O Ateneu

O Ateneu Raul Pompeia
Franco de Rosa




Resenhas - O Ateneu


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Arthicus 21/04/2021

O realismo do Ateneu
“O Ateneu”, livro de Raul Pompéia, publicado originalmente em folhetim 1888, conta a história de Sérgio que é levado para morar/estudar no colégio interno Ateneu, onde, nas palavras de seu pai: “Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta”.

E em, este livro é muito bom!

O narrador, um Sérgio mais velho, nos conta sobre seu tempo no Ateneu, e em, cada um dos seus doze capítulos, foca parcialmente em uma amizade feita durante este tempo, que fim esta amizade levou, algo que aconteceu dentro do colégio ou consigo mesmo. E muita coisa acontece!

O Ateneu é um ambiente hostil e com falso moralismo, onde os personagens -- e que personagens! -- ganham vida. Seguindo o Realismo o livro mostra a psicologia dos personagens e há uma grande crítica a instituição e sociedade da época.

Se há uma crítica talvez mais pesada da minha parte é que apesar de um livro curto pode ser denso demais para a leitura, com uma linguagem extremamente rebuscada e detalhista. Eu mesmo acompanhei o livro usando o Librivox, um conglomerado de audiobooks em domínio público que me ajudou na leitura. Tem um aplicativo, é tranquilo de usar e tem uma biblioteca boa.

Dito isso, é um livro da literatura clássica nossa que recomendo fortemente!

(Há algo mais que gostaria de colocar, que apesar de talvez não ter grande significância para o livro é algo que notei, é algo que me interessa e como pode ser considerado spoiler deixarei por aqui em baixo. Há um teor homossexual grande em alguns momentos da história. As amizades de Sérgio são bem próximas e uma delas em específico é bem íntima, claro, que a filha do diretor é vista com um olhar romântico pelos alunos, mas é algo a se notar. Ainda mais que o livro é parcialmente uma biografia do próprio Pompéia, que estudou em um colégio interno e acabou sendo alvo das próprias “fofocas” na época, que podem ou não ter acarretado no seu suicídio.)
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Leticia_okane 15/04/2021

Obra literária de 1888
Raul Pompeia escreve de forma inovadora sobre temas polêmicos de sua época. O texto se passa durante o segundo reinado, e tem palco a vida de Sérgio dentro do internato O Ateneu. É uma bela obra que ilustra relações interpessoais do período e nos mostra a origem de diversos aspectos sociais do Brasil atualmente. A escrita tem um vocabulário antigo, complicado, mas não é essencial entender todas as palavras para compreender o texto.
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lauratamanaha 10/04/2021

Até q é bom
Li pra escola e por vestibular, ent o tipo de livro já n é o q eu costumo ler. Apesar da escrita ser bem densa e da atenção necessária para ler, a história até q é boa, ainda mais quando se considera todo o contexto por trás.
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Clara.Brogliato 06/04/2021

Leitura difícil
Raul Pompéia torna a leitura difícil, vocábulos complexos, idas e vindas do personagem. A história em si é muito boa, uma das melhores histórias da literatura brasileira, com temas bem atuais, como homossexualidade e dominação do poder, pela parte do diretor. Porém, tem partes do livro que a leitura não flui, e não dá vontade de terminar.
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Lucas 04/04/2021

Tergiversação e inocuidade: As bases narrativas de um livro discutível
Um pai leva o filho de 11 anos à porta de um colégio interno, chamada Ateneu, para que ele lá inicie sua vida estudantil/acadêmica. "Vais encontrar o mundo; coragem para a luta" são as palavras escolhidas pelo pai ao seu rebento antes de adentrarem no colégio. Esse pano de fundo corresponde às primeiras linhas do livro O Ateneu, do escritor fluminense Raul de Pompéia (1863-1895), lançado em 1888.

A ideia de um menino (abastado, diga-se, já que o Ateneu era referência na formação de adultos com origens econômicas privilegiadas) rompendo com a criancice e entrando num mundo de adolescência, representado pela convivência com outros jovens no internato, é, sem dúvida, uma premissa interessante para uma ótima narrativa. Sérgio, o tal garoto, narra, aparentemente já adulto, sua passagem pelo internato e todo o emaranhado de relações rasas que ele acaba por lá desenvolvendo.

