Sara Muniz 19/04/2020
RESENHA - IMAGINÁRIO COLETIVO
Publicada em 2018 pela DarkSide Books, a HQ "Imaginário Coletivo", do artista premiado Wesley Rodrigues, é uma fábula de liberdade e força de vontade. Se você procura um livro com uma edição incrível, ilustrações com um traço diferente de tudo o que você já viu e uma história extremamente louca, você precisa adentrar nesse universo.
Irei direto ao ponto: essa foi a HQ brasileira mais louca e incrível que eu já li. Os traços, as ilustrações, as composições e o enredo fazem desse livro uma obra de arte única.
Primeiro, o mundo começou a se formar e todos receberam senhas para existir: uns seriam humanos e outros seriam bichos. O que pegou a senha da vaca ficou descontente, pois queria ser um pássaro, mas ele precisava aceitar sua senha e ir para a porta das vacas, mas ele burla o sistema, corre para a porta dos pássaros e nasce no planeta.
Um fazendeiro encontra a pequena vaquinha perdida, leva para casa e ele e sua esposa começam a cuidar dela, um animalzinho muito peculiar que come tudo o que vê pela frente (incluindo móveis). Não demora muito até que ela comece a voar como um pássaro. Certo dia, ela é regada pela mulher do fazendeiro e acaba dando origem a três filhotes de vaca voadora. Toda essas cenas são extremamente engraçadas (eu ri muito alto).
Em contraste com a fazenda, há cenas que acontecem em um reino próximo, onde um rei ambicioso explora cruelmente a população para que lhe arranjem ouro. Então, o fazendeiro decide ordenhar a vaca voadora e, apesar de perceber que o leite dela era diferente, ele decide vender e entregar um frasco ao rei. Todos que bebem o leite (incluindo o fazendeiro e sua esposa), começam a ter alucinações e viram animais. O rei vira um sapo nojento e explora ainda mais os trabalhadores.
Cansado disso, o fazendeiro te a ideia de construir um avião para fugir. A vaca começa a ficar faminta de novo e come tudo o que vê pela frente: a fazenda, a cidade, o reino, o planeta todo.
A partir daí, a história entra em um fluxo de consciência profundo, proporcionando o autoconhecimento ao fazendeiro, uma epifania para mostrar que ele era livre e que podia voar se tivesse força de vontade. As últimas páginas são"montadas" para nos fazer adentrar no psicológico do personagem, causando-nos a tensão para, enfim, encerrar com o desfecho. É quase como um segundo clímax (uma vez que o primeiro é quando todos viram animais).
Apesar de gigante (quase 500 páginas), essa HQ pode ser lida em menos de uma hora (as páginas passam voando), embora eu possa garantir que uma leitura não seja suficiente para compreender a complexidade desse imaginário coletivo.
PARA A RESENHA COMPLETA COM TRECHOS E IMAGENS DO LIVRO, ACESSE MEU BLOG:
site: http://interesses-sutis.blogspot.com/2018/10/resenha-imaginario-coletivo.html