@quadrinsdobatera 07/01/2021
📚 "O Vazio que nos completa", por Sergio Chaves e Allan Ledo.
Essa obra, que foi lançada em 2008 pela Marsupial Editora através do selo Jupati Books, trata do transtorno psiquiátrico que é a esquizofrenia, sendo um distúrbio que interfere na capacidade da pessoa de pensar, sentir e se comportar com clareza. Com um prefácio maravilhoso de Laudo Ferreira, já somos despertos e preparados para as reflexões que a leitura nos provoca a fazer.
A história trata da vida de Douglas, um rapaz diagnosticado com esquizofrenia e que conjuntamente com as usuais alucinações se encontra num conflito pessoal para buscar entender o seu quadro e procurar lidar com sua nova condição de vida. Em meio a toda essa aceitação/confusão, ele é amparado por Guilherme, seu melhor amigo, que se mostra uma pessoa que se importa fielmente com o entorno da sua vida pessoal. Após um dos episódios de conflito mental, Douglas conhece a simpática Letícia, surgindo assim uma paixão quase que imediata a um primeiro encontro, pois a aproximação entre os dois é efetiva, proporcionando ao rapaz um maior sentido em sua vida, permitindo-o escapar das alucinações que o cercam rotineiramente. Esse relacionamento afeta diretamente Guilherme, que diante de tudo o que está acontecendo e sentindo-se de certa forma esquecido, só consegue afirmar uma coisa ao amigo: "Letícia não é real". Esse questionamento é o bastante para que sejam trazidos a tona novos questionamentos sobre o que é real na vida de Douglas, desenrolando-se, assim, a trama.
Essa é uma obra que se utiliza de um cunho filosófico para tratar de questões como a realidade, o amor e as aceitações do ser. O autor não nos proporciona uma leitura simplista, pois ela é um emaranhado de pensamentos e divagações de um sujeito, o que nos leva a algumas indagações, tais como: "O que é a verdade?", "O que é o sentir-se real?", O que é despertar?". Como é dito em alguma parte da obra, o real nem sempre está à frente do que podemos imaginar. A tentativa de enxergar a mente de Douglas nos permite traçar um paralelo com outras obras que tratam dessa temática na ficção quando pensado o cunho filosófico que cerca os conflitos do personagem. Afinal, vivemos num mundo repleto de mentiras ou sabemos de fato encarar nossas verdades?
Gosto de histórias que me permitem entender e pesquisar sobre condições da quais tenho conhecimento raso, como essa me proporcionou ler sobre o tema da esquizofrenia, despertando maior sensibilidade sobre o tema e respeito por aqueles que convivem sob essa condição.
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