Várias Histórias

Várias Histórias Machado de Assis...




Resenhas - Várias Histórias


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R...... 16/07/2017

Edição Martin Claret - 2002
Machado de Assis apresenta-nos sua quinta coleção de contos, publicada em 1896, reunindo textos de prazerosa leitura. Dezesseis ao todo, com uma parte já conhecida pelo público, a quem instiga com a afirmação de, em termos gerais sobre os contos, terem algo que os torna superiores aos romances, e se alguma coisa tiverem de medíocres, é o fato de serem curtos. Eita! Confiante o rapaz, né! Mas também, com obras tão especiais extraindo preciosidades do cotidiano, difícil não curtir algo.
Hoje dei uma conferida em "Uns braços". Fala de platonismo, de amor juvenil latente, explicitando algo ingênuo e sensual. Vemos em Inácio uma experimentação de arroubos de contemplação, desejo e devaneios. A narrativa foi envolvente em minha leitura e o tal beijo combinado de sonho e realidade é o ápice de maneira sensacional. Ah, um sonho desse também queria, e todo dia.

Em 18/07/17
"A causa secreta" é um conto sinistro, com um quê de terror que impacta o leitor. O que me atraiu mais foi o fato de explicitar velados interesses egoístas, que na história se disfarçam em um pretenso benfeitor. Tudo nele se dispõem a satisfazer seus desejos sádicos, não se importando com nada a não ser uma próxima oportunidade. O cara tem alguma psicopatia, delirante na contemplação da dor e sofrimento alheio (seja de amigo, esposa, algum animal ou alguém que tenha sido alvo de suas benfeitorias). Machado tira o glamour idealizado costumeiramente sobre algumas coisas (o prestígio de médico, riqueza e pretensa benfeitoria) para reduzir tudo à visão apenas do caráter humano - a perspectiva principal. Oras, não deveriam ser as coisas sempre assim... Acredito que é o ponto principal do conto.
A história pode ser inusitada no desenrolar doentio de Fortunato, mas o que se mostra é algo presente no mundo de glamour e de farsa como o da politicagem hoje. Que coisa nojenta acompanhar o andar de certas votações... Causas secretas como se revelam no conto.

Em 19/07/17
"Conto de escola" - Estou lendo em paralelo à outros livros de Machado, onde deixei minha percepção dessa história. As edições da Martin Claret, no meu caso, são menos importantes que as edições da série Bom Livro da Ática (mas aquelas dos anos oitenta, com páginas amareladas, cheias de identidade, que vou encontrando e privilegiando na leitura). Aproveito então e deixo em registro apenas uma bobagem (a mais). Como nortista, percebo uma visão preconceituosa com o vocabulário daqui. Tai uma novela da atualidade que tem colocado o nosso "égua!" como algo estapafúrdio sendo ridicularizado. De outra feita usei a palavra "mofino" em uma cidade badalada e foi também alvo de "olhares superiores", tipo um sinônimo de provincianismo - a "cabocagem" no popular. Eita! Encontro agora "mofino" nesse conto, como palavra conhecida e valorizada pelo maior escritor de nosso país. KKKK! Cabocagem de uns, ignorância de outros... Falei que era bobagem, mas não quero esquecer isso.

Em 20/07/17
"Um apólogo" - Meu conto favorito. Li em outra edição e deixo em registro uma ótima animação eventualmente exibida na TV escola, talvez disponibilizada no YouTube. Vale muito a conferida.
"A cartomante" - Conto que li também em outra edição. Machado chamava a atenção para o charlatanismo. Coisa em que os amantes Rita e Camilo encontraram alívio em suas angústias, devido as previsões positivas relatadas pela cartomante. Triste para eles, pois enganando-se a si mesmo, nem tiveram tempo de reagir à tragédia que os abateu.

