo, essa obra agrega vários estilos linguísticos que torna a história rica, com muita diversidade: Tem Parnasianismo, Expressionismo, Naturalismo, simbolismo e além do citado Impressionismo. A obra conta a história do garoto Sérgio que começa a viver em um colégio agropecuário aristocrático mantido por severas regras, rígido, para manter as crianças na linha. E além de falar do dia a dia desta questão, há uma crítica social e das desigualdades sociais ali presentes: Sempre o filho do rico é beneficiado, ter certos privilégios no colégio. Famílias bem conhecidas e posicionadas na sociedade frequentavam aquele local para educação dos seus filhos e eram tratados de forma especial e diferenciada. Como o pai do Sérgio falava: Vais encontrar o mundo, realmente encontrava. Enfim, esse livro é um ícone da literatura nacional, vale muita a pena 4/5.
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R...... 01/11/2018

Clássicos Brasileiros em HQ (Editora Ática - 2012)
Ótima adaptação em quadrinhos!

Em termos práticos, lançou luz sobre o abismo escuro que foi a experiência com o romance, evidenciando detalhes e desenrolar que haviam passados despercebidos na leitura que (falo por mim), convenhamos, é um tanto chata nas abordagens dissertativas. Pompeia tem observações apegadas a conceitos de inspiração científica, em texto analiticamente muito formal, faltando, na minha percepção, um toque mais humanista na exposição. Diferente, por exemplo, do Machado, que brinca com as observações, instigando o leitor à análise, sem querer deixar em evidência uma espécie de doutrinamento unilateral, o que pareceu-me exacerbado em 'O Ateneu'. Só queria dizer porque tive dificuldades na leitura...

A HQ revela história forte, visceral, como o romance instiga, só que de um jeito mais acessível, depurada a ação da dissertação. Melhor dizendo, tornando o desenrolar mais perceptível (apanhei no romance perdendo o fio da meada algumas vezes).

Interessa saber que Pompeia expõe sua visão de mundo através do internato, que engloba força para sobrevivência, imposição da personalidade no meio, capacidade de adaptação e atenção minuciosa ao presente, num jeito prático e racionalmente materialista de ser. O internato instigou-lhe isso, quando se viu sozinho, sem os pais. As ideias do contexto também, como o Darwinismo e o Positivismo, onde assentou o pensamento.

Gostei muito das ilustrações, que tem uma pegada realista, meio fotográfica, na realidade que o livro faz pensar.

Essa adaptação traz também anexos valorosos com informes diversos sobre a obra. Gostei principalmente da exposição do contexto de época. Fez perceber que o internato era uma fortaleza destinada ao saber, que isolava os adolescentes da influência externa, objetivando o desenvolvimento no conhecimento. Que aspecto curioso, pois o que se desenrolava no interior tinha vícios, sordidez e declínios no caráter comuns ou cridos apenas além dos muros. Como não ocorrer entre aqueles adolescentes? Aflorados em momento que foram destituídos do seio seio familiar, sujeitos a conceitos próprios, maus exemplos, em ambiente hostil que lhe instigava diferencial para sobrevivência.

Em mais um devaneio, agora vejo o livro também como um 'Pixote, a lei do mais fraco' do século 19. Não é? Não parece entre os adolescentes do romance? Tem ações delinquentes e transformadoras de personalidade também, com o agravante de ocultas em um hipotético cenário de sapiência.

Oche! Leia o romance e depois essa HQ que você vai me entender...

Paidégua e fim de papo.
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