Há muito tempo venho lendo os contos de Alberto Crusius. Desde que ele era praticamente um garoto, um garoto que conseguia unir a inquietude intelectual, comum em sua idade, a uma tranquilidade pouco comum em sua idade. Eu lia os contos de Crusius, impressionado com seu seguro domínio da forma e com sua capacidade de narrar uma história. Muitas vezes insisti com ele para que reunisse seus contos em livro. Mas Crusius - e esta é mais uma de suas qualidades - não tinha pressa. Aguardou sua hora. Que agora, finalmente, chega. Uma boa hora: pois ''O boxeador vai a lona'' é um triunfo. Um triunfo das qualidades que o jovem Crusius revelava, realçadas
agora pela maturidade. Sinto-me feliz com este livro. Feliz por ter lido contos tão bons. E feliz por ter acertado em meu prognóstico.
Felizes também se sentirão os leitores ao conhecer o trabalho deste excelente escritor.
Moacyr Scliar