Em 21/07/17
Terminei hoje a leitura.
"Entre santos" é surreal. Machado usa um inusitado diálogo de santos em uma igreja para mostrar a hipocrisia presente em muitos que a frequentam. O destaque vai para a avareza, contada em uma história medonha por um dos santos. A cena é presenciada em uma noite pelo capelão e fica a questão do que é mais atemorizante, a visão do sobrenatural ou o conhecimento da sordidez humana. Foi isso que o conto me falou...
"Um homem célebre" tem humor melancólico. O sujeito tenta fazer algo primoroso, fora dos talentos naturais em destaque que tem. Não se pode negar os sonhos, mas também é certo que nem sempre corresponderão às expectativas. O músico Pestana se afundou em melancolia e frustração diante disso.
"A desejada das gentes" e "Trio em lá menor" tem algo parecido relacionado ao protelamento de decisão diante da oportunidade. Caminha por aí... São protagonizados por mulheres cobiçadas, mas com histórias mostrando uma decisão tardia. No primeiro, Quintília, avessa ao casamento e aos admiradores ao longo da vida, contraiu núpcias à beira da morte, consumando-a em um único e derradeiro abraço. O segundo traz o amor de Maria Regina sendo disputado por dois pretendentes que, na indecisão demorada da moça, acabam se afastando dela para sempre.
"Adão e Eva" tem humor ácido de Machado através da religião. Em uma reunião de amigos surgiu a dúvida de quem seria mais curioso, o homem ou a mulher... Um sujeito conta uma história supermirabolante e profana numa visão distorcida sobre a história da criação. Causa abalo e rejeição, mas certamente atraíra e prendera a atenção de todos. Deu para sacar o lance? Gênero nada, coloquemos a coisa no patamar de identidade humana. Foi o que percebi no conto.
"O enfermeiro" - Não é uma história bonita. Tem sordidez buscando justificativas para os atos pérfidos, com desenrolar que prende a atenção do leitor. Procópio é o protagonista e o que vemos é um ato insano que praticou, racionalmente injustificável (esganou e matou um coronel rabugento para quem trabalhava), em que vai diminuindo o impacto de culpa cercando-se de justificativas pessoais, principalmente por só ele saber a verdade do ocorrido e não ter que prestar contas. É muito interessante essa questão. Realmente, fácil usar pele de cordeiro quando ninguém conhece os fatos pérfidos em segredo. Conto excepcional.
"O diplomático" - Tem a mesma linha de outros no sentido de mostrar pessoa que perde a oportunidade de algo realizador por tardar uma decisão. Aconteceu isso com Rangel em seu amor por Joaninha. Embora interessante, achei o desenrolar chato.
"Mariana" - Rapaz! Acho que a sociedade daquela época era cheia de traição e infelicidade conjugal porque vira e mexe e o Machado conta histórias nesse desenvolvimento. Opa! Deixa ajeitar os fatos, me enganei em relação à esse conto. Em linhas gerais, um casal que fora apaixonado, quase duas décadas antes, se reencontra, mas em condição em que a mulher está casada. Vem a vontade da história continuar, mas o desenrolar mostra que Mariana havia apagado essa paixão do passado e demonstra amar o marido, mesmo em uma repentina viuvez.
"D. Paula" - Uma senhora se presta a orientadora de uma jovem em crise no casamento por seus ciúmes. O desenrolar mostra que a jovem se excedera nas incertezas e a conselheira tem certa inveja de não ter experimentado um amor como o da jovem. Alguém que manifestasse grande ardor por ela. Acho que é mais ou menos isso. Seja como for, não curti.
"Viver!" e "O cônego ou metafísica do estilo" - Podem ser geniais ou lá o que for, mas tem um quê filosófico muito chato, pelo menos para meu gosto. O primeiro mostra um diálogo entre Prometeu e um tal Ahasverus. Nunca tinha ouvido falar desse segundo e descobri que vem de uma história apócrifa de judeu que rejeitara e maltratara Jesus no caminho do calvário. Os dois protagonistas são amaldiçoados eternamente e o conto mostra planos de ambos na existência penosa, de construir uma nova humanidade. Só foi isso que entendi.
O segundo conto fugiu da minha percepção. O que vi é que um religioso está escrevendo um sermão, inspirando-se nos Cânticos de Salomão (também chamado de Cantares). Daí para frente entra numa filosofia que não alcancei. O que há? Para que a história tivesse algum registro na minha lembrança, concluí que ele externou um desejo reprimido em sua vida sacerdotal, aflorado pelo romantismo e sensualidade dos textos bíblicos de Salomão. Será isso? Foi minha conclusão.

