R...... 04/03/2020
Fevereiro de 2020
"A melhor arma anticâncer"
Acredito que é uma das melhores reportagens da história recente da revista, pela importância do tema, aspectos técnicos e desdobramentos na realidade brasileira.
O sistema imunológico foi descrito com simplicidade interessante, destacando as diferentes células de defesa e mecanismo de ação. A partir desse conhecimento foi apresentado também, em linhas básicas, a fisiopatologia do câncer, que pode ser entendida como produção e multiplicação de células anormais e danosas ao organismo.
O entrelaçamento e dúvidas sobre esses processos é natural para o leitor e a abordagem continua na percepção do desenvolvimento do câncer diante da complexa defesa orgânica.
O ponto crítico é que as células cancerosas conseguem enganar e inibir a ação imunológica, entre outras coisas e em geral, pelo crescimento lento e estímulo de que são parte integrante do organismo, ao serem produzidas por ele e apresentarem substâncias reconhecíveis. A defesa é enganada e passa a tolerar a disfunção.
O que a reportagem procura destacar são as pesquisas em curso que revertam a situação, sensibilizando a ação das células imunológicas contra o câncer, até então passivas e tolerantes. Isso é a imunoterapia, que tem se mostrado com melhor resposta terapêutica e menor agressão ao organismo, segundo os informes. Os tratamentos atuais, quimioterápicos, são extremamente agressivos e muitas vezes ineficientes, podendo atingir não apenas as células cancerosas. Na imunoterapia o organismo é estimulado à ação seletiva e natural, substituindo quimioterápicos pelas medicações estimulantes à defesa. Algo ainda em estudos, mas com resultados que se revelam positivos.
Nos empecilhos, principalmente na realidade brasileira, o baixo investimento e restrições às pesquisas.
Gostei da abordagem e quero ler mais sobre o assunto, bastante promissor pelo que vemos.
"Os males ocultos da poluição"
Outra reportagem interessante sobre saúde.
Para leigos como eu chega a surpreender em algumas coisas, como a poluição atmosférica não estar relacionada, em suas consequências, apenas ao trato respiratório, podendo ser absorvida pela pele também, com desdobramentos para infertilidade e lesões ao cérebro. As micropartículas em suspensão são um dos fatores mais perniciosos e, segundo o texto, por conta dessa fuligem, nas cidades notoriamente poluídas, como São Paulo, todos os moradores são considerados fumantes, independentemente se tem o vício, com pulmões apresentando as mesmas consequências negativas.
Desconjuro! Não é a toa o surgimento de doenças desconhecidas aqui e acolá, estamos preparando diariamente um campo mais que propício...
A seção "Oráculo" está entre minhas preferidas, mas não curti a dessa edição... Fala sério! Que contexto atual onde a revista valoriza coisas tipo: "Como se vestir bem?". Té doidé! Vai te lascar Super...
O que curti das notas foi "Pensando bem...", que trouxe a clássica pergunta se existe vida inteligente fora da Terra. Das três respostas, fiquei mais instigado com a de Nick Bostrom, filósofo sueco. Não defino se concordo ou não, mais achei interessante seu posicionamento. Desperta grandes devaneios...
Para ele, existem duas barreiras para o desenvolvimento de civilizações, uma no passado e outra no futuro. No passado seria a raridade de desenvolvimento de vida inteligente, realmente muito difícil. No futuro, a tendência à autodestruição dos civilizados por fatores como colapso ambiental.
Então veja só, para o filósofo, em termos práticos, as civilizações são raras por muitas dificuldades e, ultrapassando-se essa barreira, significa dizer que todas estão destinadas à autodestruição em certo momento.
Eita! Acredito que existam variáveis nesse pensamento, que equaciona as coisas em um mesmo modelo. Nem tudo é o que imaginamos ou o que apenas conhecemos. Aí se aplica aquela clássica frase de Shakespeare que leigos como eu gostam de gastar ("há mais mistérios... coisa e tal... tu saaaabe!).
É interessante o pensamento da autodestruição. Ahá! Então por isso que associam alienígenas à invasores possessivos e agressivos... estão em busca de recursos para sua sobrevivência, em autodestruição...
Ah! Por isso também já tem ficção com os terrestres migrando para outros mundos... Rapaz! Assisti esses dias um filme terrível de ridículo (Terra a deriva), em que a Terra era arrastada por foguetes para outro sistema solar...
Esse pensamento da autodestruição dá pano para muitos devaneios mesmo... Confesso que achei interessante em termos da ficção científica...