Mr.Sandman 14/03/2024
Voltando aos Trilhos
É um volume que até sumariza muito bem a experiência chainsaw man. Depois da primeira saga, nenhum volume realmente empolgou nesse sentido. Aqui, é como se as essências fossem resgatadas. Tudo aquilo que fundamenta bem a obra está meio que presente aqui de alguma forma.
O primeiro aspecto é o conceitual. As brincadeiras conceituais e estéticas são muito impressionantes aqui. Os poderes do Demônio da Queda, a forma como o conceito e o confronto enfatizam características emocionais das personagens principais e como tudo vira um catalisador para o desenvolvimento dos conflitos pessoais. Os próprios poderes da Asa/Yoru funcionam bem dentro dessa dinâmica que o Fujimoto estabeleceu para o mangá, mas não tinham realmente engatado de forma realmente empolgante até agora (salve a luta no colégio). Dentro dos conceitos, como por exemplo a moto do Denji, existe um espaço gigante pra pirar e explorar questões como escopo e ação frenética. Esse volume realiza tudo isso de forma muito eficaz.
O volume também acerta bastante na violência. A brutalidade na luta entre Denji e o Demônio da Queda é absurda. Tripas para todos os lados, sangue, cabeças e pedaços pra todos os cantos... isso faz parte de chainsaw man. E é uma violência sempre articulada com a trama.
Além disso tudo, o volume também volta a empolgar com as intrigas políticas e com os mistérios que fundamentaram bastante a trama da primeira saga. Nos volumes anteriores, o mínimo que conseguia fazer era acender um pouco a curiosidade... mas agora, pelo menos para mim, toda a trama está começando a me chamar bastante atenção. Estou ansioso para o que irá se desvelar. E nesse meio, chainsaw man volta com temas como afeição e sexo e define melhor os dramas existenciais e filosóficos de Asa. Finalmente o Denji conseguiu realmente servir de contraponto para a personagem e sua presença realmente foi importante para nossa afeição com essa nova etapa da história.
Em termos gerais, o volume 15 de Chainsaw Man é disparado o melhor volume da segunda saga por enquanto. Resgatou uma certa unidade estilística que o Fujimoto havia definido na primeira saga e que realmente construiu uma caracterização muito específica da trama, das personagem e dos temas. Aqui ele volta aos trilhos. Estou aliviado. Chainsaw Man voltou a ser ótimo!