Personagem mais importante até mesmo que o Ateneu é o seu diretor: Aristarco Argolo de Ramos, homem de moral aparentemente inexpugnável, que, por meio de uma conduta acadêmica destacada (e muito marketing, diga-se), garantia que os garotos que em seu internato entravam de lá saiam adultos feitos, prontos para atingir as mais altas esferas do já então quase falecido Império brasileiro. Se não chega a ser um amigo de Sérgio, ele é, indubitavelmente, o mais comentado personagem nas memórias estudantis do narrador. É ele, também, que serve de "laboratório" para as finas e bem discretas ironias que Pompéia, um republicano assumido, descarrega em suas linhas (ironias estas que não atingem necessariamente o Império, mas sim a discutível conduta ostensivamente capitalista do diretor, dentre outras nuances).

Sérgio, inicialmente um aluno mediano, vai desenvolvendo ao longo dos doze capítulos e das 205 páginas da boa edição da Editora Nova Cultural (de 1981) amizades e relações com vários tipos: Sanches, o melhor aluno da classe; Franco, o problemático e eterno infrator; Bento Alves, gaúcho, um pouco mais velho e cuidador de uma das bibliotecas do Ateneu; Rebelo, aluno inteligente e esforçado com um problema crônico nas vistas; e o Barbalho, que hoje seria chamado de "bully", garoto que perseguia o protagonista com agressões morais e físicas.

Tal preâmbulo já é o suficiente para que se compreenda de antemão que o ambiente no Ateneu era de uma disciplina rígida, mas capaz de se flexibilizar de acordo com os alunos envolvidos. Exemplificando, garotos jovens, num ambiente assim, tendem a desenvolver a sexualidade de formas distintas. Não apenas essa questão da sexualidade, que eu, particularmente, acreditei que seria mais explorada na narrativa, mas grande parte das parcas contendas que ocorrem entre direção e alunos dá-se de forma mais rasa e sem grandes discussões sociais que poderiam ser aplicadas ao exterior em relação aos muros do colégio. Sobra, de todo modo, uma passagem simbólica e rápida desse tipo de situação apenas no último quarto da obra.

Mas se fosse apenas este viés que tivesse ficado inexplorado por Pompéia, O Ateneu ainda teria muito potencial, a lembrar da cena inicial, reproduzida no início dessa resenha. Contudo, o livro apresenta uma série de problemas não de ordem narrativa (o desfecho, por exemplo, me surpreendeu e fez eu olhar para o livro com menos frustração), mas relacionadas a este aspecto, de não explorar devidamente o contexto narrativo que é apresentado e de ocupar a escrita com uma imensidade de subterfúgios.

Nas minhas resenhas por aqui, procuro sempre manter um tom impessoal, mas agora é impossível seguir nessa linha. A crítica, humilde que eu faço a O Ateneu, é de estilo: o narrador, adepto do realismo, escreve de uma forma excessivamente rebuscada. A leitura não anda, tergiversa em filosofias obscuras. E o pior, algumas dessas filosofias também possuem potencial, mas a forma com que elas são desenvolvidas tiram o interesse do leitor. E é curioso porque não é a linguagem em si, mas a inoperância das frases para a narrativa "caminhar", a quase inexistência de diálogos, entre outros pontos que emperram a leitura de uma forma que eu, pelo menos, nunca tinha presenciado. Pela primeira vez em minha vida de leitor pensei seriamente em abandonar a leitura de um livro depois de começá-lo. Só o finalizei por respeito a memória do autor (que suicidou-se dramaticamente aos 32 anos) e por uma característica pessoal minha: a teimosia. E, deixando claro, divagar e filosofar está longe de ser algo que desabone qualquer obra. A maioria dos meus livros prediletos, por exemplo, possui em maior ou menor grau cargas de divagação e narrativas amarradas. Mas é preciso que estes momentos, conjuntamente, sirvam como sustentáculo para que o autor "pise no acelerador" nos momentos certos e faça a narrativa fluir, mesmo que dali a pouco chegue outro momento de filosofias e afins.

