Resenhas - O Cortiço

Luafzury 19/06/2022

Essencial
O impacto que essa obra causou em mim foi, no mínimo, inesquecível. A narrativa, em si, é muito fluída, diferentemente de muitos clássicos prolixos e mirabolantes (nada contra eles) que enlouquecem qualquer vestibulando.

As críticas desse livro são muito atuais no que tange à pobreza, desigualdade socio-racial, submissão feminina, violência policial e etc. Porém, vale salientar que apesar de incluir personagens de todas as raças, o autor apela constantemente à representação do europeu como um homem casto, trabalhador e inteligente e do brasileiro "mestiço" como um indivíduo descansado, patusco e voluptuoso. Todavia não vou entrar nesse mérito nessa resenha, até porque o Azevedo não é obrigado a ser um homem à frente de sua época e o mérito dele na composição dessa obra é inegável, seu enredo é bem condizente com a realidade em vários aspectos e as personagens são muito cativantes.

Jessyka.Evelyn 21/06/2020

Um livro ousado,hipnotizante e fundamental!
O pensamento político e social desse livro defende a ideia de que quando se nasce pobre e não se tem grandes oportunidades na vida, sofre preconceitos raciais e sociais que podem sim influenciar nas escolhas morais e na formação de caráter das pessoas ao decorrer da vida.
Fala sobre a vida em um cortiço, onde não havia higiene e segurança, em pequenos cômodos viviam famílias
inteiras.
O escritor realista/naturalista retrata personagens em decadência moral,
estereotipados, cheios de vícios e patologias, comparados a animais tendo como resultado de influências sociais, históricas e biológicas. É de uma enorme tristeza o fim desastroso desdes personagens!
Um livro realmente esclarecedor e fundamental para entender o Brasil que infelizmente retrata o destino desta grande parte da sociedade!

Denise Ximenes 15/04/2022

Semelhante a Germinal, de Zola!
Romance naturalista de 1890, que traz temática atualíssima: ganância por ascensão social.

João Romão é um homem embrutecido por suas condições sociais. Com gana e sem escrúpulos, ele busca sua ascensão e vira dono daquilo que o narrador chama de república da miséria: o cortiço.

À base da exploração daqueles infelizes que ali vivem, João Romão galga os degraus de sua riqueza na mesma medida em que detesta a gentalha que o enriquece.

Aqui, a crítica de Azevedo incide sobre o comportamento das pessoas. Estamos falando da hipocrisia social que adquire ou descarta pessoas segundo interesses; da inveja que se transforma em idolatria; e da banalização de comportamentos questionáveis, como o alcoolismo e o adultério. As atitudes animalizam o homem e definem a atmosfera do livro. Os personagens são tecidos com a malha da proposta naturalista, com todas as devidas influências. Aqui, detaco a semelhança temática com Germinal, de Émile Zola.

Minha quinta estrela vai para a dinâmica da narrativa. Azevedo costura o enredo com a mais fina coerência de quem é, de fato, mestre no que faz.

brumss 07/04/2022

amores vou dizer que o livro no lugar de duzentas teve umas mil páginas pra mim, mas parte disso foi pq eu tive que ler pra escola em um dia, então acabou sendo uma leitura mais cansativa e obrigatória. porém, vendo que esse é um livro clássico, me surpreendi bastante. gostei da história viu

João 30/09/2021

Demorei horrores, mas cheguei ao fim. Esse é um clássico da literatura brasileira que não me agrada muito. Lembro que na época do vestibular ele era leitura obrigatória, e eu não consegui terminar, recorri as resenhas e resumos que encontrava na internet. Quase 10 anos depois e quase o abandonei de novo. Aluisio Azevedo é muito azedo. E entendo o período em que foi escrito, o fato de ser um romance naturalista e tudo mais, mas não, obrigado.
João Romão é um nojo de ser humano, escroto, vendido ao capitalismo, querendo sempre mais e mais fortuna. Bertoleza, coitada, enganada por uma vida inteira, ingênua, se deixa levar pela lábia do homem e acaba ** *********, uma pena, pois merecia o mundo depois de tanto trabalho.
Mas não posso negar que o autor é brilhante ao reunir tantas histórias e dar início, meio e fim a elas, (mesmo com sua acidez). Minhas outras críticas deixarei para outro momento, afinal de contas, estamos falando de um clássico de 1890.

Leticia.Menezes 20/05/2021

Recortes sociais...
Caramba meu, O Cortiço foi um livro que eu enrolei muito pra terminar de ler de tão boa que foi a leitura, apesar de a leitura ser um pouco difícil pra quem assim como eu não tem o hábito de ler clássicos (ou não tinha haha), é um livro que aborda recortes sociais, como a escravidão, o machismo, a prostituição, sob a perspectiva da influência social, vc acompanha pessoas que tinham tudo pra se dar bem, como por exemplo a Pombinha que era "o ouro" do Cortiço ser reduzida de uma garota prodígio que era amada pelo Cortiço e usava sua inteligência a favor dela à uma prostituta, por influência do meio.
Todos os recortes que o autor abordam são totalmente crus sem nenhuma romantização como rola tanto hoje em dia!!
Espero poder reler esse livro em breve, é uma obra prima.

ltsalviolo 08/05/2021

Começa com ares de mexerico e vai ganhando contornos mais sombrios no decorrer do livro. Não há vilões ou mocinhos, apenas indivíduos enfrentando as próprias mazelas, à vista (e à causa) da sociedade de um cortiço. Me senti instigada do início ao fim da história, presente nos cenários descritos e parte dos dramas/personagens desenvolvidos.

