Talita 06/12/2010
Incrivel!!!!!
“Seus olhos
Eram infinitamente belos
Tão próximos
Tão distantes
Arrebataram meus olhos
Por um instante
E quase pensei
Morrer
Eram infinitamente
Profundos
Um mar de sensações
Inexploradas
Um vento a soprar
Minha negra alma
Aos braços
Da escuridão
Seus olhos
Eram infinitamente
Meigos
A comandar meus sonhos
Por inteiro
E, assim
Ao seu poder
Me vi perdido
Infinitamente
E por amá-los
Mais que tudo.
Loucamente
Tornei-me
De seus olhos
Prisioneiro.”
“Os dias passam
E eu não posso
Impedir esse sentimento
Vê-la partir
Na noite escura e fria
Não, garota
Eu não vou resistir.
Isto é amor?
O que eu estou sentindo
Isto é amor?
Tudo o que eu tenho sonhado.
É amor ou um sonho
O que eu tenho procurado”
"No espaço entre a pessoa que fomos, quando crianças, e a pessoa que seremos, quando adultos, há uma misteriosa fase onde a alma vagueia, incerta."
Um misterioso livro encontrado por André na biblioteca, o leva ao antigo parque na esperança de satisfazer seu desejo de conhecer um verdadeiro vampiro. Amor, sedução, terror. Experiência impressionante vivenciada por um garoto que enfrenta o desafio de crescer.
André é um garoto de 13 anos que desde pequeno tem uma atração pelo sobrenatural. Possui um misterioso livro que fala sobre os vampiros e rituais mágicos. O parque próximo a sua casa é a moradia de um grupo de vampiros, cujo líder se chama Hiram.
Hiram se apaixona por Ana Paula, irmã de André, e se vê às voltas com Luke, membro da gangue que se rebela contra as regras do grupo. André conhece Hiram, que lhe explica o porquê de todo o seu interesse pelos vampiros. André seria um possível eleito, um futuro membro da sociedade deles. O garoto se empolga com a história, apesar do medo, e conhece melhor o mundo dos mortos-vivos e suas responsabilidades. Luke vai juntando forças e planeja destruir Hiram, com as magias que ele aprende com um mestre oriental. Depois de muitas peripécias, Hiram desaparece. Eu adorei esse livro eu empreste ele na escola adorei a historia de amor entre Ana Paula e Hiram, mas me decepcionei no final em que ela morre. Fiquei tão abatida, até chorei. Nessa época eu tinha uns 13 anos e amava ler. O livro tem como autora a Flávia Muniz, que escreve de um jeito que achei simples e de fácil entendimento. O jeito que o personagem Hiram foi descrito nossa parece que podia imagina-lo e sentir suas emoções por Ana... Saiu pela editora Moderna, na coleção Veredas.
O interessante do livro, além da estória, claro, é o relato da autora no final quando explica seu processo de criação, deixa claro suas influências e chega a listar as músicas que ajudaram a inspirá-la em cada passagem da aventura. Fica como ponto positivo também as poesias que iniciam cada capítulo. Muito bem escritas e bem centradas ao tema.
Nem preciso dizer que recomendo demais esse livro. Todos que conheço e que gostam de ler já receberam essa dica de mim.
“Ana sentiu um agradável calor percorrer seu corpo. De algum modo misterioso
ela pressentiu, soube com espantosa certeza quem havia deixado a mensagem. Era
como se um desejo tivesse se concretizado. Uma vontade atendida.
Eufórica, enfiou um agasalho de moletom e desceu pelas escadas, saltando os
degraus de dois em dois. Nunca o elevador demorara tanto!
Quase arrancou o envelope das mãos do homem. A caligrafia era firme,
uniforme. Letras negras num papel branco.
" Ás fadas saem para dançar quando
a lua está cheia e brilhante”.
Hiram
Ana Paula e Hiram se apaixonaram naquela noite de lua cheia. Já sabiam que
algo os tocara profundamente desde a primeira vez em que seus olhares se cruzaram.
Era como se tivessem uma tatuagem na alma ardendo como fogo, em ebulição constante.
Ficaram marcados, então. Entrelaçados por esse fio invisível que une os enamorados
exilando-os em um mundo exclusivo, distante dos seres comuns.
Ele a fascinou por completo. Arrebatou seus sentidos como um mágico
experiente hipnotiza a platéia, ansiosa por surpresas e novas sensações. Ela o fez
esquecer sua condição de maldito, despertando-lhe o instinto protetor, o charme e os
mais ardentes desejos. Perigosamente sedutora, como ele previra.
Seus corpos dançavam ao som da música num ritmo próprio, ao compasso da
sedução. Era simplesmente impossível resistirem ao chamado.
Tudo nele a atraía. Desde o corpo musculoso ao jeito de andar, o cheiro que
exalava sua pele, o tom de voz sussurrado ao ouvido, o modo envolvente como a olhava
enquanto ela dizia bobagens para disfarçar o nervosismo. Hiram parecia conhecer todos os seus pensamentos, saber a intensidade de emoção que cada gesto ou palavra lhe
causavam.
Então passava a mão nos cabelos, constrangida, enquanto ele mordia os
lábios, seus corpos transpirando desejo, paixão.
O beijo aconteceu num canto escuro da pista de dança e foi o início de uma
aventura química que os arrastou num labirinto profundo, sem caminho de volta.
Ana Paula jamais conhecera algo tão intenso. Hiram fora surpreendido com o mais doce pesadelo.