O "Quarteto Fantástico”. Vic, Théo, Gui e Igor compartilhavam a profissão, alegrias, noitadas e muitos segredos.
Por mais de uma década o plano seguiu magistralmente. Eram aceitos, bem vistos, bem-sucedidos. Ao olhar cego do mundo, seus disfarces encobriam a covardia com perfeição, esta, coroada com o conto de fadas entre Vic e Théo.
Até que são envolvidos pela franqueza em forma de amor.
Duro será encarar o quão suas almas já estão ajustadas à comodidade das escapadas de seus egos.
A casca de perfeição se quebrou.
Desnudar-se.
Para alguns, por mais que uma vida de mentiras e medos seja vazia, ser capaz de aceitar a dor da reconstrução é simplesmente impossível...
PARTES DO PREFÁCIO DO LIVRO ESCRITO POR WIND ROSE:
“Diedra não cria personagens. Ela os identifica e nos aponta sua essência. Cada palavra escrita exala, expõe, revela aquilo que é cheiro, textura e forma... É Carne esfregada no asfalto ou plumas ao sabor do vento.
Diedra não descreve fatos como se os visse de longe, mas como se vivesse cada um deles. Seja a protagonista ou a figurante. Sempre está lá. Coloca-nos lá. Nos mostra aquilo que vê do melhor ângulo, o interior de cada um.” (Wind Rose)
COMENTÁRIO DA AUTORA SOBRE O LIVRO:
O título fala por si só. Secreto. Mentiras. Medo. De aceitar e assumir o que se é e o que se quer, de expor a própria verdade e ser agredido, ridicularizado, rejeitado. Inseguranças que castram manifestações de afeto, amor ou desejo. Necessidade de ser aceito. O pior dos preconceitos: aquele que temos contra nós mesmos.
O livro acompanha as confissões de Vic, que prefere criar um personagem, um disfarce, uma máscara para o mundo, fingindo ser hetero para a família e para a sociedade, e que só consegue se relacionar com mulheres através do sexo, jamais do afeto, por não conseguir acolher nem para si mesma o fato de ser lésbica.
E com isso coloca em evidência a dificuldade que é gostar de si mesmo quando se está completamente fora do senso comum do que é normal, admissível, correto.
Em contraponto, temos Jaque, absolutamente assumida e de bem consigo mesma.
O encontro e envolvimento das duas geram conflitos e questionamentos inevitáveis e contundentes.
Ocultar quem e o que realmente se é para obter a aprovação das pessoas e do sistema.
Infelizmente isso é banal. Comum até.
Enquanto o sofrimento que é uma pessoa não poder ser ela mesma não nos causar no mínimo estranhamento, continuaremos levando nossas vidas como se estivesse tudo bem e certo.
LGBT / GLS