Gostei da maioria dos contos, mas todos são excepcionais na Literatura Brasileira e abrem campo para inúmeras discussões.
Mateus.Fernandes 19/02/2018minha estante
Rogério, pela sua última análise deu pra ver que você não entendeu o conto: "cônego ou metafísica de estilo". Mas não se preocupe o próprio Machado deixou bem claro no início que escreveria uma história pra ser compreendida séculos depois. Profecia cumprida. Mário de Andrade não entendeu o conto e criticou-lhe.


Mateus.Fernandes 19/02/2018minha estante
Eu tive a sorte de ter um professor que me explicasse, se quiser saber a interpretação é só comentar.


R...... 19/02/2018minha estante
Olá, Mateus! De fato, não alcancei muita coisa, ou nada, no conto referenciado e gostaria que compartilhasse sua percepção. Esteja certo, porém, que é mais uma. Confesso que não gostei desse conto, mas gostaria de ampliar conhecimentos. Acrescente essa análise em sua resenha. Faça isso e me avise, que estou curioso para conferir.
Registre sempre suas descobertas, intuições e aprendizagens.


R...... 19/02/2018minha estante
Olá, Mateus! Vi sua resenha e, como lhe disse, é mais uma percepção, no mesmo caminho do pouco que entendi em conclusão na minha leitura. Acredito que se complementam, com um quê sucinto no que escrevestes (ênfase ao objetivo), mas sem a poesia do contexto, do caminho (ênfase que palidamente externei). Acredito ainda que há mais coisas nas entrelinhas, sendo um conto tão abstrato, que nenhum de nós ainda alcançou, podendo surgir em outras percepções de leitores. Só a gente não colocar um ponto final nas conclusões e se dar por satisfeito com uma limitação.
Agradeço a disponibilidade em auxiliar e fique sempre a vontade para comentar.




Tom 06/08/2016

BLÉ!
Quando era do ensino médio, gostava muito de ler, mas nunca peguei livros clássicos como os de Machado de Assis.
Agora, depois de ter terminado a graduação, decidi ler livros dos autores que são considerados "clássicos" da literatura brasileira e simplesmente estou odiando.
Esse livro: umas coisas aleatórias, sem pé e sem cabeça, forçadas e sempre no mesmo ritmo de histórias. Apenas uma ou duas se salvam, que valeram a pena. O resto bem mais ou menos.
Parabéns para quem consegue gostar desses livros, pois não é o meu forte.
Laura 29/09/2016minha estante
é bem isso.. hahaha


Phelipe Guilherme Maciel 14/10/2016minha estante
Poxa, vc nao curte classicos mesmo hein... Tarimbou o Machadão :'(


Lyan 02/02/2017minha estante
ta certo, mano. Poxa, esse é o Machado de Assis que todo mundo fala? pelo amor..




