Os Albuquerques orgulham-se de terem recepcionado o imperador D. Pedro II numa suposta visita do monarca ao município; de terem sido donos da maior estância das redondezas e de terem servido como benfeitores da população. Mas na década de 30, atolados em dívidas, lutam para não perder o último casarão familiar.
Toda a cena é descrita por meio do olhar a um só tempo inquisidor e ingênuo da professora Clarissa, personagem que surgiu dois anos antes em romance de mesmo nome. A jovem não compreende o primo Vasco, um tipo rebelde que vive às turras com a família. E não percebe que o primo representa o amor ainda informe, que, segundo um poeta que ela aprecia, "tem o encanto fugidio e misterioso de uma música ao longe"...
Escrito em apenas vinte dias para concorrer ao Prêmio Machado de Assis, que ganhou junto com o romance Os ratos, de Dyonelio Machado, Marafa, de Marques Rebello, e Totônio Pacheco, de João Alphonsus, Música ao longe é uma prova não só do amplo talento de prosador de Erico Verissimo, como de sua atenção para as transformações por que passava o país.
Ficção / Literatura Brasileira / Romance