Natália 21/01/2014Bianca é uma DUFF.
Designated Ungly Fat Friend.
Ok. Talvez para alguns isso não signifique nada ou não tenha importância, mas para Bianca isso é um daqueles insultos GRANDES (realmente grandes), que você passa horas, horas e horas refletindo sobre ele... se martizando... sofrendo... lembrando e lembrando.
Wesley (mulherengo-beijador-galinha-badboy-etc) não poderia imaginar que aquele apelido a magoaria tanto. Ele não se importa muito com qualquer pessoa para se preocupar com as suas palavras. Contudo, ainda que em sua testa estivesse escrito em maiúsculas e néon “ERRO, tente o próximo”, Bianca não resiste. A princípio, ela o usa — o usa para esquecer do pai, da mãe, do divórcio deles, do seu ex —, mas depois... Bem, ela começa a criar SENTIMENTOS por ele... Ei, ei, não vá esperando coisas como “amor”, “paixão”, “eternidade” e todos esses blá, blá, blás românticos. Bianca não acredita em nada disso. O amor leva anos para ser, de fato, amor. Esses namoros adolescentes? Tudo bobagem! Se apaixonar não é tão fácil e rápido como nossas cabecinhas imaturas e sonhadoras acreditam.
Bianca acredita ser a Duff de suas duas amigas — lindas, loiras e esbeltas. A amiguinha feia, gorda e sem graça que as ajuda a chegar em segurança em casa. Todos as querem, inclusive Wesley, que se aproxima de Bianca com a intenção de conquistar o lado sensível de Jessica e Casey. Ele nunca corre atrás de nenhuma garota, elas que correm atrás dele. E como não correr quando Wesley parece agir de forma tão atenciosa e preocupada com as suas amiguinhas “estranhas” e “DUFFs”?
SÓ QUE... Wesley é pego de surpresa — quem usava está sendo usado. Tudo começa com um primeiro beijo; de repente... os dois estavam na cama dele! Aquilo parecia fazer bem a Bianca, Wesley e sua desenvoltura corporal a distraíam, mas também havia muito arrependimento. Ela o queria. Mas não o queria! E tudo aquilo era tão ruim, bom e confuso ao mesmo tempo.
Me encontrei muito pouco em Bianca e quase 70% das vezes ela me dava nos nervos, mas eu gostei dela, do seu cinismo e dos seus comentários tão pouco doces e gentis. Ela me fez rir algumas vezes e confesso que quis socá-la em outras. Tudo suportável, principalmente porque eu me apaixonei pela relação dela com as amigas. No começo, não gostei da Jessica e da Casey (achei-as fúteis e egoístas), mas elas se mostram o total oposto. São tudo o que a gente quer encontrar em uma amiga — apoio e fidelidade.
Não posso dizer a mesma coisa da mãe dela. A mãe de Bianca fez minha cabeça em fogo 95,9% do livro. Mas ok, ok, superável! Quando se tem Wesley... tudo se torna superável.
Doce e jovem — essas são as palavras para descrever o livro. Uma leitura agradável, sem aquele lenga-lenga chato e entendiante ou dramas desnecessários de 500 páginas que nunca têm fim. A autora conseguiu trazer para o livro essa coisa adolescente, sem fugir muito de como realmente somos — cabeças ansiosas e confusas, com um monte de ideias, pensamentos, amores, vergonhas, medos e dificuldades.
Recomendo, não há dúvida de que se apaixonará também.