Nascido em 1040 em Nichapur, na Pérsia, mesma cidade em que morreu em 1120, o poeta Omar Ibn Ibrahim El Khayym foi, também, astrônomo e matemático. Rubaiyát, plural da palavra rubai, significa quadras, ou quartetos, nos quais o primeiro, o segundo e o quarto versos são rimados e o terceiro é branco. Muita gente, no Brasil e no mundo, traduziu esses versos de Khayym, mas a Edição que agora a Topbooks põe nas livrarias é resultado de um longo, dedicado e minucioso trabalho do tradutor João Baptista de Mello e Souza (1888-1969), que finalizou sua árdua tarefa em 1959 mas não pôde vê-la publicada.
Autor de um delicioso livro de memórias de infância, Meninos de Queluz, o paulista do Vale do Paraíba era, ao contrário do ateu Khayym, um homem de fé. Segundo o historiador Alberto da Costa e Silva, entusiasta dessa bela tradução, aqueles que, desde muito, conhecem a poesia do persa a reencontrarão neste volume com uma dicção diferente, personalíssima. Os que dela só tinham notícia se comoverão ao receber, vindas de tão longe no tempo, estas lições sobre a inutilidade da aventura humana. E não mais esquecerão o impacto destes versos. Para o poeta Marco Lucchesi, que assina o texto de apresentação, é livro que enriquece o capítulo da literatura persa no Brasil e que merece todo o nosso aplauso.
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