José Martino Escritor 03/07/2010

Sobre Várias Histórias de Machado de Assis

Já fazia mais de dez anos que Machado de Assis não publicava um livro de contos. Depois de ter escrito os Papéis Avulsos e as Histórias Sem Data, duas obras-primas do gênero, Joaquim Maria não desejava abaixar o nível de qualidade que alcançara e por isso preparava com capricho esse seu novo volume de histórias curtas. As Várias Histórias chegaram às livrarias do Rio de Janeiro em outubro de 1895, mas, estranhamente, trazia impresso na folha de rosto o ano de 1896. Não se sabe por que motivo a Casa Laemmert, que editou o livro, procedeu dessa maneira. É possível que o lançamento estivesse previsto de fato para 1896 e a gráfica tenha terminado a impressão antes do prazo dado. Seja como for, isto gerou uma tremenda confusão entre os biógrafos de Joaquim Maria, pois muitos deles se equivocaram ao repetir o erro da folha de rosto.
O livro trazia 16 contos e nenhum deles era inédito. Todos haviam sido escritos na década anterior e publicados na Gazeta de Notícias entre os anos de 1884 e 1891. Machado de Assis escolhera a dedo os contos para compor esta sua nova coletânea e acertara em cheio. Nas Várias Histórias, Joaquim Maria alcançou o ápice no domínio da técnica de narrar histórias curtas. Mesmo se ele não tivesse escrito mais nada em sua vida, este livro seria suficiente para lhe dar uma posição de destaque em qualquer literatura.
Os contos que encerravam a antologia, todos primorosos, eram os seguintes: “A Cartomante”, “Entre Santos”, “Uns Braços”, “Um Homem Célebre”, “A Desejada das Gentes”, “A Causa Secreta”, “Trio em Lá Menor”, “Adão e Eva”, “O Enfermeiro”, “O Diplomático”, “Mariana”, “Conto de Escola”, “Um Apólogo”, “D. Paula”, “Viver!” e “O Cônego ou Metafísica do Estilo”. Logo após a folha de rosto, Machado de Assis colocou uma nota explicativa:

“As várias histórias que formam este volume foram escolhidas entre outras, e podiam ser acrescentadas, se não conviesse limitar o livro às suas trezentas páginas. É a quinta coleção que dou ao público. As palavras de Diderot que vão por epígrafe no rosto desta coleção servem de desculpa aos que acharem excessivos tantos contos. É um modo de passar o tempo. Não pretendem sobreviver como os do filósofo. Não são feitos daquela matéria, nem daquele estilo que dão aos de Mérimée o caráter de obras-primas, e colocam os de Poe entre os primeiros escritos da América. O tamanho não é o que faz mal a este gênero de histórias, é naturalmente a qualidade; mas há sempre uma qualidade nos contos, que os torna superiores aos grandes romances, se uns e outros são medíocres: é serem curtos.”

Quem primeiro escreveu sobre as Várias Histórias foi Olavo Bilac, publicando a 20 de outubro de 1895 no jornal O Comércio de São Paulo um artigo muito elogioso. Aliás, este volume de contos somente rendeu elogios a Joaquim Maria, que colheu pela imprensa as palavras mais laudatórias. Quatro dias depois, Bilac voltaria a se ocupar do escritor, agora nas páginas de A Cigarra. A admiração era incondicional, como se percebe neste trecho do artigo:

“Não cabe aqui a crítica da formosíssima coleção das Várias Histórias. Criticar Machado de Assis!... A Cigarra só sabe amá-lo e admirá-lo sem palavras.”

Nesta mesma data, Valentim Magalhães publicava em A Notícia um artigo também muito favorável às Várias Histórias e a seu autor. A nota mais curiosa é que quase todos seus amigos que dele tratavam nas páginas da imprensa acabavam repetindo uma mesma observação, ou seja, insistiam na “juventude” do escritor e de seu estilo. Parece que esse tipo de lisonjarias agradava muito a Machado de Assis, que talvez pressentisse cada vez mais próxima a presença da morte. Eis o que diz nesse artigo Valentim Magalhães:

“Legítimo representante da geração de 1860, foi-o igualmente da de 1880, porque era tão moderno quão lépido, tão novo como os que mais o fossem; e agora, após tantos anos, é moço ainda pelo frescor e tesura do estilo e pelo peregrino encanto da imaginação.”

