No último trimestre do século XIX, ocorreu na França uma segunda Revolução, mais profunda que a primeira. Fundamentou-se em raízes que habitualmente chamamos pensar, dizer, perceber, representar, lembrar, sentir. Na pintura, além do heróico despertar do impressionismo (...), essa revolução tem um nome: Cézanne.
Na poesia: Rimbaud.
Pela primeira vez, relacionamos aqui o que essas duas experiências provocaram, uma após a outra: rejeição, incompreensão, fascínio, apropriação, especulação. Esmagada pelos dogmas, a expansão da liberdade; inundada pelas teses, a evidência.
A arte "moderna" desaparece no tumulto espetacular? A "Montanha de Santa Vitória" ou as "Iluminações" estão lá. O que significa então a subversão das cores? Que espaço ocupam esses retratos, essas paisagens, essas "Banhistas"? Ao contrário de qual presença este espaço jamais visto se manifesta? O que é um Cézanne? Qual é o seu tempo?
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