A noite vai alta no coração da África quando quatro aviões Lockheed Martin C-130 Hércules, voando baixo para fugir dos radares, invadem os céus de Uganda. No seu interior, comandos decididos a uma ação audaciosa - a Operação Raio - preparavam-se para desembarcar. Dali a minutos estariam aterrissando no super vigiado aeroporto de Entebbe quase em absoluto silêncio, os motores praticamente desligados, os pneus baixos para evitar o ruído das frenagens bruscas. Era uma missão de vida ou morte.
No antigo terminal de passageiros, há mais de uma semana, 103 reféns judeus procuravam descobrir no rosto dos sequestradores um indício de sua sorte. Tudo levava a crer que o governo de Israel não aceitaria as condições do ultimato do terror. Contando com a cobertura de tropas do ditador de Uganda, Idi Amin, os terroristas aguardavam a chegada, com o alvorecer, do prazo fatal.
A aterrissagem dos aviões de transporte militar movimentou alguns soldados sonolentos e provocou certa excitação entre os terroristas. Talvez estivessem chegando os companheiros cuja liberdade exigiam em troca da vida dos 103 reféns. Era pouco provável uma ação de tropas israelenses.
Um dos enormes Hércules aproxima-se lentamente do terminal de passageiros. Os faróis não permitem boa visibilidade para quem está detido ou de guarda no prédio. Desligados os motores, as hélices ainda giram. A rampa de desembarque da cauda começa a baixar. Tem início o instante mais delicado e perigoso da Operação Raio. São os 90 minutos em Entebbe.
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