Bianca 21/06/2021

Gostei demais desse livro, em comparação a outros clássicos, achei a leitura desse muito mais fácil e a compreensão também.
Nesse livro você se vê no meio da história, no meio de todos os personagens como se fossem conhecidos ou parte da sua família.
Claro que há temas fortes e eles são retratados de forma bem explícita.

Andre.Neves 28/06/2021

O Cortiço
Estranhamente, foi de longe um dos livros que mais demorei a ler, contando a vida de pessoas simples, me prendeu bastante no início, mas me vi desmotiva no meio, em parte pq não mais me interessava a vida daquelas pessoas, em parte pq me faltava tempo q era gasto com outras obras, mas tudo mudou quando a rivalidade aumentou com os cabeça de gato. É triste ver-se repetir, mesmo após tantos anos, histórias como as contadas no livro, mudaram-se apenas os nomes dos títulos de algumas pessoas, mas mt ainda se repete na sociedade atual, mostrando-nos que pouco evoluímos.

sid 01/05/2021

Um livro de fofocas
A obra pertencente à escola literária do Naturalismo, ?O cortiço?, de a Aluísio de Azevedo, conta a história de ascensão social do português João Romão no contexto do Rio de Janeiro do século XIX. Apesar de lançado em 1890, o livro faz parte da leitura de muitos jovens do Brasil ainda hoje, devido sua cobrança em vestibulares.
Diferente de heróis românticos, Romão se mostra como um personagem principal de bastantes defeitos. Sua trajetória se resume, basicamente, a exploração da sua então ?amiga? Bertoleza, ex escrava que o confiou seu dinheiro e amizade após a morte de seu companheiro. A partir dessa exploração, João Romão e Bertoleza constroem seu negócio, o cortiço, a partir de furtos das construções vizinhas. Mais tarde, além do cortiço, Romão se torna dono da pedreira que existia ao fundo da sua propriedade, formando assim a riqueza de João.
Até o fim do romance, Romão passa de um simples ladrão a um empresário, ascendendo socialmente. A medida que isso acontece, o personagem se livra de tudo aquilo que pertencia a sua vida passada, incluindo a sua explorada amiga Bertoleza, a fim de, agora, usar a figura de Zulmira, filha do então Barão e ex inimigo de João, Miranda, para chegar a um novo patamar na sociedade aristocrata da época.
Além da história de João Romão, também temos a presença de histórias secundárias, sejam de pessoas do cortiço, como a de Jerônimo, Pombinha, Rita Baiana, ou mesmo da família de Miranda, como é o caso de Estela e Zulmira, sua esposa e filha, respectivamente.
Essas histórias são apresentadas de acordo com as características do movimento Naturalista, mostrando os valores de uma sociedade com poucos recursos, com valores duvidosos, caracterização animalesca das suas atividades ou fisionomia. Outra característica trabalhada de maneira excelente é a do homem sendo produto do meio em que vive, claramente explicitado na figura de Jerônimo, um português honesto e trabalhador que é corrompido pelo sol dos trópicos.
Mesmo que não seja uma leitura obrigatória, como nos casos de vestibulares, ?O cortiço? é uma obra cativante e necessária, tendo em vista sua consciência e precisão em relatar as relações sociais da época. Suas críticas sociais e raciais, ainda que após um século, ainda se fazem presentes e tornam a obra uma importante ferramenta para entender a história do Brasil.

Maria3427 16/04/2021

Merecia mais reconhecimento
Ainda chego a me surpreender com problemas tão antigos do Brasil acontecendo agora, o que faz com que a história não perca a atualidade. Já li muitos romances do século XIX, mas nada comparado a este romance.
O cortiço, com seus personagens, sons, sabores, risos e dores vão ficar na minha mente por um bom tempo. É triste que o autor nunca tenha conseguido viver bem do que escrevia, pois se assim fosse com certeza teríamos mais obras incríveis como essa, que expunham de forma nua e crua o interior da estrutura social daquele século.

Bia A. 11/08/2021

Para quem gosta de estudar e entender as escolas literárias brasileiras, O cortiço é um excelente livro para se entender como era a escrita naturalista.
Já para aqueles que gostam de "fogo no parquinho" e muita baixaria, esse livro é perfeito para vocês.
Apesar de haver muitos perssonagens, o livro foi muito bom. No início você acaba se perdendo com tantos nomes, mas esses personagens são importantíssimos para a trama, apesar de a história principal ser voltada para João Romão e Bertoleza.
Algo que eu achei interessante na escrita de Aluísio, foi que os personagens não tem um minuto de paz. O cortiço está sempre movimentado, sempre há brigas e fofocas. Você está lendo sobre o personagem A, quando de repente o personagem B e C começam a brigar e em seguida o personagem D se torna o foco do plot. E isso foi algo que eu achei realmente interessante.
Enfim, recomendo a leitura!!!

Fernanda 14/03/2022

Foi uma boa experiência, apesar de q em alguns momentos me dispersei rs. Histórias ambientadas em cidade pequena, vizinhança ou simplesmente num cortiço, é certeza de babado, confusão e gritaria.

Mas além disso, também há análises sociais e psicológicas das personagens. Aqui se trata de escravidão, de inveja, adultério, exclusão social, prostituição, exploração, tudo de forma bem clara.

Giu 25/02/2022

Releitura
Depois de anos, reler esse livro foi incrível, relembrar as histórias singulares de cada um do Cortiço, e o Cortiço em si que vibra com cada emoção de seus moradores.

Paula1735 04/02/2022

Ambientada em um cortiço, em que moram muitos personagens. E destes personagens deram origem a vários temas em discussão. Como a pobreza extrema, a homossexualidade de alguns personagens.