Resenhas - A Pane e O Juiz E Seu Algoz

jota 03/11/2018

Novelas helvéticas...
A Pane e O Juiz e Seu Algoz (ou O Juiz e Seu Carrasco em algumas edições) são duas conhecidas novelas do autor e dramaturgo suíço Friedrich Dürrenmatt (1921-1990) e se passam em pequenas localidades do país. A primeira não é tão longa, parece mais um conto, tem cerca de 50 páginas. A segunda é uma história policial e tem o dobro de páginas. São de fácil leitura, então é possível ler o livro todo num mesmo dia.

A Pane é sobre um jogo entre adultos que simula um tribunal a condenar culpados, mais ou menos como num sistema judiciário real. Tem início quando o automóvel de um caixeiro-viajante entra em pane e ele é obrigado a passar a noite num vilarejo. Participam do jogo o caixeiro, o dono de uma pousada e três idosos aposentados: um juiz, um promotor e um advogado. Aos poucos, depois de muita conversa, comida e bebida, aquilo que era uma pane automobilística acaba se transformando numa pane mental.

O Juiz e Seu Algoz começa com o assassinato de um jovem e promissor policial. A investigação vai ser feita por um comissário idoso e adoentado e seu assistente bem mais novo. O comissário tem pouco tempo de vida mas aprecia fumo, vodca e mesa farta. Ele luta contra a morte (seu médico lhe deu mais um ano de vida) mas ainda conserva a mente bastante desperta e consegue escapar ileso de uma tentativa de assassinato, além de solucionar o caso. Mais do que novela policial a história também traz reflexões sobre doença, morte, justiça, poder etc.

Bem, são duas novelas interessantes, mas não são assim tão empolgantes, e dificilmente alguém que seja um leitor assíduo de livros policiais vai ficar plenamente satisfeito com a leitura desse volume. Mas as duas histórias são clássicos modernos, estudadas por especialista em literatura, pois contêm elementos literários que vão além daqueles usualmente encontrados em simples novelas policiais.

Lido em 02/11/2018. Minha avaliação: 3,3.