Mateus 02/08/2020Precisava (disso tudo)?Todo dia é um dos livros favoritos da minha adolescência. Entretanto, na leitura de Algum Dia, eu continuamente me perguntava se era o público alvo deste novo livro. Tinha horas que eu me forçava a ler simplesmente para saber o que tinha acontecido com A, mas nem isso me impedia de largar o livro às vezes.
Eu sinto que Levithan perdeu a inspiração de nos tocar com a narrativa de A. Cerca de 70% do livro eu acredito ser descartável e, incrivelmente, a estrutura é bem parecida com o primeiro (A trocando de corpo todo dia e no final do livro, uma questão mais dramática, com um momento mais tenso).
Ironicamente, apesar do livro ser sobre a jornada de A, X e Nathan roubaram minha atenção e despertaram mais meu interesse, sendo esse um triunfo do autor.
Do início do livro até parte da segunda metade eu sinto que o autor não tinha muito para mostrar, apenas tinha que manter certos personagens separados, na intenção de entregar um final melhor trabalhado. Falando em final, é aí que finalmente vemos Levithan retornar com seu puto talento de nos tocar com as palavras e com as questões profundas que envolvem o relacionamento de A e Rhiannon.
Com certeza, o final de Algum Dia me soa mais definitivo, sem a necessidade a de um novo volume. O relacionamento dos personagens principais encontra sua base e sua função, o que os perturbava e afetava suas ações e decisões no fim do primeiro livro. Sinto que a solução deveria ser um livro mais curto, sem desperdiçar parte da história em personagens que não nos levam a nada realmente muito conclusivo.
Aliás, quem são os dois personagens que trocaram mensagens no chat final (Que não precisemos de outra continuação para descobrir)?