Publicado em livro pela primeira vez em 1891, O retrato de Dorian Gray levou seu autor à prisão após um processo judicial sobre moralismo e obscenidade. Já no século XXI, descobriram-se versões anteriores à do livro, dando início a outro debate acerca de todas as versões da obra. A edição da Antofágica traz o texto de 1891 com notas de rodapé comentando o processo de escrita do autor ao longo de todas as versões deste clássico que é um dos mais amados e analisados da literatura mundial.
Até onde você iria em troca da juventude eterna? Rico, jovem e extremamente atraente, Dorian Gray está no auge de sua vida. Mas quando torna-se inspiração para o pintor Basil Hallward a ponto de ganhar dele um retrato, algo imediatamente se transforma: perturbado pela consciência do envelhecimento, faz uma espécie de barganha para que a pintura carregue o peso da idade enquanto sua própria juventude se mantenha preservada.
Entregue à liberdade do prazer e da satisfação de todos os seus desejos, Dorian Gray passa a viver uma vida secreta. Embora aos olhos do conservadorismo inglês seja visto como um homem de moral intocada, no submundo londrino deixa-se levar por um hedonismo extremo, envolvido em relações violentas e com um distorcido senso de ética que degradam apenas o retrato. Polêmico, O retrato de Dorian Gray carrega não somente a análise de uma época, mas também uma profunda crítica à sociedade, ao moralismo vitoriano e, sobretudo, ao desejo de uma juventude permanente. É a história de uma vida dupla marcada tanto pela culpa quanto pelo prazer.
A edição da Antofágica é recheada de notas assinadas pelos pesquisadores Manoel Carlos Alves (UFBA) e Liciane Guimarães Corrêa (UERJ) e conta com tradução inédita de Samir Machado de Machado. As artes ficaram à cargo do artista Marcelo Tolentino, que usou a técnica da monotipia para gravar mais de 60 ilustrações. A apresentação é do escritor best-seller Vitor Martins, e assinam os posfácios Manoel Carlos Alves, doutorando em Literatura e Cultura pela UFBA, a vencedora do Jabuti Natalia Borges Polesso e Samuel Gomes, escritor e criador de conteúdo.
O QR Code na cinta direciona a duas videoaulas disponíveis no YouTube com Liciane Guimarães Corrêa, professora na Escola de Comunicação da UFRJ e mestre em Literaturas de Língua Inglesa pela UERJ.
Ficção / Literatura Estrangeira