Manuel Guerra, premiado romancista, tem sessenta anos e vai se tornando frágil, incapaz e intolerante. Devido a um câncer de próstata, perde o interesse pela vida e distancia-se de si e dos outros — distanciamento agravado pela morte da mulher, Ana Luísa, e pela relação conflituosa com o filho, Rodrigo.
Sara é jornalista e também suporta muitas dores: a de ter perdido os pais, de nunca ter amado, de ser uma mulher incansável, que enfrenta corajosamente os desafios profissionais mas não se arrisca na vida pessoal, mesmo tendo a seu favor a juventude.
Martina é prostituta de Amsterdã. Pouco fala da própria vida: é uma ouvinte, mas de opiniões surpreendentes. Acredita na mentira como forma de esperança. Acha que a prostituição é um negócio porque há interesse pela transfiguração da realidade.
Neste intenso e comovente romance de Patrícia Reis, uma das vozes mais admiráveis da nova ficção portuguesa, cada personagem começa a descobrir, nos pequenos gestos alheios, sob o silêncio de Deus e a generosidade dos homens, um sentido qualquer para o que restou de si.
Ficção / Literatura Estrangeira / Romance