Andrezinn 31/03/2023
Apolo encara o Silêncio ensurdecedor; Meg lidera os Unicórnios contra... Zumbis? Apolo! As audições de The Walking Dead acabaram!
No quarto livro de As Provações de Apolo, Lester e Meg se aventuram no querido Acampamento Júpiter para dar um final digno de herói ao sacrifício de seu amigo e irmão, e dar continuidade a suas provações, que parecem estar chegando ao fim. Numa sequência eletrizante, cheia de reencontros, despedidas e recheada de mortos-vivos, corvos gigantes e profecias, "A Tumba do Tirano" se provou ser um dos melhores que Riordan já escreveu.
Apolo agora finalmente demonstra que mudou e aprendeu com seus erros do passado, que ainda não pararam de atormentá-lo, e passa a agir e pensar com mais empatia. Ver esse amadurecimento dele me deixou muito feliz; claro que ele continua com seu humor péssimo e sua lerdeza divina, mas, no geral ele está se portanto como uma pessoa mais respeitável e mais maleável a mudanças. Seu amadurecimento não foi irreal, pelo contrário, foi muito real (ou seja, lenta e gradual, mas com alguns empurrõezinhos que a vida dá). Meg também não fica para trás, ela continua com sua grande evolução, se tornando mais madura e mais compreensível com a situação dos outros. O dia em que ele terá que enfrentar seus traumas está cada vez mais perto, e dá pra perceber que ela conseguirá enfrentar Nero dessa vez, que o que aconteceu em "O Oráculo Oculto" não se repetirá.
A volta do Acampamento romano foi excelente, trazendo muita nostalgia. Rever personagens queridos, como Hazel, Frank e Reyna foi muito bom. E Jason, pode enfim descansar sobre a terra de seu querido acampamento, pois teve uma cerimônia fúnebre digna de herói, como ele merecia. Ver o Projeto de Jason sendo honrado por toda a décima segunda legião, e a agilidade com que eles se dedicaram a terminar o trabalho de seu antigo Pretor, para que nenhum deus fosse esquecido, foi reconfortante. Você percebe que o acampamento está diferente daquele que conhecemos em "O Filho de Netuno"; mesmo que não goste dele, nesse livro o vemos por outros olhos, parece que enfim ele foi valorizado por nosso Riordan.
Os vilões desse livro também são outro ponto de enorme destaque. Enquanto temos dois imperadores maluquinhos, Calígula e (in)Cômodo, dispostos a destruir Nova Roma, somos apresentados a um terceiro, a quem o título do livro se refere. Tarquínio, o último rei de Roma está vivaço e controla uma legião de eurynomos sedentos por vida, com a qual pretende retomar os livros sibilinos, que outrora foram de sua posse, foi uma adição e tanto ao livro. Mesmo sendo um secundário entre os vilões, ele se mostrou uma ameaça e tanto para os romanos.
A relação de cada personagem também foi muito bem construída. Reyna, Lavínia, Hazel e Frank brilham numa sincronia perfeita com Apolo e Meg. E dou um destaque maior a Filha de Belona, da qual a profecia se refere: Reyna. A sequência de acontecimentos onde ela, Lester e Meg estão juntos para libertar o Deus Silencioso foram um dos maiores destaques do livro. E por falar nele, Harpócrates protagonizou um dos melhores momentos do livro, se não, o melhor pra mim. Toda a questão de orgulho, arrependimento, perdão e segundas chances que foram discutidas no trecho foram sensacionais. Sua história, bela e trágica, realmente me deixou num silêncio ensurdecedor, processando tudo o que foi escrito.
Para terminar, o livro tem um final de tirar o fôlego. Adorei como as coisas se resolveram, com a invocação maluca de Apolo e a paz restaurada na décima segunda legião. Só fiquei um pé atrás com a questão da maldição do Franky, a explicação que foi dada pareceu um pouco forçada, mas ainda assim fico feliz que ele esteja bem. Não vou dar mais detalhes do acontecimento e da situação para não estragar a experiência de vocês, mas tirando isso, a sequência final é absurda de boa.
Como tudo começou em Manhattan, é lá que a jornada de Apolo terminará, segundo a nova profecia. E a profecia ser em Terza Rima foi uma ideia genial, já que a criação de Dante possibilita um poema infinito, e faz nossos queridos protagonistas correrem atrás do resto de sua profecia. Infelizmente, a jornada de Lester Papadopoulos está chegando ao seu fim, e logo nos despediremos deste maravilhoso mortal espinhento. Que venha a última provação!
"Eu perdoo você. Não porque você merece. Não por sua causa. Mas porque não quero morrer carregando ódio quando posso sentir amor."
"Oh, Jason Grace... Eu prometi a você que me lembraria do que era ser humano. Mas por que a vergonha humana tinha que doer tanto? Por que não havia um botão de desligar?"
"Você está certa. Eu não tenho como saber se tudo vai ficar bem. Mas posso prometer que não vou desistir. Já chegamos tão longe."
"O luto de cada pessoa tem uma vida única; precisa seguir seu caminho."