Antes de publicar a trilogia que se tornaria um sucesso estrondoso e venderia mais de 60 milhões de cópias no mundo inteiro, Stieg Larsson (1954-2004) foi um dos maiores ativistas políticos de seu país. Seu colega, o jornalista e editor Jan-Erik Pettersson, remonta nesta biografia a intensa história de engajamento do escritor e como ela moldou sua vida e sua obra. Larsson começou seu envolvimento político muito jovem, participando das manifestações contra a Guerra do Vietnã nos anos 1960 e visitando países africanos em conflito, como a Eritréia, nos anos 70. Como jornalista, combateu a extrema direita e defendeu os direitos das mulheres e de minorias. O jornalista e sua mulher, Eva Gabrielsson, viveram anos sob a ameaça de morte por parte dos grupos criminosos neofascistas que proliferaram na Suécia. A preocupação com as questões sociais foi fundamental para dar corpo à trilogia Millennium e criar a notável figura de Lisbeth Salander - que encarna, junto com o jornalista Mikael Blomkvist, os ideais de luta contra as injustiças. Pettersson conta que Larsson falava abertamente dos romances que o deixariam milionário e iriam lhe garantir uma aposentadoria confortável. A triste ironia, porém, foi ele ter morrido subitamente, jovem demais (aos cinquenta anos, de ataque cardíaco) antes que pudesse ver seus livros publicados.
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