Valeu a pena seguir a leitura? Valeu sim. Como já mencionado, o desfecho tocou-me mais do que o imaginado. Mas eu sempre olharei para este livro em minha estante e ficarei com a lembrança da primeira cena que ele narra e de que a obra-prima de Raul Pompéia poderia ter entregado muito mais. A pedra fundamental do romance, quando desnudada, é linda, promissora; mas ao redor dela se construiu um edifício comum, sem cor e sem sal.

O Ateneu, que passou a ser exigido para vários vestibulares nos últimos anos, é um livro problemático, que não engrena, mas que, se o leitor for persistente, pode trazer alguns pontuais momentos marcantes durante a sua segunda metade. Se foi um livro que não funcionou comigo ou se ele divaga inutilmente em demasia mesmo, é algo que a humanidade jamais saberá. Qualquer leitura tem a capacidade de tocar, todos os leitores sabem disso. A recomendação que deixo é de lê-lo na ausência de outras leituras mais exigentes ou em contextos pessoais menos agitados. As ressalvas nessa atmosfera serão certamente menos perceptíveis e farão com que a obra seja mais bem digerida e avaliada.
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bobbie 29/03/2021

Descobrindo a literatura brasileira canônica
Durante muito tempo, "recusei-me" a estudar a literatura do meu próprio país. Formei-me em Letras, língua inglesa, sem a ordinária extensão para a língua portuguesa, e deleitava-me com as literaturas de língua inglesa - americana e britânica, principalmente - deixando de lado a literatura nacional. O mestrado em literaturas de língua inglesa não contribuiu para que tal cenário mudasse, tampouco o doutorado em literatura comparada (mesmo usando uma obra brasileira, usei outra norte-americana em comparação). Até que, anos depois, estou me dando o presente de conhecer os grandes brasileiros das letras, principalmente aqueles que ousaram, em tempos mais opressores e "tradicionais", falar da homossexualidade. Em O Ateneu, o narrador-personagem Sérgio nos conta de suas lembranças da época em que, começando aos 11 anos, passou 2 anos no internato que dá título ao romance. O que mais me interessa nesse livro é a observação de normas de vigilância conforme estudadas por Michel Foucault e as relações interpessoais de protetor-protegido (eraste/eromeno na Grécia antiga, sobre o que inúmeros estudiosos, incluindo o próprio Michel Foucault, se debruçaram). Fica clara aqui as relações de gênero "invertidas", algumas como rito de passagem da infância para a idade adulta, outras como relações homossexuais mais concretas.
Daniel.Malaquias 24/11/2021minha estante
Confesso que o que despertou-me o interesse por este romance foi justamente a questão homossexual velada nele contida.




Marcela.Nogueira 28/03/2021

O ateneu
Percebe-se o quanto a experiência foi perturbadora pela narrativa do autor. Em várias passagens tive dificuldade em entender os acontecimentos. A ênfase são os sentimentos do protagonista, o que torna a obra meio abstrata. Mas nota-se como os personagens reagem ao ambiente, tentando sobreviver a ele. Ou como está escrito logo na primeira página; " Vais encontrar o mundo no Ateneu. Coragem para a luta".
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Nati 07/03/2021

Exageradamente Rebuscado
O Ateneu, um livro de premissa interessante e desenvolvimento intrigante. Contudo, sua linguagem e escrita exageradamente culta e rebuscada torna-o cansativo e lento. Além de atrapalhar o ritmo com duas descrições desnecessárias e palavras inusitadas, que, muitas vezes, são essenciais para o completo entendimento do que está a acontecer.
Apenas o li por causa do vestibular e não indico que você faça-o, caso não seja por motivo similar. Não acredito que valha a pena o tempo gasto para ler essa obra que mais parece que o autor desejava expor seu vocabulário amplo e requintado, do que, realmente, escrever um livro.
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Sandy 02/03/2021

Livro bom, mas muito confuso
Adorei a história em si, em como Sérgio vai moldando sua personalidade de acordo com tudo oq vai acontecendo, porém a leitura é penosa e muito difícil
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Camiyuki 01/03/2021

