Resenhas - Ledos Medos 5

edisik 30/05/2023

Cinco contos muito bem escritos por ótimas escritoras. Sempre gostei de histórias de bruxaria. Indico muito os contos.

TineC 12/10/2021

Melhor Edição
Sou fã da Ledos Medos desde a primeira edição, gostei de todas, amei a primeira e a das fadas, mas essa edição Subversivas está espetacular.

Gárgula 05/01/2022

Revista Ledos Medos 5
A mulher é a bruxa
A Revista Ledos Medos 5 centra toda a sua atenção neste número em histórias de horror onde as mulheres são o foco principal, no papel injusto da bruxa. Este exemplar se torna um lugar incrível para aprender e entender como a vida delas está envolta em lutas diárias, muitas das quais nós homens nem podemos sequer sonhar.

O projeto editorial é assinado por Mia Sardini e Tábatha Gagliera, que a cada número, reúnem um pequeno grupo de escritores que se guiam pelo tema definido. Neste número temos a presença exclusiva de mulheres, sendo elas Bel Quintilio, Tine Cabral, Bruna Corrêa, Angélica Colonese e Paula Febbe, além das duas editoras. Nomes que você deve anotar e seguir, pois fazem um trabalho impressionante, contínuo e de muita qualidade.

Uma força que amedronta os homens por séculos
A apresentação da Revista já mostra ao leitor como o poder feminino causa medo às instituições patriarcais. Elas traçam um breve relato, ainda que bastante rico, de como as mulheres acabam sofrendo, direta ou indiretamente, pelo poder que trazem em si. Indico bastante a leitura.

Como nos números anteriores, temos uma Introdução e um Artigo. O primeiro é assinado por Bel Quintilio, autora de Céu de Pássaros (leia nossa resenha aqui) e colunista do blog. Seu texto traz um panorama do Terror Feminista, uma nova corrente que vem ganhando cada vez mais força em diversas midias.

Já o artigo é assinado por Paula Febbe, um nome de peso do mercado literário, mas falaremos mais dele ao final.

Contos que vão mexer com você
Cinco contos compõem a Revista e comentamos abaixo sobre os que mais chamaram nossa atenção.

Maldição no Sertão, por Tine Cabral
A autora apresenta a Vila de São José do Jaguá, que como muitas outras, depende de tudo, ou quase tudo, da cidade mais próxima. Este isolamento também ajuda os mais valentões a manter suas esposas sob um jugo cruel. Nesse cenário, uma velha benzedeira chamada Dona Sebastiana mora por ali e dentre chás e rezas, também aconselha as moças e Deus sabe lá mais o que. Um conto muito bom que vai te prender até o final. Gostaria muito de ver mais histórias com esta peculiar senhora.

Nas Entranhas do Zone Treze, por Bruna Corrêa
Ao terminar de ler este conto, estava bem atordoado. Este é o talento da prosa de Bruna Corrêa: te prender de forma a não saber o que vem depois, ou melhor, neste caso saber e ter a certeza de que a punição será dura. Que clima pesado, mas que conto bom!

Salmo 91:8, por Tábatha Gagliera
Qual destino uma ex mucamba poderia esperar para si ao se ver na mão dos cidadãos de uma vila, que apesar de mestiços, se viam como puros? Boa coisa não poderia ser, mas um encontro inesperado lhe permite dar à jovem Maria das Dores a noção mais dura da realidade. Incrível, incrível, incrível!

Hora mais sombria, por Angélica Colonese
O bom autor marca o leitor. Ele não precisa se demorar em nada, pois isso é desnecessário, mas sabendo escrever, ele vai levar ele muito além. O texto de Angélica Colonese vai segurar as tripas do leitor e torcer bem, de maneira quenão será à toa. Seu conto o leva pela covardia até o final e talvez assim ensine da melhor maneira como o mal caminha pelo mundo de muitas formas. Sem dúvida alguma o conto que mais mexeu comigo.

Vox Doloris, por Mia Sardini
A tentação de um padre é usada como sentença contra a existência de uma jovem, que se percebe traída e esquecida por todos. Onde está Deus, que afinal, se esqueceu completamente de suas pobres filhas? Um conto que percorre a ilusão do desespero e do ódio. Bem forte.

Nosso Querido Grotesco, artigo escrito por Paula Febbe
Ao final de toda Revista Ledos Medos, temos um artigo escrito por um convidado. Desta vez a escritora Paula Febbe foi escolhida. Ela nos entrega não só um texto, mas uma porrada! Não posso descrever de outra maneira. Li e reli o texto e só percebo que nós, homens, temos muito a aprender com cada mulher que conhecemos. Precisamos mudar urgentemente e necessitamos delas para nos guiar. Uma leitura obrigatória nesta revista!

Considerações Finais
Eu acompanho a Revista Ledos Medos desde seu início e hoje percebo como o olhar afiado das organizadoras tem sido importante para a maturidade que a publicação vem alcançando. Além de uma revista de terror, temos muito mais em suas entrelinhas. É, portanto, fácil perceber como o trabalho vem sendo continuamente apurado.

Desta vez elas buscaram falar de medos que são muito intensos, particulares e apavorantes. Certamente ler esta revista trará inquietações importantes e necessárias aos leitores, mas não fujam delas.

Quer um conselho?

Leiam mulheres sempre!

site: https://cantodogargula.com.br/2021/10/09/revista-ledos-medos-5/