Num texto publicado no ano seguinte, em Lisboa, Valentim Magalhães apresenta Machado de Assis aos portugueses, insistindo nesse seu caráter “jovem”, sobretudo no que diz respeito ao estilo do autor de Quincas Borba:

“No seu estilo castiço, flóreo, original, artístico como uma taça bordada pelo cinzel de Celini, ainda não apareceu o primeiro cabelo branco; nenhuma ruga ainda na sua fantasia alada e risonha como uma almeia.”

Em 1897, Magalhães de Azeredo publicou na Revista Moderna, editada em Paris, um texto bastante elogioso sobre Machado de Assis. Da mesma forma que Valentim Magalhães, este discípulo querido de Joaquim Maria também destaca as qualidades joviais do mestre, com quem ele trocou extensa correspondência:

“Machado de Assis, tendo-se votado à sua arte desde a adolescência, conservou-se-lhe fiel, sem hesitações nem desfalecimentos, até hoje que já lhe branquejam os cabelos sobre a fronte ainda jovem - porque ele, como me dizia numa carta, não é “dos que dão para octogenários”.

Intacto, o fervor dos vinte anos o alenta ainda no labor literário; mestre consagrado, não entende que tal qualificação lhe seja uma aposentadoria; não lhe falem de dormir à sombra dos conquistados louros, ou de pousar sobre os muitos livros superiormente escritos a forte e nobre pena, ativa como a enxada do camponês madrugador, fina como o buril do escultor que sonha com Deusas e Galatéias. Sempre moço, ele deseja estar à frente dos moços, combater com eles, com eles ir caminhando pelo futuro adiante.”

Extraído do livro MEMORIAL DO BRUXO - CONHECENDO MACHADO DE ASSIS. Conheça-o, aqui no Skoob.
Adamastor Portucaldo 29/05/2023minha estante
Isto não é uma resenha, é um tratado. Obrigado.




anisania 21/09/2024

Então...
Tem contos bem divertidos. Não vou esquecer nunca do cara que era completamente apaixonado pelos braços da querida. Mas tem outros que foi osso de ler. No fim o saldo foi até que positivo.
Leituras.andre 04/10/2024minha estante
O mago da literatura.




Luiza Carvalho 31/03/2023

+1 pra UFRGS
Eu geralmente gosto de machado, mas esses contos simplesmente n me pegaram, tiveram uns mais legais do q os outros, mas sla
sim, sei q machado é genial, e eu concordo plenamente, mas senti falta de algo??????
Wilquer.Oliveira 31/03/2023minha estante
Tudo bem nisso, eu creio. Não é possível para alguém ser genial em todos os seus trabalhos




beatriz3345 14/12/2020

foi a leitura que eu mais demorei pra concluir nesse ano, então apenas uma palavra pra esse término: finalmente
germiotello 14/12/2020minha estante
boa Be ???




Dany Dantas 25/03/2009

Indescritivelmente: Machado de Assis! Tem mais o que falar? rs...
As discussões propostas por Machado de Assis sobre o comportamento humano e social são de grandeza ímpar. Só lendo para conferir.
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Ktapreta 31/08/2010

Dois textos...uma história
Meu livro não é exatamente a edição da foto, é uma tradução do texto O ALIENISTA do português para Língua de Sinais Brasileira - Libras. O formato apresenta as duas possibilidades de leitura, texto escrito e a Libras, uma belezura para o exercitar as duas línguas.
Inté
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@Renanlandim22 16/08/2011

Várias Histórias
Tinha que ler esse livro para a escola. Juro que tentei. Li até a metade. Achei extremamente cansativo, chato, e com um vocabulário com palavras completamente supérfluas. Imagino, que no futuro quando eu vir a reler o livros eu ache interessante. Mas julgo completamente fora de propósito e sem graça para pessoas da minha faixa etária.
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Raphael 17/08/2014