Dos clássicos, esse é um dos meus favoritos! Aborda temáticas extremamente necessárias, e que, são atuais. Uma das coisas mais marcantes pra mim, foi o retrato da mercantilização do ensino.
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Nat 04/02/2021

^^ Pilha de Leitura ^^
Narrado em primeira pessoa por Sérgio, o livro narra a vida no colégio interno Ateneu. Sérgio descreve suas amizades e as coisas que os meninos aprontavam. Imagino que o sucesso inicial do livro se deve ao fato do autor insinuar a homossexualidade no colégio, por mais de uma vez. Mas o livro não é só isso, também mostra o diretor super narcisista e a influência de sua personalidade nos alunos; o descaso com atendimentos médicos; alunos com mensalidades atrasadas tratados de forma diferenciada; enfim, é uma obra complexa e o final é muito simbólico. Contudo, ela demorou a engrenar para mim, além de ter uma linguagem muito rebuscada. Resumindo, é uma obra interessante, com certos exageros, e é possível de se entender porque foi tão importante na época.

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
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Suely Cristina 17/01/2021

O Ateneu
Depois de 30 anos, reli esse clássico para agora trabalhar com meus alunos. Na época, achei uma leitura muito difícil, Raul Pompéia usa um vocabulário muito rebuscado. Trata-se de uma obra de memórias, o menino Sérgio representa o próprio autor, já que as impressões sobre a vida no colégio interno descritas no livro batem com sua biografia. Uma questão tratada aqui, um tabu para a época, é a da homossexualidade. Recomendo!
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Mateus 17/01/2021

Aquele clássico impressionista e impressionante
Não sou do tipo de leitor que faz metas literárias, mas em 2021 lancei o desafio: ler obras brasileiras clássicas que sempre ouvi falar, mas nunca tive oportunidade (ou ânimo) de conferir. Por nenhum motivo específico, escolhi “O Ateneu”, de Raul Pompéia, como o primeiro livro da lista. Como todos já devem imaginar, trata-se de uma leitura bastante difícil, mas que foi uma grata surpresa pela grande qualidade da obra.

A premissa do livro é bastante simples: um garoto, Sérgio, é enviado por sua família para estudar em um famoso internato do Rio de Janeiro, o Ateneu do título. Se a princípio a vida no internato parecia estimulante, com o passar dos dias Sérgio descobre um “microcosmo” exatamente como o mundo lá fora, com regras rígidas, professores hipócritas e colegas cruéis. Em meio a esses elementos, o personagem deixa a infância e ingressa na idade adulta, sofrendo com todas as angústias típicas da fase.

“O Ateneu” é considerado o único romance impressionista brasileiro, tendo assim grande importância para a literatura nacional. As obras impressionistas têm como principal característica trazer “impressões” sobre o mundo, com uma linguagem vibrante que descreve subjetivamente pessoas e objetos.

É justamente o que temos aqui: uma obra repleta de impressões de Sérgio de sua vida no Ateneu. A título de exemplo, trouxe essa simples descrição de uma viagem do garoto ao Corcovado: “Avistávamos por hiatos de perspectiva a baía, o oceano vastamente desdobrado em chamas, extenso cataclismo de lava”. Como o foco aqui são as impressões, o livro não traz um grande desenvolvimento de sua história. Há início, meio e fim, mas pode incomodar pela falta de elementos básicos da literatura tradicional, como clímax.

Acompanhar a escrita de Raul Pompéia não é nada fácil. Mesmo após ler dezenas de clássicos, tive certa dificuldade em alguns momentos de “O Ateneu”, precisando recorrer ao dicionário em muitas páginas. Mas ao se acostumar com essa escrita tão característica, você acaba se apaixonando pela beleza e pela poesia das palavras de Pompéia. Sobretudo por entender que a obra é a visão de Sérgio sobre sua juventude, representando uma “crônica das saudades” – saudades do passado, da infância e da ingenuidade, que não voltam jamais.
Rafael 02/03/2021minha estante
Bela resenha!




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