Os Dez Dias que Abalaram o Mundo, admirável obra de John Reed, é um livro que recorda, com uma intensidade e um vigor extraordinários, os primeiros dias da Revolução de Outubro.
John Reed era jornalista e estava na Europa cobrindo a Primeira Guerra Mundial, quando iniciou-se a Revolução Russa, deslocando-se então para registrar as mudanças radicais pelas quais a Rússia começava a passar. O seu contato com o movimento acabou por extrapolar o campo das informações jornalísticas, Reed tornou-se um ardoroso defensor do novo governo e procurou difundir as idéias comunistas nos EUA.
Quanto ao livro, não se trata de uma simples enumeração de fatos, de uma coleção de documentos, mas de cenas vivas, tão típicas que não podem deixar de evocar, no espírito de todas as testemunhas da revolução, aquelas cenas idênticas, a que todos assistiram. Todos esses quadros tomados ao vivo traduzem, da melhor forma possível, o modo de sentir das massas, e permitem apanhar o verdadeiro sentido dos diferentes atos da grande revolução.
Parece estranho, à primeira vista, que esse livro tenha sido escrito por um estrangeiro, um americano que não conhece a língua nem os costumes do país. Ele deveria - é o que se admite - cometer erros a cada passo, omitir fatores essenciais. É verdade que bem poucos foram testemunhas pessoais da revolução.
O livro de Reed oferece um quadro autêntico da revolta, e é por isso que terá uma importância toda especial para a juventude, para várias gerações futuras, para quem a Revolução de Outubro será parte da história. No seu gênero, o livro de Reed é uma epopeia.
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