Várias reflexões...
Monumento alegórico de toda a maestria e exuberância de seu escritor, o livro "Várias Histórias" é uma viagem às entranhas psicológicas dos seres humanos; é um convite do próprio Machado de Assis para adentrarmos à paisagem carioca oitocentista e julgarmos toda a mesquinhez, luxúria, hipocrisia e motivação da alma humana. Além de simples alegorias, a obra introduz-nos a personagens densos e verossímeis, cheios de complexidades e de questionamentos (um retrato fiel à realidade, tipicamente machadiano).

Por meio de dezesseis contos com múltiplas temáticas, o leitor encontra um exímio material de contemplação da psicologia do homem e de seu desenvolvimento social. Machado produz histórias que - apesar de curtas como o próprio padrão do conto exige - são realistas, complexas, interessantes e criativas. Trata-se portanto de um material inigualável para a literatura brasileira, que explicita toda a bagagem cultural e intelectual de um dos maiores escritores de todos os tempos.

Dadas as perífrases, convém a avaliação de cada um dos contos, como meio de constatar a qualidade da obra. Todos os contos de "Várias Histórias" são bons no sentido de serem reflexivos; mesmo assim, através de uma minuciosa avaliação, existem contos muito bons e contos fracos. A avaliação é meramente crítica, sem focar nos resumos das histórias, e segue uma escala decrescente de 1 a 5 "estrelas".

Contos com 5 estrelas(excelentes):
- A Cartomante: de ruim só a adaptação cinematográfica. O conto é incrível e apresenta o melhor da ironia e crítica de Machado de Assis. O final é imprevisível.
- A Causa Secreta: não só o melhor conto da obra como também uma representação única e íntima das motivações humanas em meio aos padrões morais da sociedade. Análise psicológica da melhor qualidade.
- O Enfermeiro: belo exemplo de como os valores interiores e exteriores influenciam a consciência dos indivíduos em meio a sociedades hipócritas e materialistas. O conto prende a atenção do começo ao fim.
- Viver!: Machado abusa da intertextualidade e produz um diálogo único. Não se trata apenas de uma mistura cultural, mas também de uma reflexão sobre o papel do homem e a importância da vida.

Contos com 4 estrelas(muito bons):
- Entre Santos: mistura equilibrada entre o espiritual e o material explicitada por meio do julgamento das motivações humanas.
- Uns Braços: o aflorar sexual de um jovem em busca da mulher idealizada, tipicamente presa pelas regras morais. Um conto que mistura romantismo e realismo.
- Um Homem Célebre: com um protagonista interessante, o conto mostra o contraste entre o ideal e o real e as cadeias em que a imaginação é contida.
- Conto de Escola: conto com uma crítica tão abrangente que uma mera descrição não é suficiente. É uma ótima metáfora para o período do Segundo Império e a emancipação de D. Pedro II.
- D. Paula: "faça o que eu digo, não faça o que eu faço". Retrato sobre como o ser humano pode ser hipócrita para atender aos parâmetros morais.

Contos com 3 estrelas(bons):
- Adão e Eva: representação imaginativa de um clássico bíblico. As reflexões são melhores que a própria história.
- O Diplomático: um triângulo amoroso em meio a interesses sociais e inércia generalizada.
- Mariana: outro triângulo amoroso, que serve como metáfora para o Brasil republicano (Mariana = Brasil).
- Um Apólogo: famosa alegoria sobre a agulha e a linha. Mais uma vez, a reflexão supera a narrativa. É o menor conto do livro.

Contos com 2 estrelas(regulares):
- A Desejada das Gentes: triângulo amoroso, novamente, que perde o brilho em meio a outros contos semelhantes. Os personagens também não são os melhores de Machado.
- O Cônego ou Metafísica de Estilo: uma narrativa bem desinteressante sobre o processo de criação de um cônego. Contém elementos alegóricos que valem ser analisados; de resto, nada muito espetacular.

Conto com 1 estrela(ruim):
- Trio em Lá Menor: totalmente metafórico, o conto apoia-se no triângulo amoroso mais desinteressante do livro para apresentar uma história com um final bem inexpressivo. De longe, não é o mais interessante ou memorável.

Com base na avaliação, percebe-se que "Várias Histórias" atesta toda a genialidade de um escritor que procurou representar sua realidade e os pensamentos mais contraditórios que regem a alma humana. Não só uma forma de diversão, a leitura da obra produz um amadurecimento intelectual e uma avaliação da sociedade e de seus princípios - melhor que muitos livros paradidáticos. A obra é tão rica que apenas uma leitura não é suficiente para absorver tudo o que ela pode oferecer. Por isso, toda resenha sobre ela é meramente simplista, já que a subjetividade e a objetividade humana devem ser recombinadas para a total compreensão de uma obra tão atual quanto na sua data de publicação.
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TÁSSIA ROCHELLI 18/11/2014

Várias Histórias
A obra reúne vários contos famosos do autor Machado de Assis. Como sempre, Machado consegue atrair os nossos olhos para àquilo que estamos lendo. Sou uma fanática fã deste renomado brasileiro.
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Tauan 23/09/2015

Essa coletânea de contos mostra toda a genialidade do mestre da literatura nacional no estilo em que, para mim, ele mais se destaca: as histórias curtas.
Alguns dos contos do livro são:
A Cartomante, um clássico que narra um trágico triângulo amoroso entre três amigo;
Uns Braços, um conto que mostra como uma "paixonite" pode afetar a vida de um adolescente;
A Causa Secreta, que fala de adultério e da alma humana;
Trio em lá Menor, que conta a história da Maria Regina, que indecisa entre dois pretendentes: Maciel, jovem e corajoso e Miranda, mais velho e apreciador da música e da boa conversa, acaba sem ninguém.;
Adão e Eva, em que é contada uma versão diferente da popular sobre como teria sido "a criação";
O Enfermeiro, que narra a história de Procópio Valongo, enfermeiro do coronel Felisberto, um velho doente e rabugento que tratava mal todos á sua volta, afastando todos os enfermeiros anteriores. Após um breve período de bom relacionamento, o coronel revela sua natureza e acaba sendo esganado durante uma briga com o enfermeiro. Qual não é a surpresa do enfermeiro ao descobrir-se único herdeiro daquele que matara;
Conto de Escola, que trata de corrupção e delação, de dificuldade e de dedicação;
Um Apólogo, que traz uma discussão entre a agulha e a linha, tratando, na verdade, de humildade;
Viver!, em que vemos o breve encontro de duas mitologias distintas, na forma de um teatro bem interessante; cujos dois personagens centrais são, Prometeu, o titã que criou o homem e Ahasverus, o último dos homens, condenado a nunca morrer por ter sido cruel com Jesus em seu calvário;
O Cônego ou Metafísica do Estilo, em que o autor faz, na verdade, uma metalinguagem, ou seja, usa a língua para falar sobre a língua.
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Laura 29/09/2016

O único conto que valeu um pouco a pena foi a Cartomante
No primeiro conto, A Cartomante, tive uma surpresa no final que fez com que o conto valesse a pena ser lido.
A história do conto Entre Santos é bem mais ou menos, bem parada e sem graça.
O conto Uns Braços não é tão ruim, mas também não é tão interessante. É uma história bem adolescente que quem estiver nesta fase da vida deve apreciar mais.
Em O Diplomático, uma história de amor que não tem um final muito feliz. ficamos consternados pelo personagem.
Conto De Escola é uma história de escola, como diz o próprio nome. Não tem nada demais.
Os outros contos são ainda mais sem graça e não vale o tempo que levam para